Dia: 20 de fevereiro de 2024

Qual a diferença entre energia limpa e energia renovável?

Quando se fala em sustentabilidade e preocupação ambiental diante dos desafios climáticos que o planeta vem enfrentando, entram em destaque dois conceitos: energia renovável e energia limpa. Atualmente, esses termos estão no centro do debate mundial pela redução do uso de combustíveis fósseis como forma de frear o aquecimento global. 

Afinal, fontes limpas e renováveis estão no sentido contrário dos chamados combustíveis fósseis,  provenientes de fontes que se esgotam e que emitem CO2  na sua queima – como petróleo, carvão e gás. E, nos dois conceitos, a característica de redução de impacto está presente nas etapas de produção de energia elétrica, principalmente nas emissões de gases causadores de efeito estufa, segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). 

No entanto, embora possam parecer sinônimos à primeira vista, energia renovável e energia limpa têm algumas diferenças importantes. 

A energia renovável é obtida a partir de fontes naturais e que não se esgotam totalmente com o uso, como hídrica, eólica e solar. Porém, no processo de geração, pode haver impactos ambientais. 

Já para ser considerada energia limpa, não pode haver, ao ser gerada a eletricidade, liberação de gases de efeito estufa na atmosfera, e os impactos ambientais causados devem ser mínimos e de fácil mitigação. Nesse sentido, especialistas consideram a energia eólica e solar como os melhores exemplos de energia limpa.

Em resumo, uma fonte de energia pode ser limpa e renovável, como a energia solar e eólica. Mas uma fonte de energia renovável não é, necessariamente, considerada limpa, por causar impactos ambientais consideráveis – é o caso da biomassa, que pode liberar gases de efeito estufa. E uma energia limpa não será, necessariamente, renovável – como a nuclear.

Energias renováveis no Brasil e no mundo

Segundo o Balanço Energético Nacional (BEN), do Ministério de Minas e Energia, a participação das energias renováveis na matriz elétrica brasileira ficou em 87,9% em 2022

A Enerdata, consultora que publica anualmente estudos sobre a produção e consumo de energia, lançou em 2022 uma pesquisa sobre a oferta e participação das energias renováveis nos países. O estudo aponta que 30% da eletricidade consumida no mundo vêm de fontes renováveis. Aumentar esse consumo é fundamental para frear as mudanças climáticas, que têm resultado em eventos naturais extremos como enchentes e secas. 

A pesquisa traz ainda o top 10 países com maior oferta de energia renovável no mundo – o Brasil ocupa a 2ª posição, com 89,2%, atrás apenas da Noruega, com 98,5%. O ranking segue com Nova Zelândia (86,6%), Colômbia (75,5%), Canadá, (68,8%), Suécia (68,5%), Portugal (61%), Chile (54,6%), Alemanha (44,4%) e Reino Unido (43,3%). Neste top 10 não aparecem as duas maiores economias do globo, que são Estados Unidos e China. 

Mesmo com grande oferta de fontes renováveis em sua matriz energética, o Brasil aparece como 18º colocado em outro ranking, o Renewable Energy Country Attractiveness Index (RECAI) de junho de 2023. O relatório semestral classifica, desde 2003, os 40 países com mercado mais atrativo em fontes renováveis. 

A diferença na posição do Brasil em relação ao ranking da Enerdata se explica pelo fato de o RECAI considerar também itens como atividade econômica, facilidade em fazer negócios e o clima de investimentos nos mercados. Aparecem no topo do RECAI, nessa ordem: Estados Unidos, Alemanha, China Continental, Reino Unido e França. 

Entre os destaques apontados pelo RECAI com maior atratividade estão a Alemanha, que está expandindo o uso da energia solar fotovoltaica como estratégia para descarbonização. 

A Holanda, em 9º, anunciou um pacote de 30,7 milhões de dólares que será usado para alcançar as metas climáticas até 2030. Outro país bem colocado é o Canadá, em 12º lugar, que tem planos para projetos eólicos até 2026. Acesse o relatório completo (em inglês) para saber mais. 

