Dia: 11 de janeiro de 2024

Qual a importância dos I-RECs no Mercado Livre de Energia?

I-REC é a sigla em inglês para certificado internacional de energia renovável: International Renewable Energy Certificate. São documentos rastreáveis e de alta confiabilidade, que comprovam que o consumo de energia elétrica de uma empresa tem origem em fontes renováveis como eólica, solar, hídrica e biomassa.

Como funcionam os RECs?

Cada certificado equivale a 1 MWh (megawatt/hora) de energia renovável consumida. “Os certificados são importantes para atender aos objetivos de sustentabilidade de cada empresa”, explica o coordenador de Comercialização e Soluções em Energia da AES Brasil, Thiago Sendon. Eles comprovam que as empresas cumpriram com obrigações internas ou compromissos com outras organizações que necessitem de consumo de energia renovável.

Ao buscar um comercializador de RECs, as empresas devem saber qual o volume de energia consomem em determinado período de tempo, geralmente em um ano, além de especificar de qual fonte querem o certificado – no portfólio da AES Brasil, por exemplo, são oferecidos RECs de fontes hídrica, solar ou eólica. Com essas informações, o comercializador pode identificar qual o certificado mais adequado às necessidades daquele consumidor. 

Hoje, são comercializados dois tipos de certificado no Brasil: o I-REC Standard e o REC Brazil. Na AES Brasil, além desses dois já citados, há também o REC AES. 

Mas antes de apresentarmos as particularidades de cada certificado, é preciso deixar claro como são definidos os escopos de emissão de gases de efeito estufa considerados nos protocolos internacionais para emissão de selos de sustentabilidade (como o GHG). 

Confira a explicação de Luciano Figueredo, gerente de projetos do Instituto Totum, responsável pelo desenvolvimento e gestão do Programa Brasileiro de Certificação de Energia Renovável no Brasil e representante nacional do I-REC Standard:

Escopo 1 – emissões diretas da atividade da empresa, como uso de ar condicionado ou gerador.

Escopo 2 – emissões indiretas, provenientes da eletricidade consumida pela empresa em suas instalações e nas cadeias produtivas.

Escopo 3 – são emissões indiretas provenientes da cadeia de fornecedores da empresa e de atividades que ela não controla.

Entenda as particularidades de cada certificado de energia renovável:

I-REC Standard

É reconhecido internacionalmente e comprova a compra de energia gerada por fonte renovável. Possibilita reportar as emissões de escopo 2, relacionadas ao consumo de energia elétrica das empresas.

REC Brazil

Garante ao cliente que a usina geradora de energia elétrica atende a, pelo menos, 5 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Organização das Nações Unidas (ONU). Ideal para empresas que, além de mitigar emissões do escopo 2 (como no caso do I-REC Standard), desejam cumprir requisitos mais rigorosos de sustentabilidade. 

REC AES

Certificado para clientes da AES Brasil no Mercado Livre de Energia. Garante que a demanda contratada para consumo da empresa vem de fontes renováveis. Permite reportar as emissões de escopo 2, relacionadas ao consumo de energia elétrica (como no caso do I-REC Standard). Tem custo menor e é indicado para empresas que não precisam de certificação internacional.

Em que momento uma empresa pode adquirir RECs?

Thiago Sendon, da AES Brasil, explica que os consumidores que estão no Mercado Livre de Energia e ainda não têm certificados podem fazer a compra dos RECs, mesmo que a energia já tenha sido comercializada. Já aqueles que ainda vão entrar no ambiente de contratação livre podem adquirir a certificação na hora de fechar a compra da energia. “Só é preciso entender qual a necessidade do cliente para seguir com o certificado mais indicado”, comenta.Tem interesse em adquirir RECs para sua empresa? Saiba como.

