Como o Mercado Livre de Energia pode impulsionar as metas ESG da sua empresa
As práticas ESG – Ambientais, Sociais e de Governança, na sigla em inglês – têm ganhado espaço e importância nas corporações. Esse boom da temática dentro das estratégias empresariais, independentemente do porte ou setor de atuação, se explica pelo aumento das exigências e diligências do mercado financeiro, de agências de classificação de risco de crédito e dos próprios clientes por melhor gestão de impactos.
“Onde um banco vai alocar o seu recurso? Qual empresa um cliente vai escolher para estabelecer uma parceria duradoura? Numa empresa que, de fato, seja um negócio sólido, que reduza seus impactos negativos e aumente seu legado positivo, tendo olhar para todos os públicos com os quais ela se relaciona”, afirma a gerente de ESG da AES Brasil, Andrea Santoro. A governança do desempenho socioambiental e gestão de riscos e se tornou imperativo de negócios.
“Significa que uma empresa é socialmente justa, economicamente viável e que tem práticas relacionadas ao meio ambiente que protegem e preservam os recursos naturais”, completa Andrea.
Mas, o que o Mercado Livre de Energia tem a ver com ESG? Tudo. Pois um aspecto essencial para impulsionar essas metas é o consumo de energias renováveis.
No mercado livre, além de economizar na fatura, o consumidor pode optar pela compra de energia proveniente de fontes 100% renováveis — como eólica, hídrica e solar —, que são mais limpas e reduzem a emissão de CO2 na atmosfera, principal responsável pelas mudanças climáticas.
A AES Brasil, por exemplo, além de gerar apenas energia de fontes renováveis para comercialização no mercado livre, ainda possibilita aos clientes a aquisição dos RECs — certificados que comprovam o consumo de energia renovável. Esses certificados são rastreáveis e podem ser apresentados a organizações internacionais que concedem selos de sustentabilidade, como GHG Protocol e LED. Os RECs são oferecidos de acordo com os objetivos de cada cliente na área ambiental.
Videocast Energia em Foco: assista ao episódio sobre Mercado Livre de Energia e ESG:
Matriz brasileira favorece a transição energética
Quando se fala em energia elétrica, a matriz brasileira — ou seja, o conjunto de fontes utilizadas na geração de eletricidade no país — tem grandes diferenciais em relação ao resto do mundo. Andrea explica que, enquanto na média mundial, 70% da energia provém de fontes não-renováveis e 30% de renováveis, no Brasil temos cerca de 85% da matriz elétrica renovável.
Conforme dados do último Boletim Mensal de Energia divulgado pelo Ministério de Minas e Energia, até setembro de 2023, a proporção de renováveis na oferta interna de energia no país tinha aumentado 48,8% em relação ao ano anterior. Considerando apenas as usinas eólicas, entraram em operação no período 3.321,9 MW de potência, valor 95% maior do que o acumulado em 2022 para o mesmo período.
Para Andrea Santoro, isso demonstra que a transição energética está acontecendo, e que os investimentos em energias renováveis estão alcançando as necessidades apresentadas pelos desafios globais.
“Junto vêm as soluções e os produtos que as empresas podem adquirir. Existem muitas soluções possíveis como estratégia para descarbonização das empresas, mas cada uma delas precisa escolher qual prefere”, explica a gerente.
Entre os grandes players do mercado que já incorporaram as energias renováveis em sua estratégia ESG está a Suzano, maior fabricante de celulose do mundo e cliente da AES Brasil.
A empresa é ativa no mercado livre e, segundo Paulo Henrique Squariz, gerente-executivo de Energia da empresa, parte da energia consumida já é produzida pela própria Suzano com um resíduo da madeira chamado licor negro. “Toda a visão da empresa é de consumir energia renovável a partir de fornecedores que tenham, evidentemente, energia limpa para que isso entre no nosso portfólio de forma limpa e renovável”, afirma.
Ele aponta que a sociedade e os consumidores exigem uma participação mais ativa das corporações quando o assunto é meio ambiente. “Na Suzano, a sustentabilidade é a nossa grande estratégia”, conclui.
Compromissos ESG
A AES Brasil assumiu os Compromissos ESG 2030, que são metas de longo prazo – algumas já alcançadas. Por exemplo, a de se tornar empresa carbono neutra. Um estudo recente levantou as emissões históricas de gases de efeito estufa da companhia, desde o início das operações no país, em 1999, e elas foram neutralizadas. Após isso, a AES Brasil mantém, a cada ano, a neutralização das emissões provenientes de todas as atividades da empresa, considerando tanto as emissões diretas quanto as indiretas — chamadas de Escopos 1, 2 e 3.
“Temos outros objetivos a serem alcançados, e um deles é nos tornarmos carbono positivo, além de aumentar o reflorestamento de Mata Atlântica, do Cerrado e de outros biomas”, antecipa Andrea Santoro, gerente de ESG da AES Brasil.