Energia renovável

Previsões de crescimento do Mercado Livre de Energia com a abertura em 2024

A recente abertura do Mercado Livre de Energia para todas as empresas conectadas à alta tensão — sem limite mínimo de demanda — deve resultar em um salto na participação desse mercado no consumo total de eletricidade no país. A Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) calcula que a nova regra abre espaço para 165 mil unidades consumidoras com potencial para migração, e estima que o número de consumidores no mercado livre pode triplicar nos próximos anos.  

Encaixam-se no grupo beneficiado pela abertura pequenas indústrias, padarias, supermercados, condomínios e postos de gasolina com demanda inferior a 500 kW — o que se traduz em faturas de R$ 5 mil por mês, em média. Caso as previsões no número de migrações se confirmem, a participação do Mercado Livre de Energia no consumo nacional de eletricidade pode aumentar dos atuais 37% para 48%. 

Dados atualizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no final de janeiro apontam que mais de 14,6 mil consumidores — em sua maioria empresas beneficiadas pela abertura — já informaram às distribuidoras no mercado regulado que vão migrar para o Mercado Livre de Energia entre 2024 e 2025. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) trabalha com a previsão de que, até o final de 2024, devem ocorrer mais de 25 mil migrações.

Ao contrário do mercado regulado, no qual o cliente só pode consumir a energia fornecida pela distribuidora local, no ambiente de contratação livre é possível escolher o fornecedor e negociar, diretamente, preços, prazos e outras condições comerciais. Os contratos são mais flexíveis e, dependendo da região onde se encontra o consumidor, a fatura de energia elétrica pode ficar até 35% mais barata. 

Outra vantagem para as empresas no Mercado Livre de Energia é a previsibilidade de gastos, pois os preços e índices de reajuste anual são definidos em contrato — evitando surpresas com bandeiras tarifárias e revisões da Aneel, típicas do mercado regulado. 

O consumidor do mercado livre decide também o tipo de energia que quer comprar, incluindo de fontes renováveis — como eólica, solar, hídrica ou biomassa. Para fazer a migração, a empresa precisa notificar a distribuidora faltando seis meses para o vencimento de seu contrato. 

Participação por estado

Segundo dados do Boletim Mensal da Abraceel divulgado em dezembro, o Pará era o estado com maior participação no Mercado Livre de Energia, com 52%, seguido por Minas Gerais (51%) e pelo Paraná (43%). 

Com a abertura, a Aneel aponta em seu Relatório de Migração Potencial do Ambiente de Contratação Livre que 182 novas unidades consumidoras migrem no Pará, 788 em Minas Gerais e 952 no Paraná somente em 2024. 

Mercado Livre de Energia: como funciona a migração?

Os novos consumidores, com demanda abaixo de 500 kW, precisam, necessariamente, serem representados perante a CCEE por um comercializador varejista no mercado livre. É ele quem vai cuidar de toda a burocracia no processo de migração e fazer as operações comerciais conforme definido em contrato com o consumidor. 

Geradoras como a AES Brasil ainda contam com uma equipe especializada que vai analisar as demandas de consumo do cliente e buscar as condições mais vantajosas para contratação de energia no mercado livre, onde a concorrência estimula a criação de novos produtos e aumenta a oferta com preços mais competitivos. 
Sua empresa atende aos requisitos e tem interesse em migrar para o Mercado Livre de Energia? Acesse nossa página e saiba como.

Qual o custo e as consequências das mudanças climáticas?

Termômetros marcando calor recorde, secas comprometendo as safras e chuvas torrenciais causando mortes, deixando famílias desabrigadas, entre muitos outros transtornos. Essas são algumas das consequências das mudanças climáticas já sentidas no Brasil e no mundo. Além do forte impacto no planeta e na vida das pessoas e comunidades, os eventos extremos refletem também na economia e no desenvolvimento de nações inteiras.  

Durante o Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, realizado em fevereiro de 2024 no Brasil, o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ilan Goldfajn, apontou que o impacto das mudanças climáticas na economia tem custos estimados de US$ 22 bilhões por ano e que esses eventos podem levar mais de 3 bilhões de pessoas à pobreza.

Um relatório publicado no fim de 2023 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) mostra que “o progresso na adaptação climática está desacelerando, quando deveria estar acelerando para acompanhar os crescentes impactos da mudança climática e seus riscos para as pessoas, a natureza e a economia mundial”. Conforme o relatório global, os fundos necessários nesta década para adaptação aos efeitos da mudança climática devem ser entre US$ 215 bilhões e US$ 387 bilhões por ano.

Já a Aon, que faz consultoria em gerenciamento de riscos e corretagem de seguros, aponta números ainda mais alarmantes. Segundo a estimativa da agência, somente nos primeiros nove meses de 2023, os prejuízos da crise climática chegaram a US$ 295 bilhões (R$ 1,458 trilhão) em todo o mundo. No Brasil, as perdas alcançaram US$ 555 milhões (R$ 2,743 bilhões). 

O ano de 2023 foi considerado o mais quente da história do planeta, com destaque para o mês de outubro, que registrou temperaturas 1,7°C acima do normal — a referência é o período pré-industrial (1850-1900). Segundo a comunidade científica, a combinação do aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera com a ocorrência do El Niño está por trás dos eventos climáticos extremos que temos vivenciado recentemente. O fenômeno, que acontece em uma frequência de dois a sete anos e dura cerca de 12 meses, aquece as águas do Oceano Pacífico, o que se reflete no aumento da temperatura global.

A Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que o calor dos oceanos e o derretimento das geleiras fizeram com que o nível do mar aumentasse 4,62 milímetros por ano entre 2013 e 2022. Com esse aumento, vêm as inundações que ameaçam comunidades que vivem perto do mar.