Setor de energia solar pode movimentar R$ 2,2 trilhões até 2050

A geração de energia solar fotovoltaica está em constante crescimento no Brasil. Nos primeiros nove meses de 2023, foi verificado um aumento de 62% na geração solar centralizada em relação ao mesmo período de 2022 – enquanto a eólica aumentou 17%, e a hídrica se manteve estável. Os dados foram divulgados na edição de setembro do Boletim Mensal de Energia do Ministério de Minas e Energia

A evolução promete seguir o mesmo ritmo pelos próximos anos. Um estudo realizado pelo Portal Solar mostra que a demanda por energia solar fotovoltaica pode movimentar cerca de R$ 2,2 trilhões no setor elétrico brasileiro até o ano de 2050

A procura extra seria causada pela eletrificação da frota de veículos e pela produção de hidrogênio verde – um tipo de combustível mais limpo e que está entre as apostas para a transição energética global e a redução do uso de combustíveis fósseis. 

Por conta da descarbonização das economias, haverá necessidade de adicionar 540 GW em sistemas fotovoltaicos nas próximas três décadas no Brasil.

“Exigências ambientais, custos de investimentos e possibilidade de geração elétrica próxima ou junto ao local de consumo fazem com que a energia solar fotovoltaica se posicione como a tecnologia mais viável para atender esse crescimento de demanda”, diz o CEO do Portal Solar, Rodolfo Meyer.

A geração chamada de centralizada vem das usinas de energia solar. Já a chamada geração distribuída vem dos painéis solares em residências, condomínios e estabelecimentos residenciais, por exemplo. 

O que é a energia solar?

A energia solar fotovoltaica é a energia elétrica gerada a partir da luz do sol. É  uma fonte de energia renovável e limpa, que não libera gases poluentes, o que  contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

As fontes renováveis representam 88% da oferta interna de eletricidade no Brasil, conforme o Balanço Energético Nacional (BEN) de 2023 referente ao ano de 2022. A expansão da matriz elétrica em 2023 contou, até novembro, com a entrada em operação comercial de 245 usinas, sendo que as usinas eólicas e solares equivalem a 90% da capacidade instalada no ano. 

Conforme dados compilados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), essa fonte tem mais de 35,7 GW operacionais e mais de 1 milhão de novos empregos gerados.

A energia solar no Brasil em números*

  • Mais de 35,7 GW operacionais
  • Mais de 43,8 milhões de toneladas de CO2 que deixaram de ser emitidas 
  • Mais de R$ 173,8 bilhões em novos investimentos
  • Mais de 1 milhão de novos empregos gerados
  • Mais de R$ 48,4 bilhões em tributos arrecadados

*Dados da Absolar – dezembro/2023

Futuro Promissor

Em dezembro de 2023, a energia solar fotovoltaica representava 16% da matriz energética brasileira, conforme o boletim nº 62 da Absolar. A capacidade de geração de energia desta fonte deve crescer. A associação prevê um aumento de 26% em relação à capacidade atual, alcançando 45,5 GW no fim de 2024.

A maior parte do crescimento será das usinas solares de Geração Distribuída (GD), aquelas de pequeno porte, compostas por painéis solares que geram a própria energia de casas, condomínios, estabelecimentos ou pequenas empresas, por exemplo. 

Elas já apresentaram crescimento de 82% na capacidade instalada entre agosto de 2022 e o mesmo mês de 2023, conforme o Boletim Mensal de Energia. A previsão é de que a GD alcance 31 GW em 2024 – atualmente são 25,1 GW. O valor corresponde a quase 70% da potência total dessa fonte no país. 

Para o Ministério de Minas e Energia, o crescimento da geração distribuída é reflexo de políticas públicas de incentivo às fontes de energia renováveis e à

micro e minigeração distribuída, como a isenção da tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) até o ano de 2045 para sistemas implantados ou com solicitações de acesso protocolados até 7 de janeiro de 2023. Os sistemas implantados até 31 de dezembro de 2028 terão isenção parcial desta tarifa. 

