Sustentabilidade

Saiba o que são Renewable Energy Certificates e como escolher o ideal para a sua empresa

Os Certificados de Energia Renovável ou Renewable Energy Certificates (RECs) comprovam que uma determinada quantidade de energia elétrica consumida por uma empresa foi gerada a partir de fontes renováveis. Cada certificado é rastreável e representa a produção de 1 megawatt-hora (MWh) de energia limpa. Os certificados REC foram criados no início dos anos 2000 como forma de incentivar a geração de energia a partir de fontes renováveis. Desde então, os RECs se tornaram cada vez mais presentes no mercado. 

Os requisitos para emissão dos RECs incluem a comprovação da origem renovável da energia e a metodologia de cálculo das emissões de gases de efeito estufa (GEE) evitadas. Para garantir a transparência, as informações sobre a emissão e a comercialização dos certificados são públicas e podem ser consultadas por qualquer pessoa, o que dá segurança e confiança ao sistema.

O mercado para esses certificados tem uma demanda crescente, especialmente em setores como indústria, comércio e serviços. A oferta também vem se diversificando, com diferentes tipos de certificados disponíveis para atender às diferentes necessidades dos compradores. As perspectivas para o futuro desse setor no Brasil são de crescimento, impulsionado por políticas públicas de incentivo às energias renováveis e pelo aumento da demanda por práticas sustentáveis por parte de investidores e clientes. 

No Brasil, são três os principais tipos de certificados de energia renovável comercializados:

I-REC Standard: É o tipo mais comum e internacionalmente reconhecido. Ele segue um padrão global de certificação, garantindo a rastreabilidade e a credibilidade dos certificados. No Brasil, a emissão desses certificados é gerenciada pelo Instituto Totum.

REC Brazil: É um selo aplicado sobre os RECs emitidos que oferece mais transparência das informações socioambientais sobre empreendimento que gerou a energia certificada. Ele comprova que o empreendimento cumpre ao menos cinco dos dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Os RECs são também uma maneira prática de compensar as emissões de gases geradores do efeito estufa (GEE), como o dióxido de carbono (CO2), principal causa do aquecimento global. Conter o aumento da temperatura em 1,5°C em  relação ao período pré-industrial e zerar as emissões líquidas são os desafios mais importantes deste século. 

Os tipos de emissões são divididas em três diferentes escopos:

Escopo 1: Refere-se às emissões diretas das atividades da empresa, como o uso de combustível em frotas de veículos e caldeiras.

Escopo 2: São as emissões indiretas provenientes da compra de energia, o que inclui a eletricidade consumida nas operações. Para esse tipo de emissão, os RECs são comercializados como forma de compensação, ao garantir que a energia consumida é de origem renovável.

Escopo 3: Inclui as emissões indiretas, não controladas diretamente pela empresa, como cadeias de suprimentos, viagens a negócios e transporte de produtos.

Ao comprar certificados REC, as empresas devem considerar fatores como o volume de emissões, o tipo de emissão e objetivo, para saber se a empresa deseja reportar suas emissões dentro de padrões como o GHG Protocol (que exige a contabilização correta dos escopos) ou se o objetivo é para controle interno. 

Com essas informações, o comercializador pode identificar qual o certificado mais adequado às necessidades daquele consumidor. É possível também especificar de qual fonte é o certificado, que podem ser de fontes hídrica, solar ou eólica.

Descubra o que é GHG Protocol e as vantagens para empresas que aderem ao programa

As vantagens para as empresas dos certificados de energia renovável, conhecidos como RECs (sigla em inglês de Renewable Energy Certificates), vão além da garantia da origem mais limpa de uma determinada quantidade de eletricidade consumida. Investir nesses certificados é uma das melhores formas de comprovar conformidade com os mais altos padrões ambientais e regulatórios e de fortalecer a imagem do seu negócio diante da sociedade e dos clientes, aumentando a competitividade.

Algumas das vantagens de adquirir RECs para sua empresa

  • Fortalecimento da imagem corporativa perante o mercado, já que investidores e clientes estão cada vez mais criteriosos com relação às práticas das empresas em ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança). Comprovar o consumo de eletricidade gerada por fontes menos poluentes torna-se um diferencial nesse contexto. 
  • Adequação às normas de organizações e plataformas que exigem o uso de energia renovável como condição para parcerias e colaborações. 
  • Competitividade para fechar contratos com grandes redes globais, que estão exigindo que seus fornecedores adotem práticas sustentáveis, incluindo o uso de energia limpa. Grandes players estão atentos às emissões geradas em toda sua cadeia de produção. 
  • Controle interno de emissões e atingimento das metas de ESG da empresa. Ao comprar RECs, seu negócio compensa suas emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para uma cadeia de produção mais sustentável e alinhada às metas globais.
  • Acesso a novos mercados, que priorizam produtos e serviços sustentáveis, aumentando sua competitividade e atraindo novos clientes.

Como funciona a comercialização de RECs

A comercialização de RECs segue normas e regulamentações estabelecidas internacionalmente. Ao adquirir um certificado de energia renovável, a empresa assegura que a eletricidade consumida em suas operações foi compensada por energia gerada de fontes sustentáveis.

As projeções para o futuro desse setor no país indicam a expectativa de crescimento contínuo, impulsionado por políticas públicas voltadas ao incentivo de fontes de energia renovável, além da crescente demanda por práticas sustentáveis no mercado. 