O que tem causado as mudanças climáticas?

Um documento da ONU sobre as causas e efeitos das mudanças climáticas aponta que a geração de eletricidade e calor pela queima de combustíveis fósseis – como carvão e petróleo – é responsável por boa parte das emissões globais. “No mundo todo, apenas um quarto da eletricidade é gerada por vento, sol e outros recursos renováveis que, ao contrário dos combustíveis fósseis, emitem pouco ou nenhum gás de efeito estufa ou poluente no ar.”

Outro ponto que contribui para a crise climática é a fabricação de produtos, considerada uma das maiores emissoras de gases de efeito estufa do planeta por conta da queima de combustíveis e de outros processos industriais. O dióxido de carbono, metano e outros gases de efeito estufa também são liberados na hora de produzir alimentos, quando há desmatamento para limpeza de terras, por exemplo. 

Mudanças no uso da terra resultam em um quarto das emissões no mundo todo. A ONU afirma que, se mantido o ritmo de destruição de 12 milhões de hectares de florestas por ano, isso afetará dramaticamente a capacidade global de redução das emissões. 

Além disso, o uso de transportes como carros, caminhões, navios e aviões, que precisam de combustíveis fósseis, também tem um impacto importante na crise climática. 

Como a mudança no clima vai nos afetar

O impacto da crise climática é observado de muitas formas. De acordo com a ONU, a crise afeta nossa saúde, nossa capacidade de cultivo de alimentos, nossa forma de habitar o planeta e nossa segurança. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indica que é preciso reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% até 2030, em comparação aos níveis de 2019. Somente assim será possível limitar o aumento da temperatura a 1,5°C  até o fim do século para evitar piores consequências e manter o planeta habitável

Como evitar as mudanças climáticas? 

A prevenção de mudanças climáticas é um dos maiores desafios enfrentados atualmente. A troca dos sistemas de energia de combustíveis fósseis para fontes renováveis, como energia solar e eólica, estão entre os caminhos apontados para reduzir a emissão de gases de efeito estufa – contribuindo para conter o aquecimento global. 

O Brasil leva vantagem nesse aspecto pela abundância de recursos naturais para a geração de energia renovável. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a energia hídrica corresponde a 49,9% da capacidade instalada na matriz elétrica, seguida pela solar fotovoltaica (15,8%) e eólica (12,2%). Atuam no país empresas como a AES Brasil, que trabalha exclusivamente com a geração de energia de fontes renováveis, colaborando para a redução das emissões de gases de efeito estufa de seus clientes. Mesmo com esforço, as consequências das mudanças climáticas já estão sendo observadas e vivenciadas. Por isso, é preciso uma adaptação para lidar da melhor forma possível com os impactos que já existem e com os que ainda virão.

Transformação digital, IA e inovação no setor de energia: conheça as tendências para 2024

A abertura do Mercado Livre de Energia demanda soluções inovadoras para reduzir custos, aproximar comercializadoras e clientes e tornar a rede elétrica mais eficiente, renovável e tecnológica. Esses e outros temas estão no radar das tendências para o setor elétrico em 2024, impulsionados pelos avanços em análise de dados e inteligência artificial.

Para traçar um cenário da transformação digital do setor, o blog conversou com a gerente de P&D e Inovação da AES Brasil, Julia da Rosa Howat Rodrigues. “A transformação digital no setor de energia no Brasil está em ascensão, promovendo eficiência operacional, sustentabilidade e serviços personalizados”, diz Julia. Confira:   

Quais tendências merecem destaque em inovação no setor de energia em 2024? 

A digitalização do setor é uma delas, com certeza. Com a abertura de mercado, desponta a necessidade de trazer maior inteligência, por meio de soluções tecnológicas e inovadoras, para aproximar clientes e comercializadoras e reduzir custos. A transformação digital busca tornar a rede elétrica mais eficiente, renovável e tecnológica, o que inclui a implementação de redes inteligentes, que permitem aos consumidores gerenciar o consumo em tempo real — e impulsiona as comercializadoras para além da compra e venda de energia.

Os avanços em inteligência artificial (IA) e análise de dados permitirão ganhos crescentes no mercado livre, onde os comercializadores terão acesso a mais informações, podendo criar produtos específicos que atendam às particularidades do uso de energia de cada cliente.

Outra forte tendência é a eletrificação do consumo, especialmente no setor de transportes, vista como crucial para atingir metas de redução de emissões [de gases de efeito estufa]. Apesar dos desafios, avanços tecnológicos e pressões ambientais aumentam a urgência na mudança de paradigma.

O hidrogênio verde também merece atenção, pois é visto como um catalisador para a transição energética mais rápida — especialmente nos setores de difícil descarbonização. Ele é considerado fundamental para a reestruturação do setor elétrico e está incluído no Plano Nacional de Energia 2050. Com a regulamentação dos mercados de carbono e de hidrogênio, em discussão no Brasil, o tema ganha relevância. 

A transformação digital do setor elétrico está avançando no país? Em quais áreas especialmente? 

Com certeza, principalmente quando falamos de dados. Até pouco tempo atrás, não se tinha acesso a sistemas de armazenamento de grande volume de dados. Hoje, já é possível o armazenamento em nuvem de grandes históricos de dados que são coletados e processados em intervalos muito curtos, até mesmo de segundo em segundo, o que traz infinitas possibilidades de desenvolvimento, seja para análise da operação ou até para aplicação de IA na previsibilidade e antecipação de eventos.

O uso de tecnologias como Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) tem impulsionado o rápido crescimento de dispositivos ativos — que coletam dados e respondem de forma inteligente ao usuário —, estimando-se mais de 25,4 bilhões até 2030. 

