Com constantes chuvas os reservatórios começam a encher.
Segundo agentes do setor, o cenário é de alta atenção.
Com o aumento das chuvas nas últimas semanas no país, os efeitos benéficos começaram a surgir sobre os reservatórios das principais hidrelétricas brasileiras.
Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, os níveis de armazenamento de energia tiveram melhora e subiram 0,9 pontos percentuais no mês de outubro.
Na região Sul a situação do armazenamento é mais confortável. Porém, especialistas alertam de que a situação ainda requer muita atenção.
Segundo o ONS, os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, regiões consideradas “caixa d’água” do setor brasileiro, ainda têm níveis muito baixos chegando a 17,6% da capacidade de armazenamento. Pelo lado positivo, não há nenhuma usina nas regiões com níveis inferiores a 10%.
O ONS prevê que as chuvas permanecerão acima da média nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, atingindo o volume equivalente de 133% da média histórica. Na região Sul, o volume deve ficar em 83% da média histórica.
A previsão de aumento de chuvas e as medidas adotadas pelo governo levaram os especialistas a minimizar os riscos de racionamento de energia de 2021, embora o cenário de escassez traga grande impacto na conta de luz dos brasileiros.
Na opinião dos especialistas, o governo deverá manter as medidas em vigor, apesar dos apelos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela reversão da bandeira sobre a escassez hídrica, em que é acrescido o valor de R$ 14,20 para cada 100 quilowats-hora (kWh) consumidos.
O professor de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, Maurício Tolmasquim, avalia que embora a situação pareça desafiadora para o ano de 2021, o abastecimento para o ano de 2022 ainda depende do volume de chuvas de verão sobre os reservatórios.
“Atualmente, tão importante quanto evitar o risco de racionamento é reduzir o impacto das termelétricas na conta de energia e na inflação. Dado que estamos despachando termelétricas extremamente caras, a hidrologia será uma variável chave para encontrar um equilíbrio entre dois objetivos, igualmente importantes: a garantia da segurança de abastecimento e a redução do custo econômico do uso das termelétricas”, afirma.
Mesmo com as medidas para redução do consumo, a elevação do custo de geração térmica está sendo ampliado. O rombo da conta para o pagamento das térmicas chegou a R$ 8 bilhões.
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