Consumidores de alta tensão poderão migrar para o Mercado Livre de Energia. Mas o que isso significa para a sua empresa?
Recentemente, tivemos uma notícia que trouxe novas perspectivas para todo o setor elétrico (e que já era esperada por indústrias e empresas não é mesmo?). O MME (Ministério de Minas e Energia), divulgou a Portaria 50/2022, que permite que consumidores do mercado de alta tensão (>2,3 kV), poderão escolher seu fornecedor de energia livremente a partir de janeiro de 2024, dentro do que chamamos de Mercado Livre de Energia, no qual é possível negociar preços, prazos, flexibilidades e tipos de energia conforme suas necessidades. Essa liberalização representa o primeiro avanço em relação ao limite previamente estabelecido de 500kW.
“Esta possibilidade já está disponível para uma grande parcela das empresas, ou seja, comércios e indústrias que apresentam um gasto com energia superior a, aproximadamente, R$ 30 mil por mês. Destaco que, a partir de janeiro de 2024, todos os consumidores de energia de alta tensão (Grupo A) do Brasil, independentemente do valor de sua conta de luz, deverão ser livres e poderão escolher seu fornecedor de energia”, pontua José Carlos Reis, gerente de comercialização de energia da AES Brasil. Mas no que isso impacta a sua empresa?
Cada vez mais, os consumidores de energia (do Brasil e do mundo), assumem maior autonomia. Ao optar, por exemplo, por gerar a sua própria energia, comprar energias limpas e renováveis ou até mesmo alterar seus padrões de consumo para benefício do sistema elétrico, eles encontram redução de gastos com a fatura de energia da empresa e ainda garantem o atingimento de suas metas de sustentabilidade.
Lembrando aqui que os consumidores com carga individual inferior a 500kW que decidirem por essa migração deverão ser representados por um agente varejista perante a CCEE. Se essa explicação ainda parece muito complexa para você, temos especialistas que podem te auxiliar durante todo o processo.
No decorrer dos anos, o setor elétrico brasileiro vem passando por mudanças graduais que permitem maior liberdade para os que compram energia. Aproximadamente 30 mil unidades consumidoras estão no Mercado Livre de Energia hoje (e representam 36% do consumo energético), e a partir de 2024 mais 106 mil unidades poderão migrar. A estimativa da CCEE é de que, com esse aumento da migração dos consumidores de alta tensão, a participação poderá representar até 46% de todo o sistema elétrico brasileiro. No setor industrial por exemplo, 88% das empresas já se encontram no mercado livre.
As expectativas são de que o mercado caminhe para uma abertura total e gradual. Espera-se que a partir de 2026, consumidores de baixa tensão menos os residenciais e rurais, que contemplam cerca de 11 milhões de unidades consumidoras, poderão escolher seus fornecedores de energia. Isso garantirá maior protagonismo às empresas e competitividade de mercado, além de contribuir para um Brasil mais sustentável.