A digitalização está abrindo novas oportunidades e promovendo uma mudança significativa no setor de energia. Empresas adotam soluções digitais para otimizar processos, desde a geração de energia até a gestão da demanda, destacando avanços como medidores inteligentes, uso de sensores e inteligência artificial. 

Especialmente no setor de energias renováveis, a digitalização contribui para maior produtividade, redução de custos e diminuição das emissões. Microrredes e comunidades energéticas descentralizam a geração e distribuição de energia, enquanto redes inteligentes incorporam medidores inteligentes para automatizar a coleta de dados e otimizar o equilíbrio entre oferta e demanda de energia renovável. 

Relatórios indicam que a digitalização pode gerar economia de 20% em despesas operacionais, além de ganhos de 20% a 40% em produtividade, segurança e compliance. 

Quais são os principais desafios à inovação no setor de energia atualmente?

A integração eficiente de inovações com o sistema atual é crucial para impulsionar a transição energética, além de expandir e aprimorar a infraestrutura de comunicação para garantir a transmissão rápida e segura de dados entre os dispositivos e sistemas da rede inteligente. O uso de tecnologias como blockchain necessita do envolvimento de agentes como a câmara de comercialização [CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica], as concessionárias e a agência reguladora [Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica] para trazer padronizações para todo o mercado.

No tema da regulamentação, os mercados de hidrogênio e carbono aguardam definições para alavancarem e viabilizarem investimentos à medida que diferentes certificações surgem baseados em interesses locais.

Tecnologias como a inteligência artificial já são uma realidade no setor? Como elas contribuem para a inovação?

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) utiliza modelos de inteligência artificial para prever carga, vazão, vento, entre outros, desempenhando um papel crucial na antecipação de eventos. Essa abordagem melhora a preparação da operação, permitindo maior previsibilidade e otimização da rede elétrica, incluindo previsão de demanda, detecção de comportamentos atípicos e identificação de falhas em tempo real.

Na operação e manutenção de usinas, os modelos de IA podem otimizar paradas de máquinas, reduzindo custos e aumentando a eficiência operacional. Do lado da demanda, a aplicação de IoT facilita o monitoramento e gerenciamento eficazes da energia, com medidores inteligentes e conectividade acessível, proporcionando farto acesso à informação.

Como a AES Brasil se situa no contexto da inovação no setor de energia nacional?

Nos últimos 10 anos, a AES Brasil investiu mais de R$ 90 milhões em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, sendo a primeira empresa do setor a utilizar recurso regulado da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para investir em startups. Sempre com foco no cliente, nosso portfólio de inovação busca oferecer novos produtos que auxiliem na jornada de descarbonização. Também trazemos autonomia na gestão de consumo, de forma mais eficiente e reduzindo custos, além de buscar novas tecnologias para melhorias operacionais, oferecendo, assim, uma energia limpa e segura.

A empresa segue investindo em parceria com startups, universidades, centros de pesquisa e demais agentes de inovação. Queremos explorar todas as oportunidades e desenvolver novos negócios que contribuam com o futuro do setor. 

O que é blockchain e para que serve?

O blockchain é uma tecnologia de registro digital onde as transações são armazenadas de forma transparente, imutável e descentralizada. Em vez de depender de uma autoridade centralizada, como um banco ou governo, o blockchain é mantido por uma rede de computadores interconectados que validam e registram as transações. Os dados são organizados em blocos interligados, formando uma cadeia, daí o nome “blockchain”, e uma vez que uma transação é registrada em um bloco, ela não pode ser alterada ou excluída sem o consenso da maioria dos participantes da rede, tornando o blockchain extremamente seguro contra fraudes.

Como desenvolver a transição energética no Brasil com contratos de longo prazo e de autoprodução no Mercado Livre de Energia

Parte do grupo de países com maior capacidade de geração de energia limpa e renovável, o Brasil já está um passo à frente quando o assunto é a transição energética. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 84,12% da matriz energética nacional é composta por fontes renováveis — como hídrica, eólica, solar e biomassa. 

Potencializar o uso de energia mais limpa é um dos caminhos para a descarbonização da economia, essencial para ajudar a frear os efeitos das mudanças climáticas, que já são sentidos ao redor do mundo. 

Na indústria e entre as grandes empresas, esse movimento é notado no aumento de PPAs (Power Purchase Agreement), e de projetos de autoprodução no Mercado Livre de Energia — quando o consumidor assume maior protagonismo, sendo parceiro na construção de parques eólicos. 

Além das vantagens econômicas dessas modalidades para os consumidores eletrointensivos, na autoprodução, as empresas ainda contribuem para aumentar o número de unidades geradoras que usam fontes renováveis no sistema elétrico nacional. 

Essa foi a escolha da BRF, maior produtora de proteína animal do mundo e cliente da AES Brasil. Cleverton Borchardt, gerente de Recursos Energéticos da empresa, conta que a questão econômica foi a base para a escolha da autoprodução, mas que a sustentabilidade também foi um fator importante. 

“Eram compromissos futuros que já pretendíamos assumir, mas que se tornaram essenciais. Afinal, quanto vale usar energia limpa na sua cadeia de produção? Nós sabemos que o mundo precisa abraçar esses protocolos, porque todos nós somos responsáveis por sustentar o planeta.”

Como funcionam os PPAs

São contratos bilaterais de venda de energia com duração de, aproximadamente, 15 a 20 anos. Geralmente, estão atrelados a um ativo específico de energia renovável — parque eólico ou usina solar, por exemplo — e têm preço pré-fixado em acordo entre gerador/comercializador e o cliente. 