No Brasil, há diferentes tipos de certificados de energia renovável disponíveis. O I-REC Standard é o tipo mais comum e internacionalmente reconhecido. Já o REC Brazil é emitido para empreendimentos que cumprem ao menos cinco dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. No Brasil, a emissão do certificado de energia renovável é feita pelo Instituto Totum. 

O Mercado Livre de Energia, no qual o consumidor pode escolher seu fornecedor de energia elétrica, tem sido um dos principais motores para a expansão dos RECs. Entre as principais fontes de energia para a emissão de RECs no Brasil estão:

  • Energia hídrica: gerada a partir do movimento das águas em usinas hidrelétricas.
  • Energia eólica: proveniente da utilização da força dos ventos, que movem as pás dos aerogeradores.
  • Energia solar: gerada pela captação da radiação solar por painéis fotovoltaicos.

Como escolher o certificado de energia renovável ideal para sua empresa

Na hora de escolher o certificado de energia renovável ideal para sua empresa, é preciso considerar alguns fatores: 

  • Volume de energia consumido que se pretende compensar. Considere que cada certificado representa 1 megawatt-hora (MWh) de energia limpa.  
  • O tipo de emissões que serão compensadas. Com os RECs só é possível compensar as emissões de escopo 2, provenientes da compra de energia, o que inclui a eletricidade consumida nas operações.
  • Objetivo de ter os certificados. Isso inclui, por exemplo, reportar suas emissões seguindo padrões como o GHG Protocol, uma reconhecida plataforma internacional de sustentabilidade, ou apenas para controle interno.  

Com base nessas informações, o comercializador de RECs pode ajudar a identificar o certificado mais adequado para atender às necessidades específicas do consumidor. E garanta que está adquirindo certificados de empresas sólidas no mercado de energia nacional. 

Certificado de energia renovável: por que sua empresa precisa?

As vantagens para as empresas dos certificados de energia renovável, conhecidos como RECs (sigla em inglês de Renewable Energy Certificates), vão além da garantia da origem mais limpa de uma determinada quantidade de eletricidade consumida. Investir nesses certificados é uma das melhores formas de comprovar conformidade com os mais altos padrões ambientais e regulatórios e de fortalecer a imagem do seu negócio diante da sociedade e dos clientes, aumentando a competitividade.

Algumas das vantagens de adquirir RECs para sua empresa

  • Fortalecimento da imagem corporativa perante o mercado, já que investidores e clientes estão cada vez mais criteriosos com relação às práticas das empresas em ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança). Comprovar o consumo de eletricidade gerada por fontes menos poluentes torna-se um diferencial nesse contexto. 
  • Adequação às normas de organizações e plataformas que exigem o uso de energia renovável como condição para parcerias e colaborações. 
  • Competitividade para fechar contratos com grandes redes globais, que estão exigindo que seus fornecedores adotem práticas sustentáveis, incluindo o uso de energia limpa. Grandes players estão atentos às emissões geradas em toda sua cadeia de produção. 
  • Controle interno de emissões e atingimento das metas de ESG da empresa. Ao comprar RECs, seu negócio compensa suas emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para uma cadeia de produção mais sustentável e alinhada às metas globais.
  • Acesso a novos mercados, que priorizam produtos e serviços sustentáveis, aumentando sua competitividade e atraindo novos clientes.

Como funciona a comercialização de RECs

A comercialização de RECs segue normas e regulamentações estabelecidas internacionalmente. Ao adquirir um certificado de energia renovável, a empresa assegura que a eletricidade consumida em suas operações foi compensada por energia gerada de fontes sustentáveis.

As projeções para o futuro desse setor no país indicam a expectativa de crescimento contínuo, impulsionado por políticas públicas voltadas ao incentivo de fontes de energia renovável, além da crescente demanda por práticas sustentáveis no mercado. 

No Brasil, há diferentes tipos de certificados de energia renovável disponíveis. O I-REC Standard é o tipo mais comum e internacionalmente reconhecido. Já o REC Brazil é emitido para empreendimentos que cumprem ao menos cinco dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. No Brasil, a emissão do certificado de energia renovável é feita pelo Instituto Totum. 

O Mercado Livre de Energia, no qual o consumidor pode escolher seu fornecedor de energia elétrica, tem sido um dos principais motores para a expansão dos RECs. Entre as principais fontes de energia para a emissão de RECs no Brasil estão:

  • Energia hídrica: gerada a partir do movimento das águas em usinas hidrelétricas.
  • Energia eólica: proveniente da utilização da força dos ventos, que movem as pás dos aerogeradores.
  • Energia solar: gerada pela captação da radiação solar por painéis fotovoltaicos.

Como escolher o certificado de energia renovável ideal para sua empresa

Na hora de escolher o certificado de energia renovável ideal para sua empresa, é preciso considerar alguns fatores: 

  • Volume de energia consumido que se pretende compensar. Considere que cada certificado representa 1 megawatt-hora (MWh) de energia limpa.  
  • O tipo de emissões que serão compensadas. Com os RECs só é possível compensar as emissões de escopo 2, provenientes da compra de energia, o que inclui a eletricidade consumida nas operações.
  • Objetivo de ter os certificados. Isso inclui, por exemplo, reportar suas emissões seguindo padrões como o GHG Protocol, uma reconhecida plataforma internacional de sustentabilidade, ou apenas para controle interno.  

