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Indústria química brasileira avança com soluções sustentáveis e pode liderar ‘produção verde’ 

Em um cenário em que as importações seguem causando impacto, a indústria química brasileira teve um papel significativo na economia nacional em 2023. O setor, que tem no processo de descarbonização e nas soluções sustentáveis uma oportunidade de protagonismo, representa 11% do PIB industrial, tem a terceira maior participação na indústria de transformação e ocupa a sexta posição no ranking das maiores indústrias químicas do mundo, de acordo com relatório da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O faturamento líquido foi de US$ 167,4 bilhões — queda de 13,7% em relação a 2022.

O segmento de Químicos Industriais, que fabrica produtos para indústrias de diversas áreas, liderou o faturamento do setor em 2023, chegando a US$ 60 bilhões, seguido por Produtos Farmacêuticos com US$ 34 bilhões e fertilizantes com US$ 25,5 bilhões. Os volumes de produção apresentaram redução de 8,75% em comparação ao ano anterior e de 18% em relação a 2016, a maior queda da série histórica.

O saldo da balança comercial da indústria química teve uma diminuição de 25,4% em comparação ao ano anterior. O aumento de 3,5% nas importações e a redução de 9,5% nas exportações contribuíram para o declínio, impactado pelos preços baixos dos produtos importados.

Participação no Mercado Livre de Energia

A participação do setor no Ambiente de Contratação Livre (ACL) de energia elétrica é relevante, ocupando o quinto lugar, por ramo de atividade, e o quarto no consumo entre os segmentos industriais, atrás apenas dos setores de Metalurgia e Produtos de Metal, de Alimentos e de Minerais. 

Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o consumo do ramo de Químicos foi afetado negativamente (-1,7%) devido a uma menor taxa de produtividade, impactada pelo aumento das importações. 

Desempenho sólido

Apesar dos desafios enfrentados com a concorrência de produtos importados e o déficit na balança comercial, o desempenho da indústria química brasileira em 2023 foi sólido. O setor é o maior arrecadador de tributos federais, contribuindo com R$ 30 bilhões, o que representa 13,1% do total arrecadado pela indústria.

Os investimentos também foram significativos, com US$ 1,4 bilhão programado até 2027. Isso será importante para manter a competitividade e fomentar a inovação, especialmente em um cenário global onde a descarbonização e as soluções sustentáveis, como a eficiência energética, ganham cada vez mais importância.

Química verde e potencial da bioeconomia

A necessária transição para uma economia mais sustentável e para a descarbonização é um caminho inevitável. Com uma matriz energética predominantemente renovável, o Brasil tem a oportunidade de liderar no cenário global a química verde, que envolve o uso de matérias-primas renováveis, redução do consumo de água, maior eficiência energética e a reutilização de resíduos.

Empresas brasileiras estão na vanguarda desses processos, desenvolvendo produtos a partir de fontes sustentáveis. Os exemplos incluem a produção de álcool a partir da cana-de-açúcar e a fabricação de plásticos com eficiência máxima e desperdício mínimo.

As perspectivas para a indústria química brasileira são promissoras. A bioeconomia oferece um vasto potencial para o desenvolvimento de bioprodutos e biocompostos como soluções sustentáveis para substituir os produtos químicos tradicionais. A utilização de biomassa e recursos renováveis não apenas reduz a dependência de fontes fósseis, mas também diminui as emissões de carbono e promove a economia circular mais eficiente.

Para isso, é fundamental a criação e implementação de políticas públicas que incentivem a inovação, a sustentabilidade e ações climáticas, assegurando que a indústria química brasileira continue a crescer e a contribuir significativamente para a economia do país. É preciso que essas medidas acompanhem o caminho da transição.

Melhorar a oferta de gás natural a preços competitivos, expandir a matriz energética limpa e viabilizar a produção de hidrogênio verde são algumas das medidas necessárias. A implementação delas poderá posicionar o Brasil como um líder global na indústria química sustentável. Os reflexos serão sentidos positivamente nas demais cadeias de produção e de setores da economia. 


Custo de energia: mercado livre gera economia recorde para consumidores

O Mercado Livre de Energia propiciou uma economia anual recorde aos consumidores de R$ 48 bilhões, em 2023. Esse resultado foi impulsionado por um consumo no ano de 26.270 MW médios, marca inédita. Desde sua criação, em 2003, os ganhos acumulados no custo de energia chegam a R$ 339 bilhões, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).

No Mercado Livre de Energia, os consumidores têm a liberdade de escolher seu fornecedor e negociar diretamente as melhores condições de custo de energia e prazo, por exemplo. Diferentemente do mercado regulado, no qual os consumidores estão sujeitos às tarifas e condições estabelecidas pelas distribuidoras de energia, o mercado livre oferece flexibilidade e competitividade. Essa dinâmica resulta em preços mais baixos e condições personalizadas, adaptadas ao perfil de consumo de cada cliente.

A economia com energia recorde de R$ 48 bilhões e o consumo médio anual de 26.270 MW, em 2023, refletem o interesse crescente dos consumidores em migrar para o mercado livre com condições mais favoráveis e preços mais competitivos. Segundo a Abraceel, o crescimento de unidades consumidoras de energia nesse mercado foi de 23% em relação a 2022.

