Descubra quais são os principais gases de efeito estufa e seu impacto no meio ambiente

Dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) são os principais gases de efeito estufa. Na atmosfera, esses compostos químicos têm a propriedade de reter o calor gerado pelos raios solares. Mas quando esses gases são lançados indiscriminadamente, esse efeito se acentua e o que era para ser uma característica positiva e essencial para a manutenção da temperatura da Terra se torna um problema: o aquecimento global.

O efeito estufa é uma das principais preocupações ambientais da atualidade. Os cerca de 200 países signatários do Acordo de Paris concordaram, em 2015, a manter o aumento da temperatura média na Terra abaixo de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais.

No entanto, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, o planeta já aqueceu cerca de 1,1°C em relação àquele período. Mudar essa rota exige o corte nas emissões desses gases, principalmente o CO2, o maior responsável por esse fenômeno, que tem resultado em eventos climáticos extremos no Brasil e no mundo.

Então, como reduzir a emissão de gases do efeito estufa? A resposta está, principalmente, na diminuição ou no fim da queima de combustíveis fósseis, como petróleo e derivados, gás natural e carvão mineral