Com base nessas informações, o comercializador de RECs pode ajudar a identificar o certificado mais adequado para atender às necessidades específicas do consumidor. E garanta que está adquirindo certificados de empresas sólidas no mercado de energia nacional. 

Descubra o que é matriz elétrica e como é composta no Brasil

A matriz elétrica é o conjunto de fontes de energia que geram eletricidade. No Brasil, a predominância é de fontes renováveis, como hídrica, eólica e solar: mais de 84%, de acordo com Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Essa característica garante ao país uma posição de destaque no cenário global de energia, especialmente nesse momento de transição energética, pois tem menor dependência de combustíveis fósseis e, consequentemente, menores emissões de gases do efeito estufa.

Para entender mais o que é a matriz elétrica brasileira é preciso entender que ela é diferente da matriz energética – que é o conjunto de fontes de energia em geral – e conhecer as diversas fontes e como elas se dividem. As maiores fontes renováveis que compõem a matriz de energia elétrica brasileira são a hídrica (53,88%), eólica (15,22%), biomassa (8,31%) e solar (7,2%). Entre as fontes não renováveis, as maiores são: gás natural (8,78%), petróleo (3,92%) e carvão mineral (1,7%), segundo dados da ANEEL.

Líder em geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis entre os países do G20,  o grupo das 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana, o Brasil tem grande disponibilidade hídrica e rios perenes e fez grandes investimentos em usinas hidrelétricas. 

A vantagem dessa fonte é a oferta de energia limpa e o relativo baixo custo operacional das plantas. A menor emissão de gases geradores do efeito estufa (GEE) em relação a fontes não renováveis também é um dos pontos positivos e mais importantes em um cenário de descarbonização da economia mundial.

A dependência de fatores climáticos, como as chuvas, no entanto, pode atrapalhar a disponibilidade energética dessa fonte diante do aumento da frequência de eventos extremos, como as secas. Uma forma de evitar essa fragilidade e aumentar a segurança energética é a diversificação das fontes. O país vem investindo nesse caminho e mudando a forma como é composta a matriz elétrica brasileira. 

Qual o potencial eólico do Brasil?

A energia eólica, por exemplo, tem crescido significativamente no país. As regiões Nordeste e Sul têm grande potencial para a exploração desse tipo de fonte. Nos últimos anos, o país ficou atrás apenas da China e dos Estados Unidos no acréscimo de capacidade de geração de eletricidade pelo vento. 

O Brasil alcançou o número de mais de 1.000 usinas eólicas em operação, superando 30 GW de instalações totais. Essa fonte ganhou nos últimos anos o apoio de órgãos como o Ministério de Minas e Energia (MME), o Ministério da Fazenda e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior com a criação de políticas de impulso ao setor.

A nova fronteira para a geração de energia elétrica de fonte eólica no país está em alto-mar, na geração offshore. Antes mesmo de o marco legal do setor ser aprovado no Senado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) já havia recebido quase cem pedidos de licenciamento ambiental para projetos de geração de energia eólica offshore.

A biomassa também alcançou uma participação significativa na matriz elétrica brasileira. Processos como a combustão direta, a gasificação e a pirólise são utilizados para converter resíduos florestais, agropecuários e industriais em energia elétrica. O impacto ambiental desses processos é menor quando comparado ao uso de combustíveis fósseis, podendo até mesmo contribuir para a mitigação das mudanças climáticas com o sequestro de carbono. Uma vantagem colateral da utilização da biomassa é a contribuição para a gestão de resíduos, como os urbanos.

O boom da energia solar

O ano de 2024 começou com o país ultrapassando a marca de 39 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, somando as duas formas de geração: centralizada (que são as usinas de grande porte) e distribuída (os sistemas de geração própria instalados em telhados).

No acumulado de 2012 a 2023, a fonte solar recebeu investimentos de mais de R$ 179,5 bilhões e gerou cerca de 1,1 milhão de empregos, contabilizando as duas formas de geração, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Também evitou que 45,2 toneladas de gás carbônico (CO2) fossem liberadas na atmosfera com a geração de eletricidade nesse mesmo período.

Neste ano, só a geração de eletricidade dos painéis solares de residências e estabelecimentos comerciais atingiu a capacidade instalada equivalente a três usinas hidrelétricas de Itaipu, afirma a Absolar. 

Tecnologias para geração de energia renovável

A transição, diversificação e sustentabilidade energética no Brasil é impulsionada por tecnologias mais eficientes e acessíveis para geração de energia solar, eólica e biomassa que estão se tornando cada vez mais competitivas, permitindo a expansão dessas fontes na matriz elétrica. 

Os avanços se estendem para sistemas de armazenamento de energia, como as usinas hidrelétricas reversíveis, que permitem o armazenamento da energia gerada em momentos de excedente, garantindo o fornecimento em períodos de maior demanda. Nos últimos anos, também se destacam sistemas de gestão inteligentes que permitem otimizar a operação da rede elétrica, integrando diferentes fontes de energia e garantindo a estabilidade do sistema.

A AES Brasil realiza projetos que não apenas reduzem emissões, mas também promovem o desenvolvimento sustentável. A companhia gera energia 100% renovável, com parques eólicos que emitem créditos de carbono. Em 2022, a empresa comercializou esses créditos pela primeira vez. 