Um estudo da Abraceel aponta que, entre 2015 e 2022, a “inflação da energia” foi de 70% no mercado regulado para consumidores residenciais. No mercado livre, os preços tiveram alta de apenas 9% nos últimos oito anos. Nesse período, o IPCA teve um aumento de 58%. Os números consideram a redução no valor da tarifa resultante da limitação de incidência do ICMS ocorrida em 2021.

Como economizar no custo de energia 

Desde janeiro, todos os consumidores com tensão de fornecimento maior ou igual a 2,3 quilovolts (kV) podem estar no mercado livre e escolher seu fornecedor de eletricidade. No caso dos consumidores ligados à alta tensão com demanda menor que 500 kW, é preciso contratar o serviço de um comercializador varejista, que vai atuar na contratação da energia no mercado livre, cuidar das transações comerciais definidas em contrato, além de representar a empresa consumidora na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Com um comercializador varejista, a empresa migra sem burocracia e de forma mais segura, pois passa a contar com especialistas em Mercado Livre de Energia. Na AES Brasil, a partir de uma análise do perfil de consumo, da sazonalidade e da tarifa do uso da distribuição local, é possível desenhar contratos sob medida para as necessidades do consumidor. Também são definidas estratégias para a contratação de energia da forma mais eficiente e vantajosa para o tipo de negócio do cliente.

Geradora e comercializadora de energia no mercado livre, a AES Brasil também oferece aos seus clientes a possibilidade de contratar energia já com certificação de origem de fonte renovável. Conhecidos como RECs, são documentos rastreáveis que comprovam para clientes, mercado e plataformas de certificação ambiental o uso de energia mais limpa pela empresa consumidora. Tem interesse em migrar para o Mercado Livre de Energia com a AES Brasil? Acesse nossa página e fale com nossos especialistas.


Como as redes inteligentes podem transformar o futuro do setor de energia

Redes elétricas inteligentes, ou smart grids, são o futuro do fornecimento de energia. Estes sistemas avançados, equipados com sensores, medidores inteligentes e comunicação, permitem a coleta instantânea e análise de dados, garantindo o monitoramento preciso do fluxo de eletricidade. 

Com essa tecnologia de ponta, é possível identificar padrões de consumo e prever demandas futuras. Além disso, elas otimizam a distribuição de energia, equilibram a carga de forma eficiente e detectam falhas com rapidez usando algoritmos de aprendizado de máquina.

Essa tecnologia, também chamada de redes elétricas 4.0, surge com a demanda por sistemas mais inteligentes e eficientes. São também reflexo do aumento das preocupações ambientais e da necessidade urgente de reduzir as emissões de carbono diante dos avanços das mudanças climáticas.

Os benefícios das smart grids para os consumidores são imediatos. Com a capacidade de monitorar o consumo de energia em tempo real e ajustar automaticamente o fornecimento, elas promovem eficiência energética e reduzem os custos para os usuários. Além disso, ao tornar a rede mais resiliente e capaz de lidar com interrupções, garantem um fornecimento mais confiável de eletricidade para residências e empresas.

Energias renováveis

Um dos principais avanços das redes inteligentes é sua capacidade de incorporar à rede elétrica fontes de energia renovável não despacháveis (consideradas intermitentes). Com o crescimento da geração de energia solar e eólica, por exemplo, as smart grids assumem um papel essencial na estabilização da rede, lidando com a intermitência dessas fontes de energia. Isso não apenas diminui a dependência de combustíveis fósseis, mas também impulsiona a transição para uma matriz energética mais sustentável e limpa.

Mercados como os da Ásia, dos Estados Unidos e da Europa já oferecem os benefícios das smart grids. Por exemplo, dispositivos de monitoramento e controle conectados a residências e edifícios comerciais permitem o gerenciamento inteligente do consumo de eletricidade, resultando em economias significativas de custos. 

Até 2027, estima-se que as redes inteligentes de energia elétrica possam gerar uma economia de custos na gestão energética de até US$ 125 bilhões, conforme indica um estudo realizado pela consultoria Juniper Research.

No Brasil, onde a energia elétrica representa uma parcela significativa da matriz energética, o Ministério de Minas e Energia já realizou um amplo estudo sobre o emprego das redes inteligentes e seus técnicos fizeram visitas a países como os Estados Unidos para conhecer e estudar as melhores formas de implantação do sistema. O futuro das redes elétricas bate à porta e promete trazer com ele um cenário mais verde e sustentável.

  


Como a autoprodução de energia impulsiona os contratos no mercado livre

Os projetos de autoprodução de energia solar e eólica aumentaram sua participação nos contratos de longo prazo no Mercado Livre de Energia em 2023. De acordo com um estudo da consultoria Clean Energy Latin America (CELA), o percentual passou de 70% do total, em 2022, para 86,9%, no ano passado.       

Segundo os dados da CELA, dos 23 contratos assinados em 2023, 20 são do modelo de autoprodução de energia no Ambiente de Contratação Livre, como também é chamado esse mercado. Essa modalidade permite que grandes consumidores, como indústrias, se tornem sócios na construção de uma usina que terá a geração destinada a atender sua demanda específica de energia elétrica.