Vantagens do consumo de energia renovável para as empresas

Optar por consumir energia elétrica de fontes renováveis tem diversas vantagens para empresas que buscam se destacar no mercado por meio de práticas sustentáveis. Nos últimos anos, investidores, sociedade e clientes têm aumentado a cobrança por negócios que atuem na redução das emissões de CO2, contribuindo para mitigar os danos causados pelas mudanças climáticas. 

Trata-se do processo de descarbonização da economia, que se tornou uma emergência global. Com a redução das emissões, optar pelas renováveis também ajuda a reduzir a poluição do ar e das águas, além de proteger a biodiversidade e os ecossistemas naturais. Isso porque produzir energia a partir de fontes fósseis contribui para a degradação do meio ambiente. 

A energia produzida a partir de fontes renováveis também custa menos, pois não precisa de combustíveis para funcionar. O Mercado Livre de Energia é uma opção atrativa para as empresas que querem ter economia e também mais sustentabilidade. Acesse nossa página se quiser saber mais. 

Como comprovar o consumo de energia renovável?

Para comprovar o consumo de energia elétrica renovável por parte de uma empresa existem os RECs (International Renewable Energy Certificate). Esses certificados têm validade internacional e rastreabilidade que comprova a origem de fontes renováveis da energia consumida. 

Cada certificado equivale a 1 MWh (megawatt-hora) de energia renovável consumida. Esses documentos são fundamentais para as empresas que buscam certificações internacionais de sustentabilidade. Acesse nossa página sobre RECs para saber mais. 

Com 25 anos de atuação no setor elétrico brasileiro produzindo apenas energia de fontes renováveis, a AES Brasil mantém seu foco na contribuição para uma matriz energética sustentável, segura e com alta confiabilidade. 

O mesmo cuidado se reflete nas iniciativas para reduzir os impactos de sua atuação. Desde 2020, a corporação neutraliza, anualmente, as emissões de CO2 provenientes da sua produção. Em 2023, a AES Brasil neutralizou 100% das emissões históricas de gases de efeito estufa – considerando todo o período de operações desde 1999.

Fontes:

https://assets.ey.com/content/dam/ey-sites/ey-com/en_gl/topics/power-and-utilities/ey-recai60-top40-ranking-v2.pdf

https://yearbook.enerdata.net/renewables/renewable-in-electricity-production-share.html

O que muda no Mercado Livre de Energia em 2024 com a abertura para clientes de alta tensão?

O Mercado Livre de Energia iniciou o ano de 2024 em ritmo acelerado — as novas regras começaram a valer no dia 1º de janeiro. Agora, todas as empresas conectadas à alta tensão ou atendidas pelas redes subterrâneas, conhecidas como Grupo A, podem escolher ingressar no ambiente de contratação livre. Esses novos clientes precisam ser representados por um comercializador varejista.  

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou que, só na primeira semana da nova regra, quase 13 mil consumidores optaram pela migração e fizeram o pedido em suas distribuidoras. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) estima que ocorram mais de 25 mil migrações até o final de 2024. 

Neste mercado, o cliente decide de quem quer contratar energia, diferentemente do mercado regulado. Ao todo, 165 mil empresas, como padarias, supermercados e hospitais, com contas de energia de R$ 5 mil, em média, já podem optar por fazer a migração para o Mercado Livre de Energia.

Até a mudança, o mercado livre contava com aproximadamente 38 mil unidades consumidoras — aquelas com demanda superior a 500 kW, como grandes indústrias e metalúrgicas — conforme os dados da CCEE, responsável por regulamentar as transações no ambiente de contratação livre.

Como era antes da abertura?

Até dezembro de 2023, consumidores do Grupo A com demanda inferior a 500 KW estavam atrelados ao Ambiente de Contratação Regulado (ACR), também conhecido como mercado regulado ou cativo. Eles tinham como única opção comprar energia da distribuidora de sua região, ficando sujeitos às bandeiras tarifárias e às possíveis revisões da Aneel, por exemplo. A nova regra veio com a divulgação da Portaria 50/2022, do Ministério de Minas e Energia, no fim de 2022.