Investimento em energia renovável deve atingir US$ 2 trilhões no mundo ainda esse ano

Com um investimento em energia renovável de U$2 trilhões, o ano de 2024 é um marco para o setor energético, segundo o relatório Investimento Mundial em Energia, da Agência Internacional de Energia (IEA). O valor – que inclui melhorias de eficiência, veículos elétricos, redes, armazenamento, energia nuclear, combustíveis de baixas emissões e bombas de calor – representa dois terços do total de investimentos em energia. 

O crescimento é liderado pela energia solar fotovoltaica, que deve crescer em mais de U$500 bilhões neste ano e ser o destino de mais aporte financeiro do que todas as outras fontes de geração de energia juntas. Em relação a 2015, quando foi assinado o Acordo de Paris, os investimentos em diferentes tipos de energia renováveis eram o dobro em relação aos valores destinados às fontes fósseis. Neste ano, serão dez vezes mais do que o destinado aos combustíveis fósseis não atenuados (aqueles cujas emissões não passam por nenhum processo de captura ou armazenamento de carbono).

O que possibilita esse desenvolvimento é a redução de custos das tecnologias limpas. Em 2023, cada dólar investido em energia eólica e solar fotovoltaica rendeu 2,5 vezes mais produção de energia do que um dólar gasto nas mesmas tecnologias uma década antes. O custo dos painéis solares, por exemplo, teve queda de 30% nos últimos dois anos, e os preços de minerais essenciais para a transição energética também diminuíram drasticamente, especialmente os metais utilizados em baterias. Essas novas tecnologias de armazenamento de energia são fundamentais para garantir a estabilidade da rede elétrica e permitir a integração de fontes intermitentes. 

A busca por matrizes energéticas diversificadas e políticas públicas de incentivo ao uso de energias renováveis se somam a esse cenário. Os investimentos em energia limpa significam redução das emissões de gases de efeito estufa, geração de empregos, fortalecimento da segurança energética e diversificação da matriz energética brasileira. No entanto, ainda há desafios a serem enfrentados pelo setor, como a necessidade de ampliar os investimentos em infraestrutura e garantir acesso justo e equitativo à energia limpa.

Ranking de investimento em energias renováveis

Em 2024, a China deverá liderar o investimento em energia limpa, impulsionada pela demanda interna nas indústrias de energia solar, baterias de lítio e veículos elétricos. O valor estimado é de cerca de U$675 bilhões. 

Na sequência vêm a Europa e os Estados Unidos, com investimentos estimados de U$370 bilhões e U$315 bilhões, respectivamente. As três economias devem responder por mais de dois terços do aporte global em energia limpa, evidenciando as desigualdades no destino do capital internacional destinado ao setor.

A América Latina e o Caribe se destacam pelo uso de energias renováveis, com 60% de sua matriz energética composta por fontes limpas, principalmente hidrelétrica. Em 2024, o investimento em energia na região deve atingir U$185 bilhões, impulsionado pelo crescimento das energias renováveis, como a solar e a eólica offshore, e pelo desenvolvimento de estratégias de uso do hidrogênio de baixo carbono, especialmente no Brasil e no Chile. 

Metas Net Zero

Quase metade dos 33 países da América Latina e Caribe se comprometeram a atingir emissões líquidas zero até 2050. Para que essas metas sejam possíveis, será preciso aumentar em quatro vezes o investimento médio anual em energia limpa durante o período de 2026-2030, em comparação com a década anterior. Esse aumento de investimentos pode colocar a região no caminho certo para alcançar a neutralidade climática – mas, antes disso, chegaremos ao pico do consumo de combustíveis fósseis ainda nesta década.
O avanço de projetos de energias renováveis no Brasil tem um papel importante nesse cenário. O país se destaca pelo avanço da energia eólica offshore e o desenvolvimento de investimentos em hidrogênio. Para atingir as metas de emissões líquidas zero até 2050, o investimento em energia limpa, no entanto, precisará continuar aumentando, assim como em toda região, o que exigirá esforços para reduzir o custo do capital e mitigar os riscos macroeconômicos.

Descubra como funcionam os green bonds e como eles ajudam nos projetos sustentáveis

Títulos de renda fixa que destinam os recursos obtidos, exclusivamente, para o financiamento de projetos com benefícios ambientais. Essa é a definição dos green bonds ou títulos verdes, produto financeiro que se tornou um importante instrumento para fomentar uma economia de baixo carbono. À medida que a necessidade de desenvolvimento sustentável se tornou mais evidente, os green bonds ficaram mais atraentes para quem busca investir e manter suas metas econômicas alinhadas com valores sustentáveis.

Empresas de diferentes setores, governos e instituições multilaterais podem emitir green bonds. No Brasil, Petrobras, Banco do Brasil e o próprio governo são apenas alguns dos que já lançaram seus títulos verdes. O Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) também são emissores desses títulos.

Segundo a Green Bonds Initiative, títulos verdes, sociais e sustentáveis em circulação no mundo ultrapassaram US$ 4 trilhões, em 2023, e continuam crescendo. Só na Europa, houve o recorde de US$ 347 bilhões em títulos verdes no ano passado, apontam dados do Institute for Energy Economics and Financial Analysis (IEEFA).