O modelo de autoprodução proporciona ao cliente a isenção de alguns encargos, o que reduz o custo final de energia. Além disso, determinados projetos têm descontos de 50% nas tarifas de uso do sistema de distribuição.

Embora tenha havido queda no número total de contratos, em 2023, em comparação com o ano anterior — de 27 para 23 —, o volume de energia contratada cresceu 63%. O estudo aponta que os Power Purchase Agreements (PPAs) assinados no ano passado equivalem a 969 MWmédios. Em 2022, esse valor foi de 594 MWmédios.

As instituições financeiras tiveram papel fundamental para esses projetos, totalizando R$ 5,4 bilhões em financiamentos. Esse investimento é fundamental para viabilizar a implementação e expansão de infraestruturas de energia renovável no país.

Desde a primeira edição do relatório da CELA, em 2013, foram mapeados 140 PPAs de energia eólica e solar de longo prazo no ACL. Esses contratos representam uma capacidade instalada de 14,3 gigawatts (GW), contribuindo significativamente para a diversificação e descentralização da matriz energética brasileira. Do total de contratos mapeados, 86 são de fonte solar, enquanto 54 são de energia eólica.

Vantagens da autoprodução de energia

O crescimento dos projetos de autoprodução de energia elétrica reflete a transição para fontes limpas e sustentáveis, mas também a crescente conscientização sobre os benefícios econômicos e ambientais desse modelo de contratação. Além de reduzir os custos de energia a longo prazo, a autoprodução permite maior autonomia e segurança no abastecimento energético para os consumidores industriais, fortalecendo a resiliência do sistema elétrico nacional.

A expectativa do setor é que os investimentos em energia renovável continuem a crescer, impulsionando não apenas o desenvolvimento econômico, mas também a transição para um futuro energético mais sustentável e resiliente no Brasil.

O que são os PPAs

Os PPAs são contratos de longo prazo entre um cliente – geralmente empresas que necessitam de grandes quantidades de eletricidade – e uma geradora de energia elétrica de fonte renovável. Esse tipo de acordo comercial é feito com preços prefixados, por períodos que vão de cinco a vinte anos, o que pode representar economia substancial para o consumidor.   

Existem dois tipos de instalação para os PPAs, On-site e Offsite. Os PPAs On-site fornecem eletricidade para a rede interna do cliente a partir de uma instalação fotovoltaica no local. Com isso, o cliente deixa de consumir energia externa e obtém uma tarifa mais vantajosa.

Os PPAs Offsite, por sua vez, são contratos relacionados a uma instalação fotovoltaica ou a um parque eólico conectados à rede de energia elétrica regular da região. Assim, a energia fornecida ao consumidor vem de um projeto que se liga à rede. Essa modalidade é comum quando o cliente não tem condições ou espaço apropriados para a montagem de uma instalação local.   


Previsão indica crescimento elevado nas fontes de energias renováveis no Brasil até 2028

O Brasil continua sendo o motor do desenvolvimento da energia renovável na América Latina, de acordo com o relatório Renewables 2023 divulgado pela Agência Internacional de Energia (AIE). Segundo o estudo, a região terá um aumento significativo na capacidade de geração, com um acréscimo de 165 gigawatts (GW) até 2028. Desse total, o Brasil será responsável por 65%. As energias solar e eólica lideram esse crescimento. 

As fontes de energias renováveis no Brasil dão ao país uma posição de protagonista na transição energética mundial, segundo o relatório, que destaca, também, o ambiente propício para investimentos. As projeções sugerem que a geração de energia solar seguirá em alta e acelerando no país, com adições médias de mais de 7 GW por ano até 2028. 

Ainda segundo o estudo da AIE, o Brasil é responsável por 90% do acréscimo de energia solar distribuída na América Latina. Trata-se daquela energia solar gerada por painéis que abastecem uma casa, empresa ou condomínio, por exemplo. 

A energia eólica também se destaca no país. Segundo o relatório, até 2028, junto com a solar, as adições ao sistema desse tipo de energia onshore (produzida em terra firme) deverão mais do que dobrar. O desempenho do Brasil pode ser similar ao dos Estados Unidos, da União Europeia e da Índia. 

Por aqui, a busca por economia dos consumidores residenciais e comerciais deve resultar no crescimento da geração de energia solar fotovoltaica em telhados, diz o estudo. Ainda segundo o relatório da AIE, os biocombustíveis são outra área promissora para o Brasil. Ao lado de outros países emergentes, o Brasil lidera o aumento dessa fonte de energia, e será responsável por 40% da expansão global de biocombustíveis até 2028. Segundo a pesquisa, a adoção de políticas públicas como o Programa Combustível do Futuro estimulam esse crescimento, impulsionando novos mercados e oportunidades de investimento.

Previsões de investimentos em fontes de energia renovável

Muitos dos empreendimentos voltados para a geração de energia eólica e solar no Brasil fazem parte dos projetos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O governo federal estima que serão investidos cerca de R$ 200 bilhões no setor de energias renováveis até 2028. 