Como funciona o ambiente de contratação livre? 

No Mercado Livre de Energia, o consumidor pode escolher de qual fornecedor quer comprar energia. Isso torna o ambiente competitivo, permitindo negociar diretamente preços, prazos e condições. Valores e índices de ajuste anual ficam definidos em contrato, dando maior previsibilidade com os gastos de energia das empresas. O consumidor pode, ainda, escolher o tipo de energia que quer comprar, com opções de fontes 100% renováveis.   

O que é um comercializador varejista?

O comercializador varejista é uma comercializadora e/ou geradora de energia que está autorizada a atuar na contratação e que fica responsável por fornecer a energia aos clientes no mercado livre. É ele que representa o consumidor na CCEE e cuida das transações comerciais definidas em contrato.

Quais são as vantagens de ser representado por um comercializador varejista?

Com um comercializador varejista, a empresa migra sem burocracia e de forma mais segura, pois passa a contar com especialistas em Mercado Livre de Energia. A partir de uma análise do perfil de consumo, da sazonalidade e da tarifa do uso da distribuição local, é possível desenhar contratos sob medida para as necessidades do consumidor. Também são definidas estratégias para a contratação de energia da forma mais eficiente e vantajosa para o tipo de negócio do cliente. 

Algumas geradoras, como a AES Brasil, também oferecem aos seus clientes a possibilidade de contratar energia já com certificados de energia renovável. Conhecidos como RECs, são documentos rastreáveis e comprovam para clientes, mercado e plataformas de certificação ambiental o uso de energia renovável pela empresa.

O que são energias de fontes renováveis?

É toda energia produzida a partir de fontes naturais e que não se esgotam totalmente com o uso. Entre as fontes de energia renovável mais conhecidas estão a hídrica, a eólica e a solar. Empresas que escolhem consumir energia elétrica de fontes renováveis contribuem para a redução da emissão de gases de efeito estufa e, consequentemente, para a mitigação das mudanças climáticas.

Qual a diferença entre energia convencional e energia incentivada?

No mercado livre, existe uma categorização da energia comercializada — ela pode ser convencional ou incentivada.  Entenda a diferença: 

Energia convencional: gerada por usinas de maior porte — a partir de 30 MW ou mais, a depender da fonte e da data de autorização da usina — e pode ser de fontes renováveis ou não. 

Energia incentivada: É um tipo de energia mais sustentável, obtida exclusivamente a partir de usinas que utilizam fontes renováveis. São exemplos de energia incentivada a solar, a eólica e aquela gerada em pequenas usinas hidrelétricas. Os consumidores de energias incentivadas podem ter descontos de 50% a 100% na Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Distribuição (TUSD).
Na AES Brasil, oferecemos soluções sob medida para atender às diferentes necessidades dos clientes, sempre com foco na sustentabilidade. Há 25 anos, atuamos no setor elétrico nacional e produzimos energia 100% de fontes renováveis. Tem interesse em migrar para o Mercado Livre de Energia com a AES Brasil? Acesse nossa página e fale com nossos especialistas.

Como o Mercado Livre de Energia pode impulsionar as metas ESG da sua empresa

As práticas ESG – Ambientais, Sociais e de Governança, na sigla em inglês – têm ganhado espaço e importância nas corporações. Esse boom da temática dentro das estratégias empresariais, independentemente do porte ou setor de atuação, se explica pelo aumento das exigências e diligências do mercado financeiro, de agências de classificação de risco de crédito e dos próprios clientes por melhor gestão de impactos. 

“Onde um banco vai alocar o seu recurso? Qual empresa um cliente vai escolher para estabelecer uma parceria duradoura? Numa empresa que, de fato, seja um negócio sólido, que reduza seus impactos negativos e aumente seu legado positivo, tendo olhar para todos os públicos com os quais ela se relaciona”, afirma a gerente de ESG da AES Brasil, Andrea Santoro. A governança do desempenho socioambiental e gestão de riscos e se tornou imperativo de negócios. 