Esses valores são apenas um indicador do fluxo de capital e, segundo a Green Bonds Initiative, precisa ser multiplicado por dez para chegar ao patamar necessário ao desenvolvimento de uma economia de baixo carbono. Esse mesmo valor, no entanto, representa um aumento de mais de 100 vezes em relação a uma década atrás.

Retorno financeiro

Investir em green bonds proporciona retorno financeiro atrativo, com taxas de juros competitivas em relação ao mercado de renda fixa tradicional. Este aspecto financeiro torna os títulos verdes uma opção viável e interessante para investidores que buscam boas oportunidades de rendimento.

Além do retorno financeiro, os títulos verdes permitem que os investidores contribuam diretamente para um futuro mais sustentável. Os recursos captados são direcionados para projetos que promovem impactos ambientais positivos, como a redução das emissões de carbono e o aumento da eficiência energética.

Outro benefício dos green bonds é a diversificação do portfólio de investimentos. Eles oferecem uma alternativa sólida para os investidores que desejam ampliar suas opções. A transparência é garantida, pois a aplicação dos recursos é rigorosamente monitorada e divulgada aos investidores, assegurando a credibilidade e a confiança no uso dos fundos.

Para serem aplicados, os green bonds precisam ser verificados por instituições responsáveis por avaliar e atestar a validade dos projetos sustentáveis que serão financiados. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) são as instituições que realizam essas avaliações no Brasil.

Como são emitidos os green bonds?

O processo para emitir um título verde é semelhante ao de um título convencional. Empresas ou governos desenvolvem um projeto com foco ambiental. Depois disso, o título passa por uma certificação. 

Os green bonds são analisados por uma entidade independente para atestar que os recursos serão destinados a projetos sustentáveis. Só então é feita a emissão por um intermediário, como um banco ou uma agência financeira. Após a emissão, relatórios sobre os investimentos realizados com os recursos dos títulos verdes precisam ser publicados.

Em novembro de 2023, o governo brasileiro emitiu seus primeiros títulos verdes. Esses green bonds permitem ao governo captar recursos de investidores, com a promessa de reembolsar o valor com juros em um prazo específico. O novo título é emitido no mercado internacional, em dólares. O prazo é de sete anos e o vencimento, em 2031.

Projetos sustentáveis

Os fundos obtidos por meio dos green bonds devem ser empregados exclusivamente em projetos sustentáveis, por exemplo: 

  • parques eólicos e solares para a geração de energia limpa e renovável; 
  • construções verdes que utilizam eficiência energética e materiais sustentáveis;
  • sistemas de transporte público mais limpos e eficientes;
  • tratamento de água e esgoto para melhorar a qualidade da água e reduzir a poluição;
  • iniciativas de florestamento e reflorestamento que protegem a biodiversidade e combatem o desmatamento.

Em setembro, o governo apresentou o Arcabouço Brasileiro Para Títulos Soberanos Sustentáveis, um documento que formaliza o compromisso do Brasil com os potenciais compradores de títulos da dívida externa do país para a implementação de políticas sustentáveis. 

O documento detalha as despesas que podem ser financiadas com os recursos arrecadados, incluindo a produção de energia renovável, controle do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, além de investimentos em saneamento básico.A AES Brasil foi a primeira empresa no país a emitir títulos verdes para um projeto solar em 2019. Desde então, já foram feitas quatro emissões até 2022. Os primeiros ativos da empresa beneficiados por essa emissão foram os Complexos Solares Guaimbê e Ouroeste, em São Paulo. Totalizando R$ 820 mil, os títulos representaram 75 mil toneladas de CO2 que deixaram de ser emitidas.

Descubra quais são os principais gases de efeito estufa e seu impacto no meio ambiente

Dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) são os principais gases de efeito estufa. Na atmosfera, esses compostos químicos têm a propriedade de reter o calor gerado pelos raios solares. Mas quando esses gases são lançados indiscriminadamente, esse efeito se acentua e o que era para ser uma característica positiva e essencial para a manutenção da temperatura da Terra se torna um problema: o aquecimento global.

O efeito estufa é uma das principais preocupações ambientais da atualidade. Os cerca de 200 países signatários do Acordo de Paris concordaram, em 2015, a manter o aumento da temperatura média na Terra abaixo de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais.

No entanto, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, o planeta já aqueceu cerca de 1,1°C em relação àquele período. Mudar essa rota exige o corte nas emissões desses gases, principalmente o CO2, o maior responsável por esse fenômeno, que tem resultado em eventos climáticos extremos no Brasil e no mundo.

Então, como reduzir a emissão de gases do efeito estufa? A resposta está, principalmente, na diminuição ou no fim da queima de combustíveis fósseis, como petróleo e derivados, gás natural e carvão mineral. O CO2 é liberado para a atmosfera principalmente pela queima dessas substâncias e de biomassa.

Atividades econômicas, como a geração de energia e o transporte, são as maiores fontes de emissão de CO2. Entre os gases geradores do efeito estufa, este é o que é liberado em maior quantidade na atmosfera da Terra e o que causa maiores danos.

O metano, por sua vez, tem um potencial para aquecer o planeta 25 vezes maior do que o CO2, se considerado um período de cem anos. Produzido pela decomposição de matéria orgânica, pela produção de petróleo e gás e por meio da atividade pecuária, a concentração do metano na atmosfera é bem menor, no entanto.