A busca por soluções inovadoras e a liderança no cenário global colocam o Brasil em posição privilegiada para continuar impulsionando a transição energética rumo a um futuro mais justo e inclusivo, na análise da AIE.

Recursos naturais colocam o Brasil em posição de destaque

O que garante o destaque do Brasil quando o assunto é transição energética é seu enorme potencial em recursos naturais renováveis. O país pode contar com o clima favorável e extensas áreas propícias para a produção de tipos de energia renovável, como solar e eólica. Além disso, tem recursos hídricos em abundância utilizados na geração de energia hidrelétrica. 

Esses recursos naturais dão ao país vantagem competitiva na adoção de uma matriz elétrica mais sustentável, possibilitando uma expansão relevante das fontes de energia limpa. Atualmente, mais de 80% da matriz brasileira é de fontes renováveis, com liderança da já consolidada hídrica – embora mais recentemente, as eólicas e solares estejam crescendo em ritmo acelerado. 

O aproveitamento desses ativos naturais não apenas promove a segurança energética nacional, mas contribui também para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa e para o fomento do desenvolvimento econômico de forma sustentável, inserindo o país em mercados promissores como o de créditos de carbono e de produção e exportação de hidrogênio verde.


Migração para o Mercado Livre de Energia: quando será para todos?

Passo a passo, a migração para o Mercado Livre de Energia é uma possibilidade que se aproxima para todos. Atualmente, essa é uma opção disponível para consumidores com tensão de fornecimento maior ou igual a 2,3 quilovolts (kV). Em dezembro de 2023, o Ministério de Minas e Energia divulgou o resultado de uma consulta pública sobre a possibilidade de todos os consumidores de baixa tensão poderem comprar energia elétrica de qualquer fornecedor a partir de janeiro de 2028. O resultado: 94% aprovam a medida.

Em entrevista à TV Globo, o ministro Alexandre Silveira afirmou, em fevereiro deste ano, que o governo trabalha para que o consumidor residencial de energia possa ter acesso ao mercado livre até 2030. Segundo o titular da pasta de Minas e Energia, essa é uma forma de tornar a conta de luz mais barata para essa fatia da sociedade que, hoje, tem como única opção comprar energia elétrica das distribuidoras locais.

A afirmação de Silveira e o resultado da consulta apontam para mudanças importantes no cenário do consumo de energia elétrica no Brasil. Há, também, no Congresso Nacional, um Projeto de Lei (PL 414/2021) que prevê a abertura total do mercado livre, incluindo os consumidores de baixa tensão.

A abertura total do Mercado Livre de Energia tem potencial para beneficiar consumidores de diferentes perfis, permitir mais liberdade de escolha, melhores condições de negociação e potencial redução nos custos com eletricidade. 

Caso a abertura chegue às residências, seriam mais de 60 milhões de unidades consumidoras com potencial para migrar para o ambiente de contratação livre, sem considerar o público de baixa renda, segundo estudo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). 

No mercado livre, os consumidores têm a oportunidade de negociar todos os aspectos do fornecimento de energia elétrica, desde o preço até o tipo de fonte geradora. Os contratos são mais flexíveis e personalizados conforme as demandas das empresas. Preços e índices de reajuste anual são definidos na hora da contratação, o que permite maior previsibilidade. 

A abertura em janeiro de 2024 para todos os clientes da alta tensão, sem limite de demanda, fez o Brasil subir seis posições no ranking global que avalia a liberdade dos consumidores de energia em cada país – ocupando atualmente a 41ª posição.  

Efeitos na economia da abertura total do Mercado Livre de Energia

Estudo realizado pela EY para a Abraceel mostra que a abertura do mercado livre para os consumidores residenciais, que representam o segundo maior setor, superado apenas pelo setor industrial, teria um impacto significativo. Estima-se que o resultado da economia com a conta de energia resultaria em um aumento de 0,7% na renda disponível, o que liberaria mais de R$ 20 bilhões por ano para despesas com bens e serviços.

Esse aumento no poder de compra teria um efeito direto no aumento do consumo, que por sua vez geraria efeitos indiretos sobre toda a economia – como geração de renda e empregos.

Estima-se que esses efeitos combinados podem promover um aumento de 0,56% no Produto Interno Bruto (PIB), o que permitiria gerar aproximadamente 700 mil novos empregos. Esse cenário demonstra o potencial transformador da abertura do Mercado Livre de Energia, não apenas em termos de eficiência econômica, mas também na criação de oportunidades de emprego e crescimento sustentável.

A transição entre os modelos, no entanto, exigirá planejamento cuidadoso das autoridades reguladoras e do setor elétrico nacional. Questões como infraestrutura, segurança do sistema e proteção ao consumidor precisarão ser consideradas durante esse processo.

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Quem já pode migrar para o Mercado Livre de Energia?


Desde janeiro de 2024, as unidades consumidoras do Grupo A, conectadas à alta e à média tensão, têm a oportunidade de migrar para o Mercado Livre de Energia, independentemente da demanda contratada. 

