Dia: 22 de janeiro de 2024

Como é produzida a energia eólica: entenda o funcionamento de um parque eólico na prática

O Brasil tem um vasto potencial quando se fala em geração de energia eólica – um tipo de energia renovável, que não gera gás carbônico e é considerada mais barata que as demais fontes. 

Ao todo, o país tem 26 GW de capacidade instalada em 916 parques eólicos. Eles estão presentes em 12 estados, mas concentram-se, principalmente, no Nordeste. São mais de 10.178 aerogeradores em funcionamento, conforme dados da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias).

Na AES Brasil, temos em operação 9 complexos eólicos com capacidade instalada de 2.194 MW. Entre eles está o Complexo Eólico Tucano, na Bahia, inaugurado em outubro de 2023 e o primeiro do país com uma equipe de operação local formada apenas por mulheres.

Como é produzida a energia eólica?

Para produzir energia eólica, é preciso um sistema aerodinâmico, o aerogerador. Ele é formado por 3 grandes partes

Rotor: conjunto das três pás que se movem com a força do vento

Nacelle: é uma espécie de caixa que abriga os sistemas –  o multiplicador e o gerador – que vão transformar vento em energia elétrica

Torre: estrutura que suporta o conjunto Rotor + Nacelle e por onde passam os cabos que vão transportar a energia em média tensão

Por dentro da transformação

1. É dentro da nacelle que acontece a grande transformação. Quando o rotor se move com a força dos ventos, movimenta também o eixo principal. A energia produzida pelos giros passa pelo multiplicador e chega ao gerador, onde se transforma em energia elétrica.

2. A energia elétrica em média tensão desce pelos cabos que passam no interior da torre e chegam nas subestações por meio das redes de média tensão até a subestação de energia elétrica.

3. Nas subestações, a energia é elevada para alta tensão e transmitida até próximo à carga, onde passa por transformação novamente para média tensão e é distribuída  para ser usada pelos consumidores.

Saiba mais

Existem diferentes formatos de rotores: eles podem ter 2, 3 ou 4 pás. Confira a diferença entre eles:

2 pás

É mais econômico, porém exige mais velocidade para gerar a mesma quantidade de energia que os rotores de mais pás. Por conta disso, pode ser mais instável e gerar mais ruído.

3 pás

Oferece um equilíbrio entre a eficiência ao capturar o vento e a estabilidade da estrutura da torre. As 3 pás são mais eficientes ao capturar a energia do vento. Além disso, simplificam o processo de fabricação, instalação e manutenção, o que contribui para custos operacionais mais baixos do que as turbinas de mais pás. Esse modelo é o mais usado no país, que segue os mesmos padrões da indústria mundial.

4 pás

A busca por melhorias na tecnologia eólica continua com estudos e experimentos para explorar designs alternativos. Dentro dessa busca, o formato com 4 pás foi testado, mas foi considerado menos eficiente que os demais e com custos mais elevados.

A importância da energia eólica

Além de ser produzida a partir de fonte renovável – o vento -, a energia eólica também é considerada pelos especialistas como um dos melhores exemplos de energia limpa, pois não libera gases de efeito estufa na atmosfera durante sua produção. 

Conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a energia eólica representa 12,9% da capacidade instalada no Sistema Interligado Nacional (SIN) em 2023. A expectativa é que, em 2027, esse número aumente para 14,7%.

A potência dos ventos do Nordeste

O grande destaque na geração de energia eólica no país é o Nordeste. A capacidade instalada na região, contando com a energia solar fotovoltaica, é de 28,3 gigawatts (GW), o que equivale a 82,6% da energia eólica e solar do Brasil. 

E o potencial do Nordeste continua crescendo. Juntos, os estados da região somam 10 GW em projetos em fase de construção e 79,7% das novas instalações que devem entrar em operação no país, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Com condições climáticas como ventos intensos e constantes, extensas áreas de terras propícias para a instalação de parques eólicos, o Nordeste poderá liderar a produção de energia eólica – e solar – na próxima década.

Fontes:
ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias)

ONS (Operador do Sistema Nacional)

GASCH, Robert; TWELE, Jochen (Ed.). Wind power plants: fundamentals, design, construction and operation. Springer Science & Business Media, 2011.

MARQUES, Jeferson et al. Turbinas eólicas: Modelo, análise, e controle do gerador de indução com dupla alimentação. 2004.

É fácil? Descubra como migrar para o Mercado Livre de Energia

Agora, todas as empresas ligadas à alta tensão podem optar por comprar energia elétrica no ambiente de contratação livre – também chamado de Mercado Livre de Energia. 

Quer escolher o seu fornecedor e ter liberdade para negociar preços e prazos? Aqui está um guia completo que vai ajudar você a migrar seu negócio da melhor forma – com mais vantagens e menos riscos.