Como funciona a autoprodução

São um tipo de contrato de longo prazo, com a diferença de que “nesse caso, a empresa não está comprando energia de uma geradora/comercializadora, ela se torna sócia”, explica o diretor-executivo Comercial da AES Brasil, Rodolfo Lima. 

A empresa obtém autorização para se tornar um produtor de energia elétrica e pode implementar e explorar um empreendimento — geralmente em parceria com uma geradora. A produção de energia do ativo é destinada às demandas do autoprodutor. 

O que as empresas ganham com os PPAs ou autoprodução de energia?

  • Maior previsibilidade dos gastos com energia, pois os valores são prefixados. O preço tem mais relação com o custo da geração do que com o valor de mercado, o que resulta na redução de custos.
  • No caso da autoprodução, é possível ter isenção de alguns encargos, o que reduz o custo final de energia. Além disso, determinados projetos têm descontos de 50% nas taxas de uso da estrutura distribuidora (TUST/TUSD).
  • Segurança de fornecimento, pois os contratos são feitos com empresas com experiência na geração de energia. 
  • Flexibilidade. Rodolfo Lima explica que os contratos de longo prazo são altamente customizáveis. “Ele pode ter várias especificidades, como sazonalização diferente, flexibilidade, modulação e estar vinculado a certificados de energia limpa”, exemplifica.

Autoprodução de energia está em crescimento

O executivo aponta que, pela baixa complexidade, os PPAs ainda são mais comuns entre as empresas, mas a modalidade de autoprodução está ganhando mais espaço. 

“Muitos consumidores têm procurado a autoprodução pela segurança de fornecimento, pois nesse modelo o cliente tem um parque que gera energia vinculado ao seu contrato.” O modelo proporciona independência energética, já que o consumidor não fica preso às flutuações de mercado ou cortes de energia. Quer saber mais sobre os contratos de longo prazo? Acesse o nosso site.

Qual a diferença entre energia limpa e energia renovável?

Quando se fala em sustentabilidade e preocupação ambiental diante dos desafios climáticos que o planeta vem enfrentando, entram em destaque dois conceitos: energia renovável e energia limpa. Atualmente, esses termos estão no centro do debate mundial pela redução do uso de combustíveis fósseis como forma de frear o aquecimento global. 

Afinal, fontes limpas e renováveis estão no sentido contrário dos chamados combustíveis fósseis,  provenientes de fontes que se esgotam e que emitem CO2  na sua queima – como petróleo, carvão e gás. E, nos dois conceitos, a característica de redução de impacto está presente nas etapas de produção de energia elétrica, principalmente nas emissões de gases causadores de efeito estufa, segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). 

No entanto, embora possam parecer sinônimos à primeira vista, energia renovável e energia limpa têm algumas diferenças importantes. 

A energia renovável é obtida a partir de fontes naturais e que não se esgotam totalmente com o uso, como hídrica, eólica e solar. Porém, no processo de geração, pode haver impactos ambientais. 

Já para ser considerada energia limpa, não pode haver, ao ser gerada a eletricidade, liberação de gases de efeito estufa na atmosfera, e os impactos ambientais causados devem ser mínimos e de fácil mitigação. Nesse sentido, especialistas consideram a energia eólica e solar como os melhores exemplos de energia limpa.

Em resumo, uma fonte de energia pode ser limpa e renovável, como a energia solar e eólica. Mas uma fonte de energia renovável não é, necessariamente, considerada limpa, por causar impactos ambientais consideráveis – é o caso da biomassa, que pode liberar gases de efeito estufa. E uma energia limpa não será, necessariamente, renovável – como a nuclear.

Energias renováveis no Brasil e no mundo

Segundo o Balanço Energético Nacional (BEN), do Ministério de Minas e Energia, a participação das energias renováveis na matriz elétrica brasileira ficou em 87,9% em 2022

A Enerdata, consultora que publica anualmente estudos sobre a produção e consumo de energia, lançou em 2022 uma pesquisa sobre a oferta e participação das energias renováveis nos países. O estudo aponta que 30% da eletricidade consumida no mundo vêm de fontes renováveis. Aumentar esse consumo é fundamental para frear as mudanças climáticas, que têm resultado em eventos naturais extremos como enchentes e secas. 

A pesquisa traz ainda o top 10 países com maior oferta de energia renovável no mundo – o Brasil ocupa a 2ª posição, com 89,2%, atrás apenas da Noruega, com 98,5%. O ranking segue com Nova Zelândia (86,6%), Colômbia (75,5%), Canadá, (68,8%), Suécia (68,5%), Portugal (61%), Chile (54,6%), Alemanha (44,4%) e Reino Unido (43,3%). Neste top 10 não aparecem as duas maiores economias do globo, que são Estados Unidos e China. 

Mesmo com grande oferta de fontes renováveis em sua matriz energética, o Brasil aparece como 18º colocado em outro ranking, o Renewable Energy Country Attractiveness Index (RECAI) de junho de 2023. O relatório semestral classifica, desde 2003, os 40 países com mercado mais atrativo em fontes renováveis. 

A diferença na posição do Brasil em relação ao ranking da Enerdata se explica pelo fato de o RECAI considerar também itens como atividade econômica, facilidade em fazer negócios e o clima de investimentos nos mercados. Aparecem no topo do RECAI, nessa ordem: Estados Unidos, Alemanha, China Continental, Reino Unido e França. 

Entre os destaques apontados pelo RECAI com maior atratividade estão a Alemanha, que está expandindo o uso da energia solar fotovoltaica como estratégia para descarbonização. 

A Holanda, em 9º, anunciou um pacote de 30,7 milhões de dólares que será usado para alcançar as metas climáticas até 2030. Outro país bem colocado é o Canadá, em 12º lugar, que tem planos para projetos eólicos até 2026. Acesse o relatório completo (em inglês) para saber mais. 