A mudança permitiu que algumas pequenas e médias empresas pudessem participar do Mercado Livre de Energia no Brasil. Esses consumidores são classificados como:

  • Consumidor Livre Tradicional: empresas com demanda de consumo igual ou superior a 500 kW, que podem ser representadas por uma Gestora ou atuar de forma autônoma no ambiente de contratação livre.
  • Consumidor Livre Varejista: empresas com demanda de consumo inferior a 500 kW mensal, que precisam ser representadas por um comercializador varejista para negociar no mercado livre. Em busca de mais benefícios e simplicidade de operação no mercado livre, empresas com demanda superior a 500 kW também podem optar por serem representadas por um comercializador varejista. 
  • Consumidor em comunhão de carga: duas ou mais empresas que se unem para negociar. É uma opção válida apenas para consumidores com a mesma raiz de CNPJ que estejam no mesmo submercado ou empresas diferentes que estejam em área contígua (sem separação por vias públicas).

O que é powershoring, como funciona e quais as vantagens para o Brasil?

Powershoring é o nome de uma das tendências que estão se desenvolvendo em tempos de transição energética e mudanças climáticas. Trata-se da escolha das empresas por instalar indústrias em locais com alto potencial de energias renováveis, como eólica, solar e biomassa. Por ter essa característica, o Brasil deve atrair investimentos, gerar empregos e se beneficiar com esse processo – que faz parte da mudança profunda na forma como as empresas vêm lidando de maneira cada vez mais estratégica em relação ao consumo e negociação de energia. 

Para as indústrias, isso significa maior acesso à energia limpa e renovável com preços competitivos, redução nas emissões de carbono em seus processos e engajamento nas exigências ambientais feitas pelo mercado. 

Para o Brasil, além de mais investimentos em tecnologia e criação de empregos, isso representa o aumento das exportações e a valorização das cadeias produtivas do país. Por ter uma matriz elétrica predominantemente renovável, o Brasil pode liderar esse processo de powershoring, assim como lidera as iniciativas para combustíveis obtidos a partir da biomassa. Com investimentos e políticas favoráveis, o país também pode consolidar sua posição como potência sustentável no cenário internacional.

Oportunidades da neoindustrialização

As possibilidades para o Brasil, a América Latina e o Caribe nesse modelo de neoindustrialização são tão grandes, que o conceito de powershoring foi criado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) a partir da identificação dessa janela de oportunidades para a região. O CAF enxergou que esses países podem atrair, principalmente, indústrias que fazem uso intensivo de energia e que estejam interessadas no consumo de matrizes limpas e na descarbonização de seus processos.

Outro benefício é a formação de novos ecossistemas empresariais, que levem a avanços tecnológicos tanto na área da energia quanto em diversas outras. Além disso, o powershoring tem potencial para impulsionar o desenvolvimento econômico em regiões menos favorecidas, onde a capacidade de produção de energia renovável é abundante. A instalação de indústrias nessas áreas não só cria empregos locais, mas também estimula o crescimento das comunidades, melhorando a infraestrutura e promovendo a inclusão social.

O conceito de powershoring anda lado a lado com estratégias de realocação das cadeias globais, como o reshoring, nearshoring e friendshoring (leia abaixo). Essas são iniciativas de reposicionamento das instalações produtivas, visando mitigar vulnerabilidades e fortalecer a resiliência dos países diante de crises, tendências que se intensificaram após a pandemia de Covid-19 e o conflito na Ucrânia.

Entenda algumas das tendências de neoindustrialização: 

Reshoring 

É o processo de retorno da produção de mercadorias ao país de origem da empresa. É o oposto do offshoring, que é o processo de fabricação de bens no exterior para tentar reduzir o custo da mão de obra e da fabricação.

Nearshoring 

É a estratégia das empresas de levar a produção para perto dos mercados onde seus produtos serão vendidos. Atualmente, o México é um grande exemplo de nearshoring, pois tem se tornado a principal escolha de empresas americanas que querem reduzir custos operacionais e de logística. Nos últimos anos, cerca de 80% da produção industrial do país têm como destino os EUA, segundo a Bloomberg Línea. 

Friendshoring

Refere-se ao encaminhamento das cadeias de abastecimento para países considerados política e economicamente seguros ou de baixo risco, para evitar perturbações no fluxo de negócios. É um movimento que ganhou relevância após a pandemia de Covid-19 e o início do conflito na Ucrânia.

Experiência em energia renovável 

Com 25 anos de atuação no setor elétrico brasileiro produzindo apenas energia de fontes renováveis, a AES Brasil mantém seu foco na contribuição para uma matriz energética sustentável, segura e com alta confiabilidade. Um dos propósitos da companhia é apoiar seus clientes na descarbonização de seus negócios, firmando parcerias com grandes empresas em modelos de autoprodução ou fornecimento de energia mais limpa de seus parques eólicos, solares e hidrelétricas por meio do Mercado Livre de Energia. 

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Créditos de carbono 

Mercado Livre de Energia 

Certificados de Energia Renovável 

Confira quais são os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e qual sua relação com a transição energética

A transição energética no Brasil é um processo repleto de oportunidades. Com abundantes recursos naturais renováveis, o país é um dos mais bem colocados no cenário global para liderar essa mudança. O tema tem tamanha importância para o futuro do planeta e da humanidade que “assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos” é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), iniciativa global da Organização das Nações Unidas (ONU).    

