Dia: 18 de agosto de 2024

O que é um prosumidor de eletricidade?

Enquanto o processo de transição energética avança, e a necessidade de formas de consumo sustentáveis se torna cada vez mais evidente, novos agentes emergem nesse cenário. Um deles é o prosumidor, um termo derivado da junção de “produtor” e “consumidor”, que tanto consome quanto produz energia. 

O conceito é bem mais simples do que o nome: o prosumidor pode não só gerar sua própria eletricidade, por meio de fontes renováveis — como a biomassa, energia solar, sistemas eólicos e outros meios naturais —, como também prestar serviços adicionais ao sistema elétrico, como o armazenamento e a injeção do excedente na rede de energia em períodos de pico de demanda.

Ao contrário do consumidor tradicional, que tem um papel passivo no consumo e pagamento da energia, o prosumidor é proativo e comprometido com a sustentabilidade. Ao gerar sua própria energia, de fontes renováveis, ele reduz sua dependência de combustíveis fósseis, diminuindo as emissões de gases de efeito estufa. 

O termo foi criado e popularizado pelo escritor e futurólogo americano Alvin Toffler, em seu livro A Terceira Onda, de 1980, em que previu a customização em massa das formas de consumo. O setor elétrico é apenas um dos que avançaram nessa direção. 

Mas não é só no contexto doméstico que a autoprodução de energia se destaca. Ela também ganha espaço entre os grandes consumidores, como as indústrias. Neste setor, é cada vez mais comum empresas que aderem à autoprodução: uma forma de contratação de energia na qual a companhia entra como sócia na construção de um parque eólico, por exemplo, que destinará sua geração para consumo — total ou em parte — dos processos da empresa. 

Vantagens para o sistema

As vantagens são individuais e coletivas, uma vez que a geração distribuída contribui para a descentralização do sistema elétrico, tornando-o mais resiliente e menos suscetível a falhas em larga escala.

Além da sustentabilidade, a economia é outro fator crucial. Ao produzir sua própria energia, os prosumidores podem reduzir significativamente suas contas de eletricidade. O excedente de energia gerado pode ser injetado na rede, gerando créditos usados para abater o consumo em meses subsequentes. Esse sistema de compensação, conhecido como net-metering, é particularmente vantajoso em regiões com tarifas elevadas de energia.

O conceito de prosumidor pode ser dividido em três estágios, dependendo do grau de envolvimento e tecnologia utilizada:

1. Self-Consumer (Autoconsumidor): É o agente que gera total ou parcialmente sua própria energia elétrica, geralmente utilizando tecnologias como painéis solares fotovoltaicos ou sistemas de energia eólica. No Brasil, apenas esse tipo de prosumidor está bem estabelecido. 

2. Prosumager (Producer+Consumer+Storager ou Produtor+Consumidor+Armazenador): Além de gerar, este agente também armazena parte da eletricidade produzida para usá-la de forma inteligente.

3. Flexumer (Flexibility+Producer+Storager+Consumer, ou Flexibilidade+Produtor+Armazenador+Consumidor): Este agente utiliza suas capacidades de geração e armazenamento de forma flexível, prestando serviços ao mercado, à rede e ao sistema elétrico, contribuindo para a estabilidade e eficiência do abastecimento.

Prosumidores ganharam incentivo

O prosumidor ganhou relevância com a publicação, em 2012, da Resolução Normativa n° 482/2012, que instituiu o sistema de compensação de energia elétrica. Este mecanismo permite aos consumidores gerar sua própria energia e injetar o excedente não utilizado na rede da distribuidora local, recebendo créditos gerados para abater valor relativo ao consumo em períodos posteriores. Dez anos depois, a lei n° 14.300/2022 trouxe atualizações sobre o uso da rede pelos prosumidores.

No Brasil, o Mercado Livre de Energia tem sido uma alternativa para prosumidores que buscam liberdade de escolha, flexibilidade e sustentabilidade no consumo de energia elétrica. Neste mercado, consumidores eletrointensivos podem negociar diretamente com geradores e comercializadores, buscando melhores condições econômicas e contratos de fornecimento mais alinhados com suas necessidades específicas.

A AES Brasil tem se destacado na oferta de soluções de autoprodução para clientes no Mercado Livre de Energia. A empresa oferece produtos e serviços que permitem aos grandes consumidores não só reduzir custos, mas também aumentar a sustentabilidade de suas operações. A autoprodução permite que indústrias e outros grandes consumidores gerem parte ou a totalidade de sua energia, utilizando fontes renováveis e contribuindo para a redução das emissões de carbono.

