Dia: 17 de julho de 2024

Com recorde de capacidade em 2023, conheça o cenário da energia eólica no mundo

A capacidade instalada de energia eólica no mundo atingiu um novo recorde em 2023, com um acréscimo de 117 gigawatts (GW), o que representa um aumento de 50% em relação ao ano anterior. De acordo com relatório da Global Wind Energy Council (GWEC), 2023 foi o melhor ano da história para essa indústria. A marca, ressalta o estudo, reflete avanços tecnológicos, políticas governamentais favoráveis e um aumento significativo no investimento em infraestrutura sustentável. 

Quando se considera o desempenho dos países, o Brasil aparece em terceiro lugar, atrás de China e EUA e seguido por Alemanha e Índia. Juntos, esses países representaram 82% das novas instalações globais em 2023, resultado 9% superior ao ano anterior.

Se for considerado o recorte por mercados, o relatório destaca que o crescimento foi impulsionado por China, União Europeia, Estados Unidos, Índia e Brasil. Nosso país se destaca como o principal mercado na América Latina, segundo o GWEC. 

Pelo terceiro ano consecutivo, o país alcançou um novo recorde em energia eólica, atingindo 4,8 GW de capacidade nova instalada. São mais de mil parques eólicos em operação, superando 30 GW de instalações totais, diz o relatório. Atualmente, as fontes renováveis representam mais de 84% da  matriz elétrica brasileira, colocando o país como referência internacional em energia limpa.

No Brasil, destaca o documento, a energia eólica “foi reconhecida pelos ministérios do governo como um vetor para a nova economia energética, endossada por importantes ministérios, como o de Minas e Energia (MME), o da Fazenda e o do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior”.

Nova economia energética

Segundo o relatório, governos ao redor do mundo têm implementado políticas públicas para impulsionar o mercado de energia eólica. Incentivos fiscais, subsídios e metas de energia renovável têm sido fundamentais para atrair investimentos. O Green Deal da União Europeia, por exemplo, visa tornar o continente neutro em carbono até 2050 – uma oportunidade para o setor de energia eólica no mundo avançar ainda mais. 

As novas tecnologias também são um dos motores do desenvolvimento do mercado de energia eólica no mundo. Turbinas mais eficientes e maiores, com potências de até 15 megawatts (MW), estão sendo instaladas, aumentando a produção de energia e reduzindo os custos. Além disso, a digitalização e o uso de inteligência artificial para monitoramento e manutenção das turbinas têm melhorado a eficiência operacional.

Desafios e oportunidades do mercado de energia eólica

Apesar dos resultados positivos, o setor enfrenta desafios como a necessidade de modernização das redes elétricas, questões regulatórias e a competição por locais adequados para a instalação de complexos eólicos. No entanto, há também oportunidades significativas, especialmente para eólicas offshore, ou seja, em alto-mar, que têm grande potencial devido aos ventos mais fortes e constantes no mar.

No Brasil, no final do ano passado, a Câmara aprovou o texto do Marco Regulatório para a construção e exploração das usinas eólicas offshore. O texto, que foi para o  Senado, permite a outorga das áreas em alto-mar, a até 370 km da costa, por meio de autorização ou concessão do Governo Federal.

O relatório prevê que a capacidade de energia eólica no mundo poderá continuar crescendo de forma robusta nos próximos anos. Esse crescimento será impulsionado por uma combinação de inovação tecnológica, políticas públicas de incentivo ao setor e um crescente compromisso global com a transição para uma energia mais limpa e sustentável.

AES Brasil produz energia 100% renovável

Limpa e sustentável, a energia eólica é um caminho fundamental no Brasil para a descarbonização da economia. Com expectativa de crescimento, o setor é garantia da segurança energética nacional. 

No país, a AES Brasil tem 25 anos de experiência produzindo energia 100% de fontes renováveis. Além disso, é referência no setor elétrico quando o assunto é ESG, sendo a única empresa de utilities da América Latina com score “AAA” pelo MSCI ESG Rating. O mesmo cuidado se reflete nas iniciativas para reduzir os impactos de sua atuação. Desde 2020, a corporação neutraliza, anualmente, as emissões de CO2 provenientes da sua produção. Em 2022, neutralizou 100% das emissões históricas de gases de efeito estufa – considerando todo o período de operações desde 1999.