Vantagens do consumo de energia renovável para as empresas

Optar por consumir energia elétrica de fontes renováveis tem diversas vantagens para empresas que buscam se destacar no mercado por meio de práticas sustentáveis. Nos últimos anos, investidores, sociedade e clientes têm aumentado a cobrança por negócios que atuem na redução das emissões de CO2, contribuindo para mitigar os danos causados pelas mudanças climáticas. 

Trata-se do processo de descarbonização da economia, que se tornou uma emergência global. Com a redução das emissões, optar pelas renováveis também ajuda a reduzir a poluição do ar e das águas, além de proteger a biodiversidade e os ecossistemas naturais. Isso porque produzir energia a partir de fontes fósseis contribui para a degradação do meio ambiente. 

A energia produzida a partir de fontes renováveis também custa menos, pois não precisa de combustíveis para funcionar. O Mercado Livre de Energia é uma opção atrativa para as empresas que querem ter economia e também mais sustentabilidade. Acesse nossa página se quiser saber mais. 

Como comprovar o consumo de energia renovável?

Para comprovar o consumo de energia elétrica renovável por parte de uma empresa existem os RECs (International Renewable Energy Certificate). Esses certificados têm validade internacional e rastreabilidade que comprova a origem de fontes renováveis da energia consumida. 

Cada certificado equivale a 1 MWh (megawatt-hora) de energia renovável consumida. Esses documentos são fundamentais para as empresas que buscam certificações internacionais de sustentabilidade. Acesse nossa página sobre RECs para saber mais. 

Com 25 anos de atuação no setor elétrico brasileiro produzindo apenas energia de fontes renováveis, a AES Brasil mantém seu foco na contribuição para uma matriz energética sustentável, segura e com alta confiabilidade. 

O mesmo cuidado se reflete nas iniciativas para reduzir os impactos de sua atuação. Desde 2020, a corporação neutraliza, anualmente, as emissões de CO2 provenientes da sua produção. Em 2023, a AES Brasil neutralizou 100% das emissões históricas de gases de efeito estufa – considerando todo o período de operações desde 1999.

Fontes:

https://assets.ey.com/content/dam/ey-sites/ey-com/en_gl/topics/power-and-utilities/ey-recai60-top40-ranking-v2.pdf

https://yearbook.enerdata.net/renewables/renewable-in-electricity-production-share.html

O que muda no Mercado Livre de Energia em 2024 com a abertura para clientes de alta tensão?

O Mercado Livre de Energia iniciou o ano de 2024 em ritmo acelerado — as novas regras começaram a valer no dia 1º de janeiro. Agora, todas as empresas conectadas à alta tensão ou atendidas pelas redes subterrâneas, conhecidas como Grupo A, podem escolher ingressar no ambiente de contratação livre. Esses novos clientes precisam ser representados por um comercializador varejista.  

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou que, só na primeira semana da nova regra, quase 13 mil consumidores optaram pela migração e fizeram o pedido em suas distribuidoras. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) estima que ocorram mais de 25 mil migrações até o final de 2024. 

Neste mercado, o cliente decide de quem quer contratar energia, diferentemente do mercado regulado. Ao todo, 165 mil empresas, como padarias, supermercados e hospitais, com contas de energia de R$ 5 mil, em média, já podem optar por fazer a migração para o Mercado Livre de Energia.

Até a mudança, o mercado livre contava com aproximadamente 38 mil unidades consumidoras — aquelas com demanda superior a 500 kW, como grandes indústrias e metalúrgicas — conforme os dados da CCEE, responsável por regulamentar as transações no ambiente de contratação livre.

Como era antes da abertura?

Até dezembro de 2023, consumidores do Grupo A com demanda inferior a 500 KW estavam atrelados ao Ambiente de Contratação Regulado (ACR), também conhecido como mercado regulado ou cativo. Eles tinham como única opção comprar energia da distribuidora de sua região, ficando sujeitos às bandeiras tarifárias e às possíveis revisões da Aneel, por exemplo. A nova regra veio com a divulgação da Portaria 50/2022, do Ministério de Minas e Energia, no fim de 2022.

Como funciona o ambiente de contratação livre? 

No Mercado Livre de Energia, o consumidor pode escolher de qual fornecedor quer comprar energia. Isso torna o ambiente competitivo, permitindo negociar diretamente preços, prazos e condições. Valores e índices de ajuste anual ficam definidos em contrato, dando maior previsibilidade com os gastos de energia das empresas. O consumidor pode, ainda, escolher o tipo de energia que quer comprar, com opções de fontes 100% renováveis.   

O que é um comercializador varejista?

O comercializador varejista é uma comercializadora e/ou geradora de energia que está autorizada a atuar na contratação e que fica responsável por fornecer a energia aos clientes no mercado livre. É ele que representa o consumidor na CCEE e cuida das transações comerciais definidas em contrato.

Quais são as vantagens de ser representado por um comercializador varejista?

Com um comercializador varejista, a empresa migra sem burocracia e de forma mais segura, pois passa a contar com especialistas em Mercado Livre de Energia. A partir de uma análise do perfil de consumo, da sazonalidade e da tarifa do uso da distribuição local, é possível desenhar contratos sob medida para as necessidades do consumidor. Também são definidas estratégias para a contratação de energia da forma mais eficiente e vantajosa para o tipo de negócio do cliente. 

Algumas geradoras, como a AES Brasil, também oferecem aos seus clientes a possibilidade de contratar energia já com certificados de energia renovável. Conhecidos como RECs, são documentos rastreáveis e comprovam para clientes, mercado e plataformas de certificação ambiental o uso de energia renovável pela empresa.