Os 17 ODS são divididos em 169 submetas, questões cruciais que precisam ser enfrentadas e resolvidas até 2030. A mudança para uma matriz energética mais limpa permeia muitas dessas questões. 

Confira a seguir como diversos ODS se relacionam com a transição energética:

1 – Erradicação da Pobreza: São diversas as formas como a pobreza atinge as pessoas. Uma delas é a pobreza energética, quando um recurso básico como a eletricidade não está disponível para todos. Ampliar o uso de energias renováveis é fundamental para melhorar as condições de vida de populações carentes. Além disso, energias mais limpas ajudam a reduzir os impactos das mudanças climáticas, como enchentes e secas extremas, que afetam fortemente as populações mais pobres e vulneráveis, dificultando seu desenvolvimento.   

2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável: A redução do uso de combustíveis fósseis está entre as práticas da agricultura sustentável, que busca uma produção de alimentos que preserve os recursos naturais e não comprometa o abastecimento das gerações futuras. Segundo relatório divulgado em 2023 pelo Observatório do Clima, a agropecuária foi o segundo setor que mais poluiu, sendo responsável por 27% das emissões nacionais de gases de efeito estufa.

Entre as tendências do uso de energias renováveis na agricultura estão a instalação de sistemas fotovoltaicos nas lavouras e a adesão das empresas do setor ao Mercado Livre de Energia, no qual podem escolher a fonte geradora da energia que consomem, entre elas a energia eólica e a solar. 

3 – Saúde e Bem-Estar: A poluição atmosférica é responsável por quase 7 milhões de mortes no mundo anualmente, segundo a Organização Mundial da Saúde. A mudança da matriz energética das frotas movidas a combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, para combustíveis limpos trará impactos positivos para a saúde da população mundial. Também é importante a eletrificação de processos na indústria que ainda utilizam combustíveis fósseis. A expansão das energias renováveis pode reduzir gradativamente o uso de termoelétricas, altamente poluentes na geração de eletricidade. 

4 – Educação de Qualidade: Energia elétrica e acesso à internet são fundamentais para atingir esse objetivo. Esses dois itens podem parecer básicos, mas continuam longe da realidade em muitos lugares. Fontes energéticas limpas e renováveis podem ser mais acessíveis em localidades isoladas e mostram um caminho para mudar esse quadro. Um exemplo é a instalação de painéis solares onde a rede elétrica não chega.

6 – Água Limpa e Saneamento: O tratamento de água demanda grandes quantidades de energia elétrica para o acionamento dos sistemas de filtragem. Energia limpa e acessível pode ampliar a escala em que esse processo é feito. 

7 – Energia Acessível e Limpa: Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos é um dos ODS.

8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico: Investimentos em energia limpa têm potencial para gerar empregos de qualidade e impulsionar o crescimento econômico sustentável. Por exemplo: só em 2023, o Brasil atraiu R$ 59,6 bilhões em investimentos na geração de energia solar fotovoltaica, criando 352 mil novos empregos, segundo a Associação Nacional de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Já a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica) aponta que, entre 2010 a 2023, esse mercado atraiu investimentos na ordem de US$ 48,6 bilhões, além de gerar 11 postos de trabalho a cada MW instalado.

9- Indústria, Inovação e Infraestrutura: Inovações tecnológicas e infraestrutura sustentáveis podem ser impulsionadas com o uso de energia limpa. Já a indústria é um dos setores mais difíceis de descarbonização, e a adoção de energias renováveis se mostra fundamental para que essa área se desenvolva de maneira sustentável e com menos impacto no meio ambiente – e, consequentemente, no clima. 

10 – Redução das Desigualdades: Não adianta fazer uma transição para energias mais limpas se ela não for inclusiva. A redução das desigualdades no acesso à eletricidade é necessária para o sucesso da mudança da matriz energética global. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), há um abismo de acesso aos serviços energéticos entre as classes sociais no país. O estudo, que usa dados de 2019 (os mais recentes disponíveis), aponta que o consumo de energia per capita no Brasil é de 660 quilowatts-hora (kwh) por ano. 

Quando falamos apenas dos consumidores mais pobres, com renda de até um salário mínimo, a demanda per capita anual cai para 371 kwh, equivalente a do Marrocos. Já entre os consumidores com renda na faixa de 20 salários mínimos, o consumo de energia é seis vezes maior, de 2.221 kwh por ano, comparado ao do Japão.

11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis: Atingir essa meta passa por ter menos emissões de poluentes com o uso de fontes de energia mais limpas, além de maior eficiência energética.

12 – Consumo e Produção Responsáveis: Utilizar energia de fontes renováveis é uma das formas de reduzir a pegada de carbono de consumidores, empresas e governos. Uma das metas desse ODS é incentivar as empresas, especialmente as de grande porte e transnacionais, a adotar práticas sustentáveis e a incluir informações de sustentabilidade em seus relatórios anuais. Por exemplo, reportar as emissões de gases de efeito estufa emitidas em suas atividades, assim como as medidas adotadas para reduzir ou compensar essas emissões. 

13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima: As energias renováveis têm papel central na redução das emissões de gases geradores do efeito estufa e na mitigação dos impactos das mudanças climáticas.