As de geração centralizada, que são as grandes usinas, também tiveram aumento na capacidade instalada entre o período de 2022 e 2023 e avançaram 78,9%. Para 2024, a expectativa é de aumento de 3,3 GW em relação à capacidade atual, alcançando o total de 14,4 GW.

Fontes: Boletim Mensal de Energia, Portal Solar, Absolar e Aneel.

Sua empresa pode se ver livre da bandeira tarifária? Descubra

A bandeira tarifária é um sistema criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2015 para indicar as condições ambientais para a geração de energia elétrica e como isso impacta no valor da conta de luz dos consumidores do mercado regulado – ou seja, de pessoas físicas e empresas que contratam energia com as distribuidoras locais.  

Nesta classificação, as cores das bandeiras apontam qual será o custo da energia de acordo com as condições em que ela foi gerada. Por exemplo: em períodos de seca ou nos quais é necessário acionar as termelétricas, o consumidor pode ser surpreendido com a bandeira vermelha, que deixa a conta de energia mais cara. 

Um dos principais contras deste sistema para os consumidores é a imprevisibilidade de custos com energia elétrica. Veja abaixo como funciona o sistema de bandeiras tarifárias em detalhes. 

(aqui faremos uma arte com as cores de cada tarifa)

4 bandeiras 

estabelecidas pela Aneel de acordo com as de condições ambientais para a geração de energia:

Verde – condições favoráveis de geração de energia elétrica. Não há acréscimo de valores na tarifa

Amarela – condições menos favoráveis. Acréscimo de R$ 0,01874 para cada quilowatt-hora (kWh) consumido

Vermelha Patamar 1 – condições mais custosas. Acréscimo de R$ 0,03971 para cada quilowatt-hora (kWh) consumido

Vermelha Patamar 2 – custo alto na geração. Acréscimo de R$ 0,09492 para cada quilowatt-hora (kWh) consumido

(Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel)

Na realidade brasileira, com 51% da matriz elétrica nacional de usinas hidrelétricas, isso significa que a tarifa de energia varia de acordo com as condições dos reservatórios. 

Durante períodos de seca e de diminuição na capacidade de geração, é preciso usar energia gerada pelas centrais termelétricas, que é mais cara. Nessas situações, a bandeira tarifária fica amarela ou vermelha, o que reflete em aumento no valor da conta de luz no fim do mês. 

Estar sujeito às flutuações que o sistema enfrenta e não saber se a conta de luz virá mais alta por causa das bandeiras tarifárias já é um peso para os consumidores residenciais. E, para o empresário, traz incerteza quanto aos gastos com energia, portanto, menor capacidade de planejamento orçamentário e de investimentos.

A grande oportunidade que se abre em 2024 é que, para todas as empresas ligadas na alta tensão, existe uma forma do seu negócio ficar livre dessa cobrança. É passar a consumir no ambiente de contratação livre (ACL), ou Mercado Livre de Energia.

Conheça o Mercado Livre de Energia

Trata-se de uma opção para as empresas que querem ou precisam ter mais previsibilidade dos gastos com energia elétrica. No Mercado Livre de Energia, também conhecido como ambiente de contratação livre, a negociação é feita diretamente com as companhias geradoras e/ou comercializadoras. 

É possível definir em contrato preços, prazos, volume de contratação, índice de reajuste anual e outros detalhes de acordo com as necessidades de cada negócio. Sem as variações de tarifa fica muito mais fácil prever os gastos por todo o período de contratação, que é negociado previamente.

O diretor Comercial da AES Brasil, José Carlos Reis, explica que vivemos um ótimo momento para a migração. “O valor está muito atrativo para compra de energia no mercado livre. O cliente tem a oportunidade de capturar o maior ganho possível com essa mudança.” A economia nos gastos com energia podem ficar em torno de 35%, dependendo da região onde a empresa está localizada. “Isso melhora o negócio e amplia sua competitividade”, aponta o executivo.