O que são energias de fontes renováveis?

É toda energia produzida a partir de fontes naturais e que não se esgotam totalmente com o uso. Entre as fontes de energia renovável mais conhecidas estão a hídrica, a eólica e a solar. Empresas que escolhem consumir energia elétrica de fontes renováveis contribuem para a redução da emissão de gases de efeito estufa e, consequentemente, para a mitigação das mudanças climáticas.

Qual a diferença entre energia convencional e energia incentivada?

No mercado livre, existe uma categorização da energia comercializada — ela pode ser convencional ou incentivada.  Entenda a diferença: 

Energia convencional: gerada por usinas de maior porte — a partir de 30 MW ou mais, a depender da fonte e da data de autorização da usina — e pode ser de fontes renováveis ou não. 

Energia incentivada: É um tipo de energia mais sustentável, obtida exclusivamente a partir de usinas que utilizam fontes renováveis. São exemplos de energia incentivada a solar, a eólica e aquela gerada em pequenas usinas hidrelétricas. Os consumidores de energias incentivadas podem ter descontos de 50% a 100% na Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Distribuição (TUSD).
Na AES Brasil, oferecemos soluções sob medida para atender às diferentes necessidades dos clientes, sempre com foco na sustentabilidade. Há 25 anos, atuamos no setor elétrico nacional e produzimos energia 100% de fontes renováveis. Tem interesse em migrar para o Mercado Livre de Energia com a AES Brasil? Acesse nossa página e fale com nossos especialistas.

Como o Mercado Livre de Energia pode impulsionar as metas ESG da sua empresa

As práticas ESG – Ambientais, Sociais e de Governança, na sigla em inglês – têm ganhado espaço e importância nas corporações. Esse boom da temática dentro das estratégias empresariais, independentemente do porte ou setor de atuação, se explica pelo aumento das exigências e diligências do mercado financeiro, de agências de classificação de risco de crédito e dos próprios clientes por melhor gestão de impactos. 

“Onde um banco vai alocar o seu recurso? Qual empresa um cliente vai escolher para estabelecer uma parceria duradoura? Numa empresa que, de fato, seja um negócio sólido, que reduza seus impactos negativos e aumente seu legado positivo, tendo olhar para todos os públicos com os quais ela se relaciona”, afirma a gerente de ESG da AES Brasil, Andrea Santoro. A governança do desempenho socioambiental e gestão de riscos e se tornou imperativo de negócios. 

“Significa que uma empresa é socialmente justa, economicamente viável e que tem práticas relacionadas ao meio ambiente que protegem e preservam os recursos naturais”, completa Andrea.

Mas, o que o Mercado Livre de Energia tem a ver com ESG? Tudo. Pois um aspecto essencial para impulsionar essas metas é o consumo de energias renováveis. 

No mercado livre, além de economizar na fatura, o consumidor pode optar pela compra de energia proveniente de fontes 100% renováveis — como eólica, hídrica e solar —, que são mais limpas e reduzem a emissão de CO2 na atmosfera, principal responsável pelas mudanças climáticas. 

A AES Brasil, por exemplo, além de gerar apenas energia de fontes renováveis para comercialização no mercado livre, ainda possibilita aos clientes a aquisição dos RECs — certificados que comprovam o consumo de energia renovável. Esses certificados são rastreáveis e podem ser apresentados a organizações internacionais que concedem selos de sustentabilidade, como GHG Protocol e LED. Os RECs são oferecidos de acordo com os objetivos de cada cliente na área ambiental.  

Videocast Energia em Foco: assista ao episódio sobre Mercado Livre de Energia e ESG:

Matriz brasileira favorece a transição energética

Quando se fala em energia elétrica, a matriz brasileira — ou seja, o conjunto de fontes utilizadas na geração de eletricidade no país — tem grandes diferenciais em relação ao resto do mundo. Andrea explica que, enquanto na média mundial, 70% da energia provém de fontes não-renováveis e 30% de renováveis, no Brasil temos cerca de 85% da matriz elétrica renovável. 

Conforme dados do último Boletim Mensal de Energia divulgado pelo Ministério de Minas e Energia, até setembro de 2023, a proporção de renováveis na oferta interna de energia no país tinha aumentado 48,8% em relação ao ano anterior. Considerando apenas as usinas eólicas, entraram em operação no período 3.321,9 MW de potência, valor 95% maior do que o acumulado em 2022 para o mesmo período. 

Para Andrea Santoro, isso demonstra que a transição energética está acontecendo, e que os investimentos em energias renováveis estão alcançando as necessidades apresentadas pelos desafios globais. 

“Junto vêm as soluções e os produtos que as empresas podem adquirir. Existem muitas soluções possíveis como estratégia para descarbonização das empresas, mas cada uma delas precisa escolher qual prefere”, explica a gerente. 

Entre os grandes players do mercado que já incorporaram as energias renováveis em sua estratégia ESG está a Suzano, maior fabricante de celulose do mundo e cliente da AES Brasil. 

A empresa é ativa no mercado livre e, segundo Paulo Henrique Squariz, gerente-executivo de Energia da empresa, parte da energia consumida já é produzida pela própria Suzano com um resíduo da madeira chamado licor negro. “Toda a visão da empresa é de consumir energia renovável a partir de fornecedores que tenham, evidentemente, energia limpa para que isso entre no nosso portfólio de forma limpa e renovável”, afirma. 

Ele aponta que a sociedade e os consumidores exigem uma participação mais ativa das corporações quando o assunto é meio ambiente. “Na Suzano, a sustentabilidade é a nossa grande estratégia”, conclui. 