15 – Vida Terrestre: O caminho para proteger ecossistemas terrestres passa pela redução da poluição e do uso de combustíveis fósseis, que são mais poluentes tanto no consumo quanto na sua produção. A energia limpa é associada a esses dois aspectos, que também contribuem para frear as mudanças climáticas, que têm impacto direto na preservação de algumas espécies de fauna e flora sensíveis aos eventos extremos. 

16 – Paz, Justiça e Instituições Eficazes: A redução da dependência de recursos fósseis deve resultar na mitigação de conflitos relacionados à sua exploração, como as guerras no Oriente Médio.

17 – Parcerias e Meios de Implementação: A cooperação internacional e as parcerias são essenciais para impulsionar a transição energética, que atualmente é tema central em encontros das lideranças mundiais como o G20.

O que é a descarbonização e como começar essa jornada na sua empresa?

A necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa para frear as mudanças climáticas colocaram a economia em um caminho (felizmente) sem volta: o da descarbonização. Promover a eficiência energética e utilizar energias renováveis  torna o negócio mais sustentável, é positivo para sua imagem perante o mercado, atrai clientes e pode gerar economia a médio prazo. A meta é clara, mas como começar essa jornada na sua empresa?   

Passo 1: Avaliação das emissões
Em um primeiro momento, é importante fazer uma avaliação completa para identificar as principais fontes de emissão de CO2 e gases de efeito estufa da empresa e quais são os processos e atividades que contribuem significativamente para isso. Essa análise pode indicar, por exemplo, que parte importante das emissões é proveniente da gestão de resíduos ou do uso de energia. A partir dessa avaliação, a empresa saberá não apenas o perfil de emissões, mas também poderá estabelecer uma base sólida para a criação e implantação de planos de ação para a descarbonização.

Passo 2: Estabelecer metas
Em seguida é preciso estabelecer metas claras para a redução das emissões de carbono. É fundamental a definição de objetivos que possam ser alcançados levando em consideração os recursos disponíveis e as capacidades da empresa – e que estejam alinhados com sua visão de descarbonização a longo prazo. Ao estabelecer metas claras e reais, a empresa terá em mãos um roteiro para sua jornada de descarbonização e uma base para avaliar o progresso ao longo do tempo.

Passo 3: Implementação de medidas
Após a definição das metas, a etapa seguinte deve ser a implementação de medidas concretas para a redução de emissões. Isso pode envolver uma série de ações, como o investimento em fontes de energia renovável – solar e eólica, por exemplo –, a incorporação de tecnologias energéticas mais eficientes, a otimização dos processos de produção e a adoção de meios de transporte mais sustentáveis. A instalação de painéis solares na empresa e a substituição de veículos por modelos elétricos são exemplos de medidas que podem ser implantadas para reduzir as emissões de carbono. 

Passo 4: Monitoramento e relatórios de progresso
Após essa etapa de implementação de medidas de mitigação, vem o monitoramento e a elaboração de relatórios de progresso. É fundamental acompanhar  regularmente o avanço das metas estabelecidas. Isso deve incluir a coleta de dados detalhados sobre as emissões de carbono da empresa, o monitoramento do consumo de energia e a avaliação contínua do impacto das medidas implementadas. Por exemplo, pode ser feita a análise periódica do desempenho energético de instalações específicas ou da frota da empresa.

Tão importante quanto monitorar os avanços é informar os resultados – internamente na empresa e externamente para clientes, investidores e órgãos reguladores. Isso demonstra o compromisso da empresa com a descarbonização.

Passo 5: Engajamento

Por fim, o engajamento dos stakeholders deve ser incentivado pela empresa. De funcionários até clientes, passando por fornecedores e a comunidade local – todos podem ser envolvidos nesse processo de conscientização. É preciso, também, que isso seja reforçado por meio de treinamento dos funcionários e de parcerias com fornecedores comprometidos com as metas ambientais da empresa.

Essas etapas na jornada de descarbonização de uma empresa são fundamentais para que o processo se complete. O caminho parece longo, mas o destino será positivo não apenas para o meio ambiente e para garantir um futuro sustentável, mas também pode gerar uma série de benefícios econômicos e estratégicos.

Mercado de créditos de carbono

O mercado de crédito de carbono no Brasil ainda está se desenvolvendo e apresenta um potencial de crescimento significativo por várias razões, entre elas a vasta extensão territorial, a riqueza de recursos naturais e a biodiversidade. Além disso, o Brasil possui um grande potencial para projetos em áreas como reflorestamento, agricultura sustentável e energia renovável, fundamentais para a geração de créditos de carbono. O processo da jornada de descarbonização acaba se tornando um dos vetores para esse mercado, uma vez que, após realizado o processo e aplicadas as ações mapeadas na jornada, as emissões ainda remanescentes podem ser compensadas através da aquisição de créditos de carbono.

Um crédito de carbono é gerado a cada tonelada de CO2 que deixa de ser emitida ou que é capturada da atmosfera por uma empresa ou governo. Sua origem está relacionada aos esforços das economias mundiais, por meio da Organização das Nações Unidas, para conter o aquecimento global e outros impactos ambientais do crescimento industrial. Além de contribuir para uma economia mais sustentável, os créditos são um indicativo do investimento e da preocupação das empresas em frear o aquecimento global. 