Assista ao videocast Energia em Foco sobre como é migrar pro Mercado Livre de Energia:

O que é o Mercado Livre de Energia? 

É um ambiente competitivo no qual as empresas têm liberdade de escolher o fornecedor de energia elétrica, negociar diretamente preços e prazos e fechar contratos mais flexíveis.

Quem pode migrar?  

Todos os consumidores ligados à rede de alta tensão, também chamado de Grupo A. Se a demanda for menor do que 500 kW, o cliente precisa ser representado por um comercializador varejista na CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), que regulamenta as operações no Mercado Livre de Energia.

Qual o passo a passo para entrar no Mercado Livre de Energia

O processo de migração para o Mercado Livre de Energia por empresas ligadas à alta tensão com consumo abaixo de 500 kW  será feito por uma comercializadora escolhida pelo cliente. Após a contratação, é realizado um gerenciamento de gastos e definição de estratégia para contratação de energia. Caso opte pela AES Brasil, você poderá contar com todo o suporte no processo de migração, pois cuidamos da burocracia, representamos sua empresa na CCEE e gerenciamos o contrato de energia do seu negócio.

Lembre-se!
O apoio e a orientação de um comercializador são fundamentais para que a migração seja feita com mais facilidade e segurança.

Como consumidor, o que preciso fazer para migrar?

Todo o processo de adesão é feito pelo comercializador varejista, e o consumidor migra sem burocracia. O preço e a forma de reajuste anual são combinados entre quem fornece e quem consome. Ao decidir pela migração, a empresa deve informar a atual distribuidora de energia com no mínimo 6 meses de antecedência do encerramento do contrato.

“No início, assusta um pouco. São necessários muitos estudos e há muitas dúvidas. Se você não tiver uma empresa com uma estrutura técnica boa, de credibilidade, você fica em dúvida se os valores [de economia] que estão sendo mostrados são corretos. Mas, definido pela migração, o processo em si foi bem fácil, rápido e com todo apoio técnico, comercial e burocrático”

Valter Saka
Gerente de Manutenção Industrial da Sansuy S.A, cliente da AES Brasil no Mercado Livre de Energia

Ainda tem dúvidas? Acesse migremercadolivre.com.br

Hidrogênio verde no Brasil: custo de produção pode cair até 51% com incentivos

Otimizações técnicas, incentivos fiscais e regulatórios podem reduzir em mais da metade o custo de produção no Brasil do hidrogênio verde (H2V) – uma das apostas para minimizar as emissões de gases de efeito estufa em setores com difícil descarbonização, como transporte aéreo, marítimo, aço, fertilizantes e outros.

A informação é da consultoria do setor de energia renovável CELA (Clean Energy Latin America), que lançou o primeiro índice que mede o custo da produção do H2V, chamado de LCOH. Segundo o índice, em agosto de 2023, o custo para produção estava entre 2,87 e 3,56 dólares por quilo, dependendo da localização do projeto (os locais não foram detalhados no estudo).

Com os incentivos e a melhora técnica, os valores podem chegar à faixa de 1,69 a 1,86 dólares por quilo, altamente competitivos em relação ao hidrogênio cinza – produzido a partir da queima de combustíveis fósseis. Em agosto de 2023, o custo deste estava na faixa de 2,93 dólares por quilo.

Brasil tem potencial de mercado

Ainda de acordo com o índice, o Brasil tem potencial para se destacar na produção e consumo do hidrogênio verde, devido à alta capacidade para gerar energia renovável, principalmente eólica e solar. 

“O Brasil tem um potencial gigantesco de liderar esse novo mercado. As principais razões para isso são a disponibilidade de energia elétrica renovável e as características regionais. Além dos recursos hídricos abundantes e a dimensão do território, a oferta de sol e vento são fatores determinantes.” 

Alison Camargo, gerente de Hidrogênio Verde da AES Brasil

Além disso, o país tem o custo das energias renováveis competitivo em relação ao restante do mundo e possui as chamadas Zonas de Processamento de Exportação (ZPE), que são áreas de livre comércio com o exterior, com incentivos fiscais.

O que é o hidrogênio verde?

É um tipo de hidrogênio produzido a partir da divisão de moléculas de água, separando seus átomos de hidrogênio do átomo de oxigênio por meio de uma corrente elétrica gerada por fontes renováveis – como eólica, solar ou hídrica -, sem a emissão de gás carbônico. 

O H2V pode ser usado na indústria, na geração de energia elétrica e para abastecer veículos. Um estudo divulgado pela assessoria Deloitte aponta que “o hidrogênio verde pode redesenhar o mapa global de energia até o final da década, criando um mercado de US$ 1,4 trilhão por ano até 2050”.