Quando se fala em potencial de danos, porém, o pior dessa trinca de gases é o óxido nitroso, sendo até 300 vezes mais potente que os outros dois com relação ao aquecimento global. Ele é produzido e liberado na atmosfera principalmente por atividades agrícolas, como o uso de fertilizantes nitrogenados, além da queima de combustíveis fósseis e resíduos industriais.

Efeitos dos GEE no planeta
O acúmulo excessivo desses gases está aquecendo rapidamente e de forma anormal o planeta. Esse aumento da temperatura média em escala global afeta padrões climáticos, provocando eventos extremos como ondas de calor recorde, secas intensas, chuvas e inundações, assim como o derretimento das calotas polares e aumento do nível do mar.

As principais atividades econômicas que geram gases do efeito estufa são:

  • geração de energia
  • transporte
  • indústria
  • agricultura
  • desmatamento

Os caminhos para evitar que o planeta continue a esquentar passam pela transição energética, com a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis, a melhora da eficiência energética, mudanças nos hábitos de consumo, a preservação dos biomas e o reflorestamento, assim como a conscientização de que a “janela de oportunidades” para cortar as emissões está se fechando rapidamente.

Ferramentas de controle e neutralização de gases de efeito estufa
Já existem ferramentas para controlar as emissões de GEEs e tentar reduzi-las, e algumas delas têm ganhado força entre as empresas devido à atenção crescente do mercado e de investidores para a responsabilidade ambiental.

O GHG Protocol (Greenhouse Gas Protocol), por exemplo, é a principal metodologia internacional para a mensuração das emissões e referência mundial para plataformas de certificação de sustentabilidade no mercado. Ele classifica as emissões de GEE em três escopos:

Escopo 1: emissões diretas de fontes da empresa, como veículos e fábricas.
Escopo 2: emissões indiretas da geração de energia comprada pela empresa, como eletricidade, vapor, aquecimento e resfriamento.
Escopo 3: emissões indiretas ao longo da cadeia de valor da empresa, como transporte de produtos, viagens de funcionários, fornecedores e gestão de resíduos.

Anualmente, as empresas interessadas em manter altos padrões de sustentabilidade enviam seus relatórios de emissões para o GHG Protocol. As organizações que apresentam, de forma completa e auditada, o balanço de suas emissões devidamente verificado, comprovando seus esforços na redução dos impactos ambientais, recebem o selo ouro, reconhecimento máximo do GHG Protocol.

Outro exemplo são os Certificados de Energia Renovável (RECs), registros utilizados pelo mercado para atestar que uma determinada quantidade de energia elétrica foi produzida a partir de fontes renováveis. Os RECs são uma forma importante de engajamento das empresas e de demonstração para seus clientes e acionistas de seu comprometimento com a sustentabilidade.

Por fim, o mercado de créditos de carbono, que tem crescido no Brasil e no mundo, incentiva projetos relacionados à redução e neutralização emissões. Um crédito de carbono é gerado a cada tonelada de CO2 que deixa de ser emitida ou que é capturada da atmosfera por uma empresa ou governo, por exemplo. Assim, os créditos são uma espécie de moeda ou certificado digital que comprova que uma empresa ou um projeto ambiental capturou ou evitou emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.

Os créditos atendem aos escopos 1, 2 e 3 do Protocolo GHG. Além de compensar suas emissões de gases de efeito estufa, os créditos são um indicativo do investimento e da preocupação de uma empresa em contribuir para diminuir o aquecimento global e colaborar com uma economia mais sustentável e equilibrada.

Crescem as fusões e aquisições de usinas de energia solar com foco em autoprodução

O aumento da adesão ao modelo de autoprodução de energia elétrica está movimentando o setor de geração por fonte solar. No primeiro semestre de 2024, foram registradas 28 fusões e aquisições, o mesmo número de transações de todo o ano passado, segundo dados da consultoria Greener

A tendência é que esse número aumente e ultrapasse os registros de 2023, com pelo menos mais dez negociações de fusões e aquisições previstas para o segundo semestre de 2024. Elas devem resultar na aquisição de 77 usinas de energia solar com capacidade de 1,38 gigawatts (GW).

O modelo de autoprodução permite que consumidores do Mercado Livre de Energia produzam sua própria eletricidade por meio de usinas de energia solar, por exemplo. Em geral, são empresas que consomem grande volume de eletricidade — chamadas de eletrointensivas — e que se tornam sócias de companhias geradoras. Esta é uma alternativa mais econômica que atende diferentes necessidades, além de garantir maior independência energética e contribuir para a sustentabilidade ambiental com a opção por fontes renováveis.

O levantamento da Greener destaca que, nos primeiros seis meses de 2024, ocorreram 20 transações a mais do que no mesmo período de 2023. A maioria dessas fusões e aquisições aconteceu entre abril e junho. 

Das fusões e aquisições concluídas neste ano, 12 transações envolveram usinas de geração centralizada (aquelas de grande porte conectadas ao Sistema Interligado Nacional), cinco foram de usinas de geração distribuída (com energia produzida no local de consumo ou próximo) e 11 foram entre empresas. 

A autoprodução foi um fator crucial para essas transações. Pelo menos seis aquisições no primeiro semestre de 2024 estavam relacionadas à compra de participação societária em modelos de autoprodução. No total, foram negociadas 64 usinas de geração centralizada com uma capacidade de 1,26 GW e 90 usinas de geração distribuída, totalizando 119 megawatts (MW).