Em 2022, a AES Brasil iniciou a comercialização de créditos de carbono com a venda de 465 mil créditos oriundos de fontes eólicas, o que gerou uma receita de cerca de US$ 2,2 milhões. A oferta faz parte do aprimoramento do nosso portfólio de produtos e serviços focados em sustentabilidade. Saiba mais sobre o mercado de créditos de carbono acessando nossa página. (link para LP de créditos de carbono)

Compromissos sustentáveis

A AES Brasil tem 25 anos de experiência no setor elétrico brasileiro produzindo energia 100% de fontes renováveis. Além disso, é referência no setor quando o assunto é ESG, sendo a única empresa da América Latina com pontuação “AAA” na classificação ESG do MSCI. 

O mesmo cuidado se reflete nas iniciativas para reduzir os impactos de sua atuação. Desde 2020, a corporação neutraliza, anualmente, as emissões de CO2 provenientes da sua produção. Em 2023, neutralizou 100% das emissões históricas de gases de efeito estufa – considerando todo o período de operações desde 1999.

Energia e sustentabilidade: conheça os assuntos que estão em pauta no Congresso – de eólicas offshore ao mercado de carbono

Três projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional, em fase final de discussão ou à espera da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, têm potencial para impulsionar o mercado de energia limpa no Brasil. Eles compõem a chamada Pauta Verde, que envolve os temas energia e sustentabilidade, e trata das seguintes regulamentações: 

  • Marco legal para a produção de hidrogênio verde
  • Instalação de usinas eólicas offshore (em alto-mar) 
  • Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), o chamado mercado de carbono. 

A aprovação e publicação dos textos é aguardada pelo mercado como uma forma de acelerar e garantir a transição energética no país. Com 84,41% de sua matriz elétrica de fontes renováveis e um enorme potencial nas três frentes em discussão no Congresso, o Brasil ocupa uma posição privilegiada no processo de migração para fontes de energia com baixa emissão de carbono.

A transição energética é medida fundamental para a redução das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) e um dos caminhos para atingir a meta estabelecida no Acordo de Paris, em 2015, que busca equilibrar geração de energia e sustentabilidade. O tratado internacional discutido por 195 países entrou em vigor em 2016 e prevê uma série de medidas para que, até o final deste século, o aumento da temperatura da Terra fique abaixo de 2ºC – preferencialmente limitada a 1,5ºC – em relação ao período pré-industrial. 

Regulação do mercado de carbono

Uma das leis mais esperadas é a que regulamenta o mercado de créditos de carbono. O texto cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), que estabelece um mercado de venda de títulos, além de limites máximos para emissões por setores da economia.

Nesse sistema, as empresas que conseguirem diminuir suas emissões poderão vender créditos de carbono para aquelas que não cumprirem seus limites. Os títulos serão negociados no mercado financeiro. 

O crédito de carbono é um certificado que comprova que uma empresa ou um país reduziu suas emissões de dióxido de carbono, o CO2, principal responsável pelas mudanças climáticas. Uma unidade de crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2 que deixa de ser lançada na atmosfera. 

Até agora, o Brasil conta apenas com o mercado de carbono voluntário. Nesse modelo, quem oferece os créditos negocia diretamente com empresas interessadas em compensar suas emissões. Na Europa, onde o mercado é regulado, os parâmetros de negociação dos créditos são mais transparentes.

Estima-se que a regulação do mercado de carbono possa movimentar no Brasil US$ 120 bilhões (cerca de R$ 577,2 bilhões) até 2030, de acordo com um estudo da WayCarbon feito em parceria com a Câmara de Comércio Internacional. A expectativa é que o projeto de lei, agora no Senado, seja aprovado ainda no primeiro semestre deste ano. 

Produção de hidrogênio verde

Nesse cenário, o marco legal da produção de hidrogênio verde foi aprovado pela Câmara dos Deputados em novembro do ano passado. O texto cria o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixo Carbono (PHBC) e atribui à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a regulação da produção. A autorização para produção de hidrogênio a partir da eletrólise da água caberá à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O projeto de lei (PL) também estabelece que o hidrogênio, para ser considerado “verde”, precisa ter valor inicial menor ou igual a quatro quilogramas de dióxido de carbono equivalente por quilograma de hidrogênio produzido (4 kgCO2eq/kgH2), o que representa até um terço das emissões de outras formas de obtenção do gás. A partir de 2030, essa proporção passará a ser regressiva. O texto aguarda a sanção presidencial.

Geração eólica em alto-mar

Também no final do ano passado, a Câmara aprovou o texto do Marco Regulatório para a construção e exploração das usinas eólicas offshore. O texto, que foi para o  Senado, permite a outorga das áreas em alto-mar, a até 370 km da costa, por meio de autorização ou concessão do Governo Federal. 

Ficam de fora da possibilidade de exploração as áreas em blocos licitados para a produção de petróleo, rotas de navegação marítima e protegidas pela legislação ambiental, assim como as áreas tombadas como paisagem cultural e natural em locais turísticos do país.