“O hidrogênio verde pode ser utilizado em diversos processos industriais, seja como matéria prima, substituindo o hidrogênio cinza, ou como combustível substituindo as rotas fósseis como o gás natural e o carvão. Ele é um importante viabilizador da transição energética global, principalmente na descarbonização das operações de grandes segmentos industriais de como fertilizantes, mineração, siderurgia, aviação e transporte pesado.”

Alison Camargo, gerente de Hidrogênio Verde da AES Brasil

Matriz energética 

Um Projeto de Lei quer incluir o hidrogênio verde na Política Nacional Energética como elemento da matriz energética brasileira, com regulação própria. A proposta está em tramitação na Câmara dos Deputados e será analisada pelas comissões de Minas e Energia e de Constituição, Justiça e Cidadania.

A AES Brasil já iniciou estudos para a viabilidade de produção de H2 verde no Porto de Pecém, no Ceará, em uma área de 80 hectares. “A operação poderá chegar aos 2 GW de energia renovável, alcançando a produção de até 800 mil toneladas  de amônia verde por ano. O projeto prevê o início da operação comercial antes de 2030”, aponta Alison.

Acesse o informe completo do índice LCOH Brasil, da CELA.

Saiba como é o programa de repovoamento de peixes em áreas de hidrelétricas

As atividades do setor elétrico envolvem ações de responsabilidade socioambiental nas regiões onde estão localizadas as usinas e complexos de geração de energia. No caso das hidrelétricas, que representam 50% das capacidade instalada da matriz elétrica nacional, o repovoamento de peixes é fundamental para manter o equilíbrio da biodiversidade local.

No entorno dos reservatórios da AES Brasil em Barra Bonita e Promissão, no interior de São Paulo, é realizado o Programa de Manejo Pesqueiro desde 1999. Por ano, são produzidos e repovoados cerca de 2,5 milhões de alevinos – como são chamados os filhotes de peixes.

O programa trabalha exclusivamente com espécies de peixes nativos da região: curimbatá, pacu-guaçu, piapara, dourado, tabarana e piracanjuba.  

“Um dos maiores benefícios deste programa é manter a biodiversidade nos reservatórios. Isso favorece a comunidade ribeirinha e os pescadores, que tiram o sustento no dia a dia para sua família”, explica Silvio Carlos Santos, analista de Meio Ambiente da AES Brasil.

Manutenção da biodiversidade

Até chegar na soltura dos alevinos nos reservatórios operados pela AES Brasil, há todo um processo que envolve uma equipe de biólogos e piscicultores. Parte dele acontece no laboratório de piscicultura, e a outra nos tanques de reprodução que ficam na unidade da empresa em Promissão.

“A minha função é trabalhar em todo o processo da produção dos alevinos, desde o trato dos animais, da alimentação, além de verificar a qualidade da água e também do manejo dos peixes”, conta Jônatas Emanuel, auxiliar de piscicultura.

Morador da região, Jônatas diz se sentir realizado com o trabalho no projeto e por contribuir para manter a vida nos rios. “Ver os peixinhos desde o zero, a gente criar, repovoar, soltar no rio, ver o rio com vida. Para mim é a melhor coisa que tem”, afirma.

O programa da AES Brasil também envolve ações educativas com alunos de escolas da região, que acompanham algumas das solturas de alevinos e aprendem sobre a biodiversidade e a importância da preservação das espécies dos rios.

Assista ao minidocumentário sobre o Programa de Manejo Pesqueiro:

Veja como é cada etapa da produção dos alevinos até o repovoamento

1 – Peixes reprodutores são criados em tanques com bastante água que seja de boa qualidade. A alimentação é balanceada e também é realizado controle sanitário.

2 – É feita uma seleção dos reprodutores que já tenham iniciado a liberação de ovos. As características de cada espécie são observadas para a reprodução em laboratório.

3 – Doses de hormônios – naturais e sintéticos – são liberadas para estimular os espermatozóides dos machos e os ovos das fêmeas. Os hormônios são necessários para o amadurecimento do aparelho reprodutor.

4 – No laboratório, os estímulos naturais são controlados e as condições, como taxa de oxigenação da água e iluminação, são adaptadas para o acasalamento dos peixes.

5 – Os gametas são liberados e misturados para a fecundação e hidratação dos ovos, que são coletados e transferidos para as incubadoras. Depois de até 5 dias, eles serão transferidos para tanques externos.

6 – As larvas de peixes são cultivadas em tanques externos e ficam nestes locais entre 45 e 90 dias. Quando se transformam em alevinos com tamanho de 10 cm, são transportados e soltos em áreas de reservatórios das usinas hidrelétricas.

7 – Os alevinos soltos no repovoamento ajudam a preservar espécies ameaçadas ou aquelas com declínio em sua população natural.