Por que o preço de energia no mercado livre é mais barato? Descubra!

Livre concorrência e flexibilidade dos contratos. Essa é a resposta mais imediata para a pergunta de quem considera migrar para o ambiente de contratação livre: “Afinal de contas, por que o preço da energia no mercado livre é mais barato do que no mercado regulado?” Essas, no entanto, não são as únicas condições que fazem com que o consumidor economize nesse modelo de contratação. 

Redução de encargos e tarifas

O mercado livre traz também outros benefícios em relação ao mercado regulado que impactam no preço da energia, como a redução nos encargos e tarifas, o que resulta em economia para as empresas. Os consumidores do mercado livre não são afetados, por exemplo, pelas bandeiras tarifárias, aplicadas pelas distribuidoras sob a supervisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) no mercado regulado. 

Nesta classificação, criada pela agência em 2015, as cores das bandeiras (vermelha, amarela ou verde) apontam qual será o custo da energia segundo as condições em que ela foi gerada. Em períodos de seca ou nos quais é necessário acionar as termelétricas, o consumidor pode ser surpreendido com a bandeira vermelha, que deixa a conta de energia mais cara. 

Previsibilidade com contratos flexíveis e sob medida

No ambiente de contratação livre, há mais previsibilidade e estabilidade dos preços, já que valores e índices de reajuste anual são definidos em contrato, além de poderem ser negociados diretamente entre fornecedor e consumidor. 

Completa essa lista de vantagens a personalização dos contratos no Mercado Livre de Energia, o que permite que as empresas adaptem os termos – como volume, sazonalidade e condições de pagamento – conforme suas necessidades específicas. 

As empresas que optam por migrar para o Mercado Livre de Energia têm a oportunidade de encontrar ofertas mais vantajosas, potencialmente resultando em uma economia nos custos com energia elétrica de até 35%, a depender da região do país. 

Mercado Livre de Energia x Mercado regulado

Em janeiro de 2024, o Mercado Livre de Energia passou por uma abertura que permitiu a todas as unidades consumidoras ligadas na alta tensão, chamadas Grupo A, a migrarem independentemente da demanda contratada, passando a poder escolher seu fornecedor.

O mercado regulado funciona de forma oposta. Nele, os consumidores são obrigados a comprar energia exclusivamente da distribuidora local, sem margem de negociação de preço ou outras condições contratuais. Nesse cenário, além das já citadas bandeiras tarifárias, o preço da energia é impactado por fatores como inflação, custos operacionais e investimentos das distribuidoras. 

Como os preços são definidos no Mercado Livre de Energia?

Com frequência, as empresas geradoras de energia produzem quantidades maiores do que as contratadas pelas distribuidoras no mercado regulado. O excedente de energia, que não tem como ser armazenado, é disponibilizado no ambiente de contratação livre. O preço de energia no mercado de curto prazolivre é definido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável por viabilizar essas operações. 

O chamado Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) é o resultado de um cálculo diário, para cada hora do dia seguinte, realizado por modelos computacionais para determinar os valores de toda a energia elétrica produzida, mas que não foi contratada pelos agentes do mercado.

Levam-se em conta no cálculo do PLD para a energia elétrica fatores como condições hidrológicas, preços de combustível e demanda de energia para determinar a precificação ideal, considerando também restrições de transmissão entre submercados. O cálculo inclui ainda informações previstas para cada submercado, como a disponibilidade de geração e consumo de energia.

Os contratos de curto prazo no Mercado Livre de Energia são mais influenciados pelo PLD. Quanto menor o tempo do contrato de energia, maior será a influência desse cálculo. Nos contratos de prazo maiores, fatores como o Custo Marginal de Expansão (CME) e a expectativa de evolução das tarifas no mercado cativo, que podem influenciar a saída de consumidores do mercado livre, têm influência maior. Outro fator que influencia é o tipo de energia negociada, que pode ser convencional ou incentivada.
No Mercado Livre de Energia, é chamada de energia convencional aquela gerada por grandes usinas ou por fontes não renováveis, como os combustíveis fósseis. A energia incentivada, por sua vez, utiliza fontes renováveis, como o vento, o sol e recursos hídricos —, sendo considerada uma forma de energia limpa. Quer saber mais sobre o Mercado Livre de Energia? Visite a nossa página.