Compromissos ESG

A AES Brasil assumiu os Compromissos ESG 2030, que são metas de longo prazo – algumas já alcançadas. Por exemplo, a de se tornar empresa carbono neutra. Um estudo recente levantou as emissões históricas de gases de efeito estufa da companhia, desde o início das operações no país, em 1999, e elas foram neutralizadas. Após isso, a AES Brasil mantém, a cada ano, a neutralização das emissões provenientes de todas as atividades da empresa, considerando tanto as emissões diretas quanto as indiretas — chamadas de Escopos 1, 2 e 3. 

“Temos outros objetivos a serem alcançados, e um deles é nos tornarmos carbono positivo, além de aumentar o reflorestamento de Mata Atlântica, do Cerrado e de outros biomas”, antecipa Andrea Santoro, gerente de ESG da AES Brasil.

Como é produzida a energia eólica: entenda o funcionamento de um parque eólico na prática

O Brasil tem um vasto potencial quando se fala em geração de energia eólica – um tipo de energia renovável, que não gera gás carbônico e é considerada mais barata que as demais fontes. 

Ao todo, o país tem 26 GW de capacidade instalada em 916 parques eólicos. Eles estão presentes em 12 estados, mas concentram-se, principalmente, no Nordeste. São mais de 10.178 aerogeradores em funcionamento, conforme dados da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias).

Na AES Brasil, temos em operação 9 complexos eólicos com capacidade instalada de 2.194 MW. Entre eles está o Complexo Eólico Tucano, na Bahia, inaugurado em outubro de 2023 e o primeiro do país com uma equipe de operação local formada apenas por mulheres.

Como é produzida a energia eólica?

Para produzir energia eólica, é preciso um sistema aerodinâmico, o aerogerador. Ele é formado por 3 grandes partes

Rotor: conjunto das três pás que se movem com a força do vento

Nacelle: é uma espécie de caixa que abriga os sistemas –  o multiplicador e o gerador – que vão transformar vento em energia elétrica

Torre: estrutura que suporta o conjunto Rotor + Nacelle e por onde passam os cabos que vão transportar a energia em média tensão

Por dentro da transformação

1. É dentro da nacelle que acontece a grande transformação. Quando o rotor se move com a força dos ventos, movimenta também o eixo principal. A energia produzida pelos giros passa pelo multiplicador e chega ao gerador, onde se transforma em energia elétrica.

2. A energia elétrica em média tensão desce pelos cabos que passam no interior da torre e chegam nas subestações por meio das redes de média tensão até a subestação de energia elétrica.

3. Nas subestações, a energia é elevada para alta tensão e transmitida até próximo à carga, onde passa por transformação novamente para média tensão e é distribuída  para ser usada pelos consumidores.

Saiba mais

Existem diferentes formatos de rotores: eles podem ter 2, 3 ou 4 pás. Confira a diferença entre eles:

2 pás

É mais econômico, porém exige mais velocidade para gerar a mesma quantidade de energia que os rotores de mais pás. Por conta disso, pode ser mais instável e gerar mais ruído.

3 pás

Oferece um equilíbrio entre a eficiência ao capturar o vento e a estabilidade da estrutura da torre. As 3 pás são mais eficientes ao capturar a energia do vento. Além disso, simplificam o processo de fabricação, instalação e manutenção, o que contribui para custos operacionais mais baixos do que as turbinas de mais pás. Esse modelo é o mais usado no país, que segue os mesmos padrões da indústria mundial.

4 pás

A busca por melhorias na tecnologia eólica continua com estudos e experimentos para explorar designs alternativos. Dentro dessa busca, o formato com 4 pás foi testado, mas foi considerado menos eficiente que os demais e com custos mais elevados.

A importância da energia eólica

Além de ser produzida a partir de fonte renovável – o vento -, a energia eólica também é considerada pelos especialistas como um dos melhores exemplos de energia limpa, pois não libera gases de efeito estufa na atmosfera durante sua produção. 

Conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a energia eólica representa 12,9% da capacidade instalada no Sistema Interligado Nacional (SIN) em 2023. A expectativa é que, em 2027, esse número aumente para 14,7%.

A potência dos ventos do Nordeste

O grande destaque na geração de energia eólica no país é o Nordeste. A capacidade instalada na região, contando com a energia solar fotovoltaica, é de 28,3 gigawatts (GW), o que equivale a 82,6% da energia eólica e solar do Brasil. 

E o potencial do Nordeste continua crescendo. Juntos, os estados da região somam 10 GW em projetos em fase de construção e 79,7% das novas instalações que devem entrar em operação no país, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Com condições climáticas como ventos intensos e constantes, extensas áreas de terras propícias para a instalação de parques eólicos, o Nordeste poderá liderar a produção de energia eólica – e solar – na próxima década.

Fontes:
ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias)

ONS (Operador do Sistema Nacional)

GASCH, Robert; TWELE, Jochen (Ed.). Wind power plants: fundamentals, design, construction and operation. Springer Science & Business Media, 2011.

MARQUES, Jeferson et al. Turbinas eólicas: Modelo, análise, e controle do gerador de indução com dupla alimentação. 2004.

É fácil? Descubra como migrar para o Mercado Livre de Energia

Agora, todas as empresas ligadas à alta tensão podem optar por comprar energia elétrica no ambiente de contratação livre – também chamado de Mercado Livre de Energia. 

Quer escolher o seu fornecedor e ter liberdade para negociar preços e prazos? Aqui está um guia completo que vai ajudar você a migrar seu negócio da melhor forma – com mais vantagens e menos riscos.

Assista ao videocast Energia em Foco sobre como é migrar pro Mercado Livre de Energia:

O que é o Mercado Livre de Energia? 

