Autoprodução é alternativa para indústria de cloro-soda reduzir os gastos com energia

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Desde 2001, os altos custos de energia levaram a uma queda de 34% na produção de cloro-soda. A indústria teme não conseguir atender às novas necessidades de saúde e recorre a projetos de autoprodução para evitar o ônus.

A relação direta entre a perda de competitividade e energia da indústria de cloro-soda pode ser explicada pelo seu peso básico no processo de eletrólise da solução de salmoura (sal mais água), pela qual a corrente elétrica passa pelo processo de separação do cloro e produção de soda cáustica como subproduto. Estima-se que a eletricidade responda por cerca de 40% dos custos de produção do setor.

Saneamento também sofre impacto

O cenário preocupantemente é um sinal de desindustrialização e recentemente ganhou uma maior compreensão do perfil de risco do país. Isso porque o cloro é matéria-prima básica no mercado de saneamento básico, e deve atrair 750 bilhões de reais de investimentos até 2033 para atingir a meta de universalização dos serviços de abastecimento de água e esgoto estabelecida no novo marco regulatório do setor aprovado em julho de 2020.


Sobre investimentos previstos, estima-se que 335 bilhões de reais serão destinados à ampliação da rede de abastecimento de água e esgoto, que utiliza grande quantidade de tubos, adutoras e ligações de PVC, cuja matéria-prima básica é o cloro. Portanto, se não houver cloro, as indústrias nacionais não poderão expandir sua produção de PVC, o que inevitavelmente aumentará as importações, seja na forma de resina ou de materiais acabados.


Energia mais barata

Pesquisas pré-existentes apontavam que, se não houver energia mais barata, não há outra opção para melhorar a competitividade do setor. Ao simular uma redução de 44,3% no custo da energia elétrica, a indústria vai restaurar sua capacidade de investimento e expandir a produção. Isso porque o gasto com energia cairam de 11,5% do valor da produção em 2018 para 6,4%, o que é ainda maior do que os países europeus e os Estados Unidos. Para Martim Afonso Penna, diretor executivo da Abiclor, a restauração da capacidade de investimento é urgente para que o país não desindustrialize setores importantes e fique dependente de importações.

Autoprodução é solução

Uma solução que está sendo muito adotada pelos competidores é a aposta em PPAs e Autoprodução de Energia, na maioria das vezes entrando como sócios na figura de autoprodutores para escapar dos encargos setoriais.

A Unipar Carbocloro, por exemplo, fez adesão à autoprodução e se tornou parceira da AES Brasil, projeto localizado no parque eólico Tucano, de 155 MW, na Bahia, que está em construção e deverá entrar em operação até o final de 2022. Pelo acordo entre as duas partes, a Unipar garantiu uma potência média de 60 MW em um contrato de 20 anos, o equivalente a um terço do consumo nas duas fábricas.

O gerente de Relações com Investidores e Relações Institucionais da Unipar, Sérgio Santos, afirmou que a primeira motivação da empresa para a sociedade em parques eólicos é garantir o fornecimento de energia limpa a longo prazo a um preço competitivo para movimentar até 40%. Mesmo com os riscos identificados no estudo da Abiclor, Santos acredita no cenário de crescimento devido ao marco regulatório da saúde.

A autoprodução é uma alternativa sem os encargos setoriais que tanto pesam o setor. Além disso, é aliada aos descontos no fio ainda obtidos pela geração renovável e tornou o preço da energia imbatível em comparação com PPAs convencionais. Está aí uma alternativa para as indústrias de cloro-soda aumentarem a competitividade em um momento decisivo.

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Fonte: https://editorabrasilenergia.com.br/cloro-soda-com-a-corda-no-pescoco/