Quase 50% dos PPAs de energia solar e eólica ocorreram nas Américas em 2023
Globalmente, os contratos de compra de energia, os chamados PPAs (Power Purchase Agreement) cresceram 12%, em 2023, com a maioria dos anúncios feitos no continente americano, cerca de 45% (20,9 GW), segundo o estudo Perspectivas do Mercado Corporativo de Energia para o 1º semestre de 2024, da BloombergNEF. A Europa ficou em segundo lugar, com 33% dos contratos (15,4 GW) e o maior crescimento registrado entre todas as regiões.
Entre 2022 e 2023, o número de PPAs corporativos cresceu 74% no continente europeu, passando de 8,8 GW para 15,4 GW. A queda no valor médio dos contratos e a regularização de problemas de abastecimento são os motivos apontados na pesquisa.
Os PPAs são contratos de longo prazo entre um cliente – geralmente empresas que necessitam de grandes quantidades de eletricidade – e uma geradora de energia elétrica de fonte renovável. Esse tipo de acordo comercial é feito com valores de tarifa prefixados, por períodos que vão de cinco a vinte anos, o que pode representar economia substancial para o consumidor.
Existem dois tipos de instalação para os PPAs, On-site e Offsite. Os PPAs On-site fornecem eletricidade para a rede interna do cliente a partir de uma instalação fotovoltaica no local. Com isso, o cliente deixa de consumir energia externa e obtém uma tarifa mais vantajosa. O projeto, o investimento e a manutenção são de responsabilidade do fornecedor.
Os PPAs Offsite, por sua vez, são contratos relacionados a uma instalação fotovoltaica ou a um parque eólico conectados à rede de energia elétrica regular do país ou região. Assim, a energia fornecida ao consumidor vem de um projeto que se liga à rede. Essa modalidade é comum quando o cliente não tem condições ou espaço apropriados para a montagem de uma instalação local.
O que as empresas ganham com os PPAs?
- Maior previsibilidade dos gastos com energia, pois os valores são prefixados. O preço tem mais relação com o custo da geração do que com o valor de mercado, o que resulta na redução de custos.
- No caso da autoprodução, é possível ter isenção de alguns encargos, o que reduz o custo final de energia. Além disso, determinados projetos têm descontos de 50% nas tarifas de uso do sistema de distribuição.
- Segurança de fornecimento, pois os contratos são feitos com empresas experientes na geração e distribuição de energia.
- Flexibilidade. Os contratos de longo prazo são altamente customizáveis.
No ano passado, 46 GW em projetos de energia solar e eólica foram contratados por empresas em todo o mundo. Em 2022, esse número foi de 41 GW. As empresas de tecnologia — como Amazon, Meta e Google — são as maiores compradoras.
Segundo os autores do estudo, a ascensão da inteligência artificial e a eletrificação dos meios de transportes levam à necessidade do aumento da produção, o que deve gerar maior procura por energia limpa contratada via PPAs.
A BloombergNEF estima que as empresas com metas de energia 100% limpa como parte da iniciativa RE100, um programa corporativo global, necessitarão de 105 GW adicionais de energia solar e eólica até 2030. Este número é ainda maior quando se consideram todas as empresas.
Desde 2008, os acordos de PPAs somam mais de 198 GW de energia solar e eólica, segundo a BloombergNEF. Esse montante supera a capacidade de geração de energia de países como a Coreia do Sul, França e Reino Unido. Trata-se de um mercado que cresceu 33%, em média, desde 2015.
O estudo da BloombergNEF também aponta que 2023 foi o sétimo ano em que o mercado de PPAs bateu um novo recorde. Entre os motivos apontados para os bons resultados nesse mercado estão a recuperação da economia mundial após a pandemia de Covid-19 e o avanço das metas de contratação de energia limpa das empresas.
Os dados de 2022 já apontavam um crescimento de 18% no número de contratos nas Américas, com um aumento significativo nos Estados Unidos e na América Latina. Naquele ano, o continente foi responsável por 24 GW contratados em energia renovável via PPAs.
AES Brasil: ampla experiência com PPAs
A AES Brasil, parte da AES Corporation, uma das maiores geradoras e comercializadoras de energia do mundo, é referência nacional em fontes renováveis. Tem ampla experiência com PPAs, atendendo clientes de grande porte no Brasil todo e contribuindo para a transformação do setor energético brasileiro.