4 benefícios

do Mercado Livre de Energia

1 Menor preço

A concorrência estimula a oferta de energia a preços mais atrativos.

2 Previsão de custos 

O preço da energia elétrica é predefinido na hora da contratação, assim como o índice de reajuste anual – que pode ser IPCA ou IGP-M, por exemplo. É um mercado com menos variações e maior previsibilidade.

3 Livre negociação

Cada empresa escolhe seu fornecedor e pode negociar diretamente as condições comerciais. Assim, os contratos ficam sob medida para a necessidade de consumo de cada tipo de negócio. 

4 Sustentabilidade

Além de escolher o fornecedor, as empresas no mercado livre também escolhem o tipo de energia que querem contratar. Optar por fontes renováveis – como hídrica, eólica e solar – ajuda a impulsionar as metas de sustentabilidade e melhora a reputação da empresa diante de clientes, sociedade e investidores. 
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Como o Mercado Livre de Energia pode aumentar a competitividade da sua empresa 

Entre as possibilidades oferecidas pelo Mercado Livre de Energia, estão duas vantagens que interessam a todas as empresas que querem crescer nos negócios: economia e competitividade. 

A economia acontece devido ao poder de escolha do cliente no ambiente de contratação livre. Ter a liberdade de negociar preços,  prazos e condições ajuda a fechar contratos sob medida para as necessidades de cada negócio. E os formatos de contrato dão maior previsibilidade aos custos que a empresa terá com energia. 

As vantagens competitivas vêm da oportunidade de investir o dinheiro economizado em melhorias de processo, novos produtos e soluções. No Mercado Livre de Energia é possível, também, contratar energia de fontes 100% renováveis, contribuindo para as metas de sustentabilidade da empresa e melhorando sua reputação diante do mercado e dos investidores. 

Assista ao episódio do videocast Energia em Foco sobre economia e competitividade no Mercado Livre de Energia:

Confira os diferenciais do Mercado Livre de Energia que tornam a sua empresa mais competitiva: 

1 – Energia mais barata

A concorrência que existe no Mercado Livre de Energia faz com que comercializadoras e geradoras busquem constante inovação, criação de produtos e oferta de benefícios, o que contribui para que a energia tenha preços mais atrativos. Dependendo da região, a economia na fatura de energia das empresas que compram no mercado livre fica em torno de 35%.

2 – Previsão de custos

O preço da energia e o índice de reajuste anual são definidos em contrato após negociação entre o cliente e a comercializadora ou geradora de energia. Não existe a aplicação de bandeiras tarifárias e há menos encargos, o que evita as variações e revisões de tarifas comuns do mercado regulado – que tem um nível de previsibilidade mais baixo.

3 – Livre negociação 

Escolher livremente quem vai fornecer a energia para a sua empresa e poder negociar as condições comerciais e os prazos permite ter um contrato sob medida para as necessidades do consumidor.

4 – Sustentabilidade

Além de escolher o fornecedor, os consumidores do mercado livre podem escolher o tipo de energia que irão contratar. Ao optar pelas fontes renováveis – como  eólica, solar e hídrica –, a empresa reduz a emissão de gases de efeito estufa, impulsiona as metas de sustentabilidade e melhora sua reputação diante de clientes, sociedade e investidores. 

Um futuro promissor 

Até o final de novembro de 2023, o Brasil tinha cerca de 37 mil unidades consumidoras no Mercado Livre de Energia, o que respondia por 37% do consumo total de eletricidade do país, conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). 

Com a recente abertura para todas as empresas conectadas à alta tensão, a expectativa é que a competitividade no Mercado Livre de Energia cresça ainda mais. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), nos primeiros dias de janeiro, 13 mil consumidores já haviam solicitado a migração. Entre eles estão pequenas indústrias, supermercados, padarias, shoppings e hospitais. 
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