Modernização e eficiência

O mercado de energia solar no Brasil evolui rapidamente. A autoprodução é um dos principais fatores para essa transformação. Nesse cenário, as fusões e aquisições não apenas aumentam a capacidade de geração de energia, mas também promovem a modernização e a eficiência do setor. A tendência de crescimento nas transações deve continuar, impulsionada pela busca por modelos mais sustentáveis e econômicos de produção de energia.

À medida que a tecnologia avança e os custos de instalação de sistemas de geração solar continuam a diminuir, a expectativa é de que cada vez mais empresas e consumidores optem pela autoprodução. Esse movimento não apenas fortalece a infraestrutura energética do país, mas também contribui para a mitigação das mudanças climáticas.

Contratos de longo prazo

O levantamento da Greener também aponta uma mudança no perfil das empresas que realizam contratos de longo prazo de energia solar no mercado livre – também chamados de PPAs (Power Purchase Agreement). O PPA é firmado entre um gerador de energia renovável e um consumidor para a compra e venda de energia limpa a um preço previamente estabelecido. 

Antes, o destaque era para as indústrias pesadas e eletrointensivas, como as mineradoras e metalúrgicas. A abertura do Mercado Livre de Energia para empresas menores colocou nesse cenário de contratação por PPAs as empresas varejistas, de saúde e alimentícias.

Como as ações de responsabilidade socioambiental das empresas contribuem para a sociedade

O crescimento de uma empresa pode contribuir para o desenvolvimento das comunidades em que ela está inserida — e isso se dá por meio das práticas que englobam aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês). A responsabilidade socioambiental é tão relevante para clientes e mercado que um levantamento deste ano da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil) mostra que 71% das 687 empresas analisadas adotam alguma prática.

No caso da AES Brasil, não é diferente. Em 2023, investimos R$ 28,1 milhões em ações socioambientais. Com uma abordagem baseada no respeito, diálogo e compreensão, a empresa busca promover a transformação social das comunidades vizinhas aos seus ativos.

Investimento social privado
Por meio de diversas iniciativas, a empresa beneficia milhares de pessoas em diversas regiões do país onde a companhia está presente com as ações do Programa AES Brasil Gera+. Só no ano passado, atuamos em 32 municípios brasileiros e impactamos positivamente cerca de 4,2 mil pessoas. O programa é um dos principais pilares do compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável das comunidades.

São três áreas foco do Programa AES Brasil Gera+:

Inclusão produtiva e empreendedorismo: com orientação técnica e apoio estrutural, os projetos deste pilar incentivam a produção local e a movimentação da economia nas comunidades vizinhas aos ativos da AES Brasil. Em 2023, por exemplo, na região do Complexo Eólico Mandacaru, no Ceará, foram realizadas duas frentes de trabalho de Inclusão Produtiva: corte e costura e agropecuária, focadas na capacitação das mulheres.

Já no Rio Grande do Norte, 127 moradoras da região onde está o Complexo Eólico Cajuína participaram de oficinas de capacitação com foco na agropecuária para incentivo de produção por meio de hortas e criação de animais. No vídeo apresentado no link abaixo, é possível conhecer mais sobre os resultados da iniciativa nos municípios de Angicos, Fernando Pedroza, Lajes e Pedro Avelino.

Ao longo de 2023, foram realizadas iniciativas com foco em melhorias produtivas agropecuárias também nas regiões dos Complexos Eólicos Ventus e Salinas, no Rio Grande do Norte; Tucano e Alto Sertão II, na Bahia; iniciativas com foco em educação das regiões onde estão as usinas hidrelétricas, em São Paulo, contemplando 16 cidades em quatro estados brasileiros.

Segurança hídrica: busca contribuir para a melhoria da qualidade de vida no semiárido da região Nordeste, com instalação de tecnologias sociais para captação de água, contribuindo para mitigar a escassez hídrica de famílias na região, promovendo o desenvolvimento local.

Um exemplo foi o investimento na construção de um reservatório de água com sistema de irrigação para a produção agrícola na região do Complexo Eólico Tucano, na Bahia, além de cisternas e poços na região do Complexo Eólico Cajuína, no Rio Grande do Norte. Também foram realizadas oficinas formativas para uso adequado da água no semiárido.

Educação, cultura e esporte: projetos de incentivo à leitura, ao esporte e de educação ambiental. Trabalha na formação de gerações futuras mais conscientes e protagonistas das mudanças nas suas localidades. Um dos destaques é o Programa Geração+, voltado para estudantes e professores da rede municipal de ensino, que estimula nos alunos a adoção de práticas sustentáveis. Nas escolas, são promovidas discussões sobre ações ambientalmente sustentáveis relacionadas à gestão de resíduos sólidos, à fauna e flora, ao lazer e à segurança e energia elétrica — contribuindo para a criação de soluções que refletem de forma positiva nas comunidades.

Preservação do meio ambiente
Em relação às ações ambientais, a empresa atua para promover a sustentabilidade e a conservação da biodiversidade. Entre suas iniciativas, destaca-se a restauração dos biomas de Mata Atlântica e Cerrado por meio do Programa Mãos na Mata, no estado de São Paulo.

