Dia: 3 de julho de 2024

Mercado Livre de Energia ganha maior adesão com pequenos negócios. Entenda!

O Mercado Livre de Energia do Brasil alcançou um marco expressivo no primeiro trimestre de 2024, com um aumento recorde no número de migrações — entre janeiro e março, foram 5.360 novos consumidores – 3 vezes mais do que no mesmo período de 2023, e mais do que o total de migrações de todo o ano de 2022.

Dados mais recentes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indicam que, de janeiro a abril, já são 7.152 novos consumidores que ingressaram no mercado livre, o que representa 97% de todas as adesões de 2023. Desse universo, mais de 70% dos clientes são da modalidade varejista, especialmente pequenos negócios.  

Abertura de mercado

A abertura do Mercado Livre de Energia desde janeiro de 2024 para todos os consumidores com tensão de fornecimento maior ou igual a 2,3 quilovolts (kV) provocou uma intensa aceleração no ritmo de migrações. As regiões Sudeste e Sul encabeçam o ranking, com São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul no topo da lista. Os setores de comércio, serviços e manufaturados diversos foram os mais representativos nesse movimento de migração.

Antes, esse mercado era acessível apenas a consumidores de grande e médio porte, como indústrias, enquanto os consumidores de alta tensão com cargas mais baixas eram obrigados a comprar energia das distribuidoras do mercado regulado. 

Vantagens do Mercado Livre de Energia

Os clientes no Mercado Livre de Energia têm uma série de vantagens, pois podem  negociar diretamente com o fornecedor todos os aspectos do contrato, desde valores, sazonalidades, até o tipo de fonte geradora. 

Os contratos de energia para empresas são mais flexíveis nesse mercado e personalizados conforme as demandas de cada negócio. Preços e índices de reajuste anual são definidos na hora da contratação, o que permite aos pequenos negócios terem maior previsibilidade nos gastos com energia. 

O Mercado Livre de Energia representa 38% do consumo total de energia elétrica no Brasil. Esse número deve continuar a crescer nos próximos meses. Aproximadamente 23,8 mil consumidores informaram às distribuidoras sobre o desejo de migrar para o ambiente de contratação livre (ACL) em 2024. Além disso, 880 pedidos já foram registrados para 2025, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Até 2030, o ACL terá uma participação de 44% da carga total do Sistema Interligado Nacional, com estimativa de crescimento anual de um ponto percentual, de acordo com projeção da consultoria Thymos Energia. 

O que é um comercializador varejista? 

Com um comercializador varejista, a empresa migra sem burocracia e de forma mais segura, pois passa a contar com especialistas em Mercado Livre de Energia nas transações de contratação de energia e nos trâmites com a CCEE. Na AES Brasil, por exemplo, a partir de uma análise do perfil de consumo, da sazonalidade e da tarifa do uso da distribuição local, é possível desenhar contratos sob medida para as necessidades do consumidor. Também são definidas estratégias para a contratação de energia da forma mais eficiente e vantajosa para o tipo de negócio do cliente. 

Algumas geradoras, como a AES Brasil, também oferecem aos seus clientes a possibilidade de contratar energia já com certificados de energia renovável. Conhecidos como RECs, são documentos rastreáveis e comprovam para clientes, mercado e plataformas de certificação ambiental o uso de energia renovável pela empresa.
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Entenda quais são os impactos da transição energética para o sistema elétrico e as empresas de energia

Os impactos da transição energética global estão crescendo enquanto causam mudanças nos sistemas elétricos e nas empresas de energia. Um relatório recente da consultoria EY aponta como esse processo está ocorrendo em diferentes mercados. No Brasil, onde a matriz elétrica é majoritariamente renovável, a aceleração da adoção de tecnologias de energia limpa está criando novos desafios e oportunidades.

A transição energética não é um processo uniforme e linear. Pelo contrário, ela varia segundo o mercado, a tecnologia e o envolvimento dos consumidores. Quando a sociedade se transforma ou a tecnologia avança, o progresso não tem uma trajetória linear. Em vez disso, ele segue uma curva em formato de “S”, que não tem crescimento contínuo, e acaba sendo impulsionado pelo efeito positivo da própria mudança. 

À medida que a tecnologia melhora, atinge pontos de inflexão econômica com a redução de custos, o aumento das capacidades e a adesão dos consumidores aos novos padrões também cresce.

Principais aceleradores
A EY identificou três aceleradores principais que podem dinamizar essa mudança:

  1. Incentivo à mudança da “velha” para a “nova” energia:

Segundo o relatório, a adoção de políticas específicas e inovações tecnológicas são fundamentais para atingir metas de descarbonização mais rapidamente. No Brasil, as energias eólica e solar estão crescendo impulsionadas por medidas favoráveis e reduções nos custos de tecnologia. O estudo destaca que, globalmente, a energia verde dominará a produção até 2038, representando 62% do mix energético até 2050.

  1. Fortalecimento da cadeia de valor de metais e minerais:

O relatório da EY afirma que a construção de novos ativos e infraestruturas energéticas requer abundantes recursos minerais como cobre, lítio e níquel. No Brasil, a mineração terá um papel fundamental na transição energética, e investimentos significativos serão necessários para suprir a demanda crescente.

  1. Atendimento das expectativas do consumidor de energia:

O envolvimento dos consumidores, tanto residenciais quanto industriais, diz o estudo, é essencial para o sucesso das transições energéticas. As empresas precisam oferecer soluções que sejam não apenas sustentáveis, mas também mais baratas. A adoção de veículos elétricos e tecnologias de geração distribuída, por exemplo, está transformando a relação entre consumidores e empresas de energia.

Impactos da transição energética no contexto brasileiro

A matriz elétrica do Brasil é composta por cerca de 84% de fontes renováveis, o que coloca o país entre os líderes globais em energia limpa. De acordo com o relatório anual da Global Electricity Review, o país se destaca no G20, formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia, por ter a maior parcela de eletricidade limpa. No entanto, os impactos da transição energética estão trazendo novos desafios, como a integração das energias renováveis à rede, investimentos em Infraestrutura, além de regulamentação e políticas públicas.  

As respostas a esses desafios virão com investimentos em infraestrutura para garantir a estabilidade da rede elétrica, a modernização de linhas de transmissão e distribuição e leilões de energia e incentivos fiscais para garantir o crescimento do setor. Tecnologias de armazenamento de energia e sistemas de gerenciamento de rede também serão essenciais, de acordo com diferentes análises de especialistas do setor.

O cenário é desafiador, mas abre oportunidades para as empresas de energia expandirem seus portfólios de fontes renováveis. O caminho, diz o relatório da EY, deve passar por investimentos em novos projetos de fontes como a solar e a eólica, além da exploração de oportunidades em novas tecnologias como a do hidrogênio verde.

Segundo o estudo, serão fundamentais também o desenvolvimento de inovações em tecnologias de armazenamento para melhorar a estabilidade e a eficiência da rede e o engajamento dos consumidores.