É um ambiente competitivo no qual as empresas têm liberdade de escolher o fornecedor de energia elétrica, negociar diretamente preços e prazos e fechar contratos mais flexíveis.

Quem pode migrar?  

Todos os consumidores ligados à rede de alta tensão, também chamado de Grupo A. Se a demanda for menor do que 500 kW, o cliente precisa ser representado por um comercializador varejista na CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), que regulamenta as operações no Mercado Livre de Energia.

Qual o passo a passo para entrar no Mercado Livre de Energia

O processo de migração para o Mercado Livre de Energia por empresas ligadas à alta tensão com consumo abaixo de 500 kW  será feito por uma comercializadora escolhida pelo cliente. Após a contratação, é realizado um gerenciamento de gastos e definição de estratégia para contratação de energia. Caso opte pela AES Brasil, você poderá contar com todo o suporte no processo de migração, pois cuidamos da burocracia, representamos sua empresa na CCEE e gerenciamos o contrato de energia do seu negócio.

Lembre-se!
O apoio e a orientação de um comercializador são fundamentais para que a migração seja feita com mais facilidade e segurança.

Como consumidor, o que preciso fazer para migrar?

Todo o processo de adesão é feito pelo comercializador varejista, e o consumidor migra sem burocracia. O preço e a forma de reajuste anual são combinados entre quem fornece e quem consome. Ao decidir pela migração, a empresa deve informar a atual distribuidora de energia com no mínimo 6 meses de antecedência do encerramento do contrato.

“No início, assusta um pouco. São necessários muitos estudos e há muitas dúvidas. Se você não tiver uma empresa com uma estrutura técnica boa, de credibilidade, você fica em dúvida se os valores [de economia] que estão sendo mostrados são corretos. Mas, definido pela migração, o processo em si foi bem fácil, rápido e com todo apoio técnico, comercial e burocrático”

Valter Saka
Gerente de Manutenção Industrial da Sansuy S.A, cliente da AES Brasil no Mercado Livre de Energia

Ainda tem dúvidas? Acesse migremercadolivre.com.br

Hidrogênio verde no Brasil: custo de produção pode cair até 51% com incentivos

Otimizações técnicas, incentivos fiscais e regulatórios podem reduzir em mais da metade o custo de produção no Brasil do hidrogênio verde (H2V) – uma das apostas para minimizar as emissões de gases de efeito estufa em setores com difícil descarbonização, como transporte aéreo, marítimo, aço, fertilizantes e outros.

A informação é da consultoria do setor de energia renovável CELA (Clean Energy Latin America), que lançou o primeiro índice que mede o custo da produção do H2V, chamado de LCOH. Segundo o índice, em agosto de 2023, o custo para produção estava entre 2,87 e 3,56 dólares por quilo, dependendo da localização do projeto (os locais não foram detalhados no estudo).

Com os incentivos e a melhora técnica, os valores podem chegar à faixa de 1,69 a 1,86 dólares por quilo, altamente competitivos em relação ao hidrogênio cinza – produzido a partir da queima de combustíveis fósseis. Em agosto de 2023, o custo deste estava na faixa de 2,93 dólares por quilo.

Brasil tem potencial de mercado

Ainda de acordo com o índice, o Brasil tem potencial para se destacar na produção e consumo do hidrogênio verde, devido à alta capacidade para gerar energia renovável, principalmente eólica e solar. 

“O Brasil tem um potencial gigantesco de liderar esse novo mercado. As principais razões para isso são a disponibilidade de energia elétrica renovável e as características regionais. Além dos recursos hídricos abundantes e a dimensão do território, a oferta de sol e vento são fatores determinantes.” 

Alison Camargo, gerente de Hidrogênio Verde da AES Brasil

Além disso, o país tem o custo das energias renováveis competitivo em relação ao restante do mundo e possui as chamadas Zonas de Processamento de Exportação (ZPE), que são áreas de livre comércio com o exterior, com incentivos fiscais.

O que é o hidrogênio verde?

É um tipo de hidrogênio produzido a partir da divisão de moléculas de água, separando seus átomos de hidrogênio do átomo de oxigênio por meio de uma corrente elétrica gerada por fontes renováveis – como eólica, solar ou hídrica -, sem a emissão de gás carbônico. 

O H2V pode ser usado na indústria, na geração de energia elétrica e para abastecer veículos. Um estudo divulgado pela assessoria Deloitte aponta que “o hidrogênio verde pode redesenhar o mapa global de energia até o final da década, criando um mercado de US$ 1,4 trilhão por ano até 2050”.

“O hidrogênio verde pode ser utilizado em diversos processos industriais, seja como matéria prima, substituindo o hidrogênio cinza, ou como combustível substituindo as rotas fósseis como o gás natural e o carvão. Ele é um importante viabilizador da transição energética global, principalmente na descarbonização das operações de grandes segmentos industriais de como fertilizantes, mineração, siderurgia, aviação e transporte pesado.”

Alison Camargo, gerente de Hidrogênio Verde da AES Brasil

Matriz energética 

Um Projeto de Lei quer incluir o hidrogênio verde na Política Nacional Energética como elemento da matriz energética brasileira, com regulação própria. A proposta está em tramitação na Câmara dos Deputados e será analisada pelas comissões de Minas e Energia e de Constituição, Justiça e Cidadania.

A AES Brasil já iniciou estudos para a viabilidade de produção de H2 verde no Porto de Pecém, no Ceará, em uma área de 80 hectares. “A operação poderá chegar aos 2 GW de energia renovável, alcançando a produção de até 800 mil toneladas  de amônia verde por ano. O projeto prevê o início da operação comercial antes de 2030”, aponta Alison.

Acesse o informe completo do índice LCOH Brasil, da CELA.