A iniciativa inclui a coleta de sementes e um viveiro que produz 1 milhão de mudas de 100 espécies nativas por ano, usadas na recuperação de áreas degradadas e na preservação da flora local. Esses esforços são fundamentais para a manutenção dos ecossistemas, ajudam na mitigação das mudanças climáticas e contribuem para a proteção de diversas espécies desses biomas.

Além disso, a empresa desenvolve o Programa de Manejo Pesqueiro e o de Preservação da Fauna Terrestre, buscando garantir a sustentabilidade dos recursos naturais e a preservação das espécies. A educação ambiental também é uma prioridade, com iniciativas para conscientizar as comunidades sobre a importância da conservação do meio ambiente e ensinar práticas sustentáveis.

Desenvolvido pela AES Brasil desde 1999, no interior de São Paulo, o Programa de Manejo Pesqueiro produz em grandes tanques, no laboratório de piscicultura em Promissão e Barra Bonita, 2,5 milhões de alevinos de espécies nativas das regiões em que a empresa atua. Quando estão no tamanho ideal, os peixes são soltos nos rios, repovoando os 10 reservatórios operados pela companhia.

Engajamento dos colaboradores
Em 2023, mais de 57 colaboradores voluntários participaram de diversas iniciativas sociais, contribuindo para um impacto ainda mais significativo nas comunidades. Isso é resultado direto do incentivo ao engajamento das equipes AES Brasil em atividades sociais, como o programa Leitura no Campo, que promove a leitura para crianças. 

Como aliar economia circular e sustentabilidade para evoluir o setor de energia

A economia circular é um modelo de consumo que muda a forma como utilizamos os recursos naturais. Esse conceito propõe manter materiais e produtos em circulação pelo maior tempo possível, em um ciclo contínuo de uso e reuso. No setor de energia, o sistema pode ser aplicado repensando a maneira como geramos, distribuímos e consumimos eletricidade para ter reflexos positivos no meio ambiente.

Lugares como a Finlândia estão na vanguarda dessa transformação, integrando práticas circulares em suas políticas energéticas. No país nórdico, 99% dos resíduos sólidos urbanos são recuperados como energia ou reciclados. 

O panorama global, no entanto, ainda é preocupante. O aumento da extração de materiais tem feito a circularidade global cair continuamente, segundo o Circularity Gap Report 2023 (Relatório de Lacuna de Circularidade 2023) da Circle Economy Foundation (Fundação de Economia Circular).

Circularidade global: 

2018 – 9,1%

2020 – 8,6%

2023 – 7,2% 

Fonte: Circle Economy Foundation

Potencial de mudança

Esses números apontam uma dependência cada vez maior de novos materiais. No entanto, há muito potencial para mudar esse cenário. Da geração de energia a partir de resíduos até a otimização de processos industriais, há diferentes possibilidades de emprego da economia circular no setor energético. 

Uma das formas mais diretas de aplicar os princípios da economia circular e sustentabilidade no setor de energia é por meio da geração da própria eletricidade pelas indústrias e empresas por meio da autoprodução. Essa é uma prática que permite a utilização de fontes renováveis para reduzir a dependência de fornecedores externos. Mas não só. Até mesmo resíduos podem ser utilizados para produzir a energia que essas empresas consomem.

Resíduos orgânicos do setor varejista, por exemplo, podem ser transformados em energia. O que poderia ser um passivo ambiental acaba sendo uma fonte energética. Essa é uma estratégia que promove a sustentabilidade e resulta em economia de custos a longo prazo.

Outro exemplo é a adoção da cogeração em indústrias que utilizam vapor em seus processos. Nessa prática, o vapor, em vez de ser descartado, é aproveitado para gerar eletricidade. Gases remanescentes de processos industriais, que seriam normalmente eliminados, são capturados e utilizados para alimentar motores geradores de eletricidade, enquanto o calor residual é empregado para aquecer as instalações. Esse modelo não só reduz as emissões de poluentes como também maximiza o uso dos recursos disponíveis, criando um ciclo contínuo de aproveitamento eficiente.

Além disso, a descentralização da geração de energia, impulsionada por essas iniciativas, fortalece a rede elétrica na totalidade. Ao distribuir a geração entre diversas fontes menores, o sistema se torna mais resiliente e capaz de operar mesmo diante de falhas em partes da rede principal. 
Com a crescente escassez de recursos naturais e a necessidade urgente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, aliar economia circular e sustentabilidade no setor de energia se tornou uma necessidade. Mas esse é um modelo que vai além. Empresas que incorporam esses princípios não ajudam apenas a reduzir o impacto ambiental, mas também ganham uma vantagem competitiva ao otimizar o uso de recursos e diversificar suas fontes de energia.

Título: Os 5 erres da economia circular

Reduzir

Fazer mais com menos, minimizando o uso de recursos e a geração de resíduos do início ao fim do ciclo de vida de um produto. 

Reutilizar

Inclui reparar, reaproveitar e remanufaturar itens que ainda têm valor, dando nova vida a produtos e materiais ao invés de descartá-los.

Reciclar

Transformar materiais descartados em novos produtos por meio da reciclagem reduz a necessidade de extração de recursos naturais.

Recuperar

Gerar energia a partir de resíduos, quando eles não podem ser reutilizados ou reciclados, faz parte desta ideia. 

Recusar

Evitar produtos que não sejam sustentáveis ou que gerem muitos resíduos.

Fonte: ADENE – Agência para a Energia de Portugal