Entenda como funciona o mercado de créditos de carbono e como eles são gerados

Como funciona o mercado de créditos de carbono? Se você já se fez essa pergunta, é importante saber que esta é uma das principais ferramentas para a mitigação dos impactos causados pelas mudanças climáticas. Ao longo dos últimos 25 anos, esse mercado evoluiu e passou a desempenhar papel cada vez mais relevante nos esforços para descarbonizar a economia mundial e conter o aumento da temperatura global. Cada tonelada de gases de efeito estufa (GEE) que deixou de ser lançada na atmosfera pode ser convertida em um crédito de carbono.

Em 1997, o Protocolo de Kyoto estabeleceu metas de redução de emissões de gases de efeito estufa para os países desenvolvidos. O acordo internacional introduziu os primeiros créditos de carbono, que poderiam ser utilizados para cumprir parte dessas metas. 

Nos anos 2000, essa ferramenta evoluiu. Surgiram, então, entidades de padronização, que deram garantia de qualidade e supervisão ao chamado mercado voluntário de compensação de emissões – aquele ainda não regulado pelos países. 

Nesse período, foram criadas as agências de classificação, plataformas de negociação de carbono, provedores de dados e gestores de investimentos especializados, que aumentaram a liquidez, a transparência e a confiança no mercado.

A COP-26, a cúpula do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Glasgow, em 2021, definiu que os mercados voluntários e obrigatórios passariam a coexistir e convergir. Assim, surgiram regras e padrões comuns para a medição, a contabilidade e a elaboração de relatórios sobre as transferências. 

De acordo com uma análise produzida pela Bloomberg em parceria com a Carbon Growth Partners, a expectativa é que o setor passe por uma expansão sem precedentes. Ela deve vir acompanhada por um aumento nos preços do crédito de carbono à medida que compromissos mais ambiciosos de redução de emissões são assumidos e os mercados convergem.

Dados da consultoria Systemica reforçam esse prognóstico: o mercado deve experimentar um crescimento contínuo. O desempenho do setor é um bom indicativo. As emissões de créditos de carbono no mundo cresceram cerca de 4% no primeiro trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023. 

Desde o início de 2024, foram emitidas 91 milhões de toneladas de CO2 equivalente em novos ativos, com o estoque global de carbono atingindo 830 milhões de toneladas de CO2 equivalente em créditos disponíveis. Esses números refletem o aumento da demanda por soluções de compensação de emissões e são uma boa notícia para o Brasil, que pode ter  papel crescente neste cenário.

Como gerar créditos de carbono?

Conheça alguns tipos de projetos que geram créditos de carbono, suas características e benefícios:

Energia

Fazem parte dessa categoria os projetos que substituem combustíveis fósseis por fontes de energia renovável – eólica e solar, por exemplo. Eles são particularmente importantes nos países menos desenvolvidos, onde a geração de energia por combustíveis fósseis ainda é a principal.

Existem também projetos que promovem eficiência energética, por exemplo: investimentos em dispositivos domésticos mais eficientes, como fogões mais limpos, biogás renovável e a redução de emissões de metano de aterros e o gerado pelo gado. 

Conservação da Natureza

Incluem a proteção de ecossistemas naturais e a implementação de melhores práticas agrícolas. Esses projetos são considerados as soluções mais escaláveis para a redução das emissões causadas por desmatamentos e degradação florestal (REDD+), especialmente nas florestas, manguezais e pastagens do Sudeste Asiático, África e América Latina.

Florestas

Esses projetos incluem a restauração de áreas naturais degradadas, florestas de produção, terras agrícolas e ecossistemas costeiros, como os manguezais. 

Soluções Tecnológicas

Abrange conceitos em estágio inicial de desenvolvimento, como a geoengenharia ou a alteração da alcalinidade dos oceanos. Os projetos que fazem parte dessa categoria incluem também a captura e o armazenamento de ar direto, a bioenergia com captura e armazenamento de carbono.

Potencial do Brasil é um dos maiores 

O Brasil possui um grande potencial para se destacar no mercado global de créditos de carbono, especialmente devido às grandes áreas de florestas tropicais e diferentes ecossistemas. O país é um dos principais beneficiários de projetos de redução das emissões de desmatamento e degradação florestal (REDD+). Além disso, iniciativas de restauração florestal e conservação de biodiversidade podem gerar uma quantidade substancial de créditos de carbono, contribuindo para a proteção de ecossistemas vitais e o combate às mudanças climáticas.

A AES Brasil realiza projetos que não apenas reduzem emissões, mas também promovem o desenvolvimento sustentável. A companhia gera energia 100% renovável, com parques eólicos que emitem créditos de carbono. Em 2022, a empresa comercializou esses créditos pela primeira vez. Quer saber mais sobre o mercado de carbono. Acesse nosso site.