“Significa que uma empresa é socialmente justa, economicamente viável e que tem práticas relacionadas ao meio ambiente que protegem e preservam os recursos naturais”, completa Andrea.

Mas, o que o Mercado Livre de Energia tem a ver com ESG? Tudo. Pois um aspecto essencial para impulsionar essas metas é o consumo de energias renováveis. 

No mercado livre, além de economizar na fatura, o consumidor pode optar pela compra de energia proveniente de fontes 100% renováveis — como eólica, hídrica e solar —, que são mais limpas e reduzem a emissão de CO2 na atmosfera, principal responsável pelas mudanças climáticas. 

A AES Brasil, por exemplo, além de gerar apenas energia de fontes renováveis para comercialização no mercado livre, ainda possibilita aos clientes a aquisição dos RECs — certificados que comprovam o consumo de energia renovável. Esses certificados são rastreáveis e podem ser apresentados a organizações internacionais que concedem selos de sustentabilidade, como GHG Protocol e LED. Os RECs são oferecidos de acordo com os objetivos de cada cliente na área ambiental.  

Videocast Energia em Foco: assista ao episódio sobre Mercado Livre de Energia e ESG:

Matriz brasileira favorece a transição energética

Quando se fala em energia elétrica, a matriz brasileira — ou seja, o conjunto de fontes utilizadas na geração de eletricidade no país — tem grandes diferenciais em relação ao resto do mundo. Andrea explica que, enquanto na média mundial, 70% da energia provém de fontes não-renováveis e 30% de renováveis, no Brasil temos cerca de 85% da matriz elétrica renovável. 

Conforme dados do último Boletim Mensal de Energia divulgado pelo Ministério de Minas e Energia, até setembro de 2023, a proporção de renováveis na oferta interna de energia no país tinha aumentado 48,8% em relação ao ano anterior. Considerando apenas as usinas eólicas, entraram em operação no período 3.321,9 MW de potência, valor 95% maior do que o acumulado em 2022 para o mesmo período. 

Para Andrea Santoro, isso demonstra que a transição energética está acontecendo, e que os investimentos em energias renováveis estão alcançando as necessidades apresentadas pelos desafios globais. 

“Junto vêm as soluções e os produtos que as empresas podem adquirir. Existem muitas soluções possíveis como estratégia para descarbonização das empresas, mas cada uma delas precisa escolher qual prefere”, explica a gerente. 

Entre os grandes players do mercado que já incorporaram as energias renováveis em sua estratégia ESG está a Suzano, maior fabricante de celulose do mundo e cliente da AES Brasil. 

A empresa é ativa no mercado livre e, segundo Paulo Henrique Squariz, gerente-executivo de Energia da empresa, parte da energia consumida já é produzida pela própria Suzano com um resíduo da madeira chamado licor negro. “Toda a visão da empresa é de consumir energia renovável a partir de fornecedores que tenham, evidentemente, energia limpa para que isso entre no nosso portfólio de forma limpa e renovável”, afirma. 

Ele aponta que a sociedade e os consumidores exigem uma participação mais ativa das corporações quando o assunto é meio ambiente. “Na Suzano, a sustentabilidade é a nossa grande estratégia”, conclui. 

Compromissos ESG

A AES Brasil assumiu os Compromissos ESG 2030, que são metas de longo prazo – algumas já alcançadas. Por exemplo, a de se tornar empresa carbono neutra. Um estudo recente levantou as emissões históricas de gases de efeito estufa da companhia, desde o início das operações no país, em 1999, e elas foram neutralizadas. Após isso, a AES Brasil mantém, a cada ano, a neutralização das emissões provenientes de todas as atividades da empresa, considerando tanto as emissões diretas quanto as indiretas — chamadas de Escopos 1, 2 e 3. 

“Temos outros objetivos a serem alcançados, e um deles é nos tornarmos carbono positivo, além de aumentar o reflorestamento de Mata Atlântica, do Cerrado e de outros biomas”, antecipa Andrea Santoro, gerente de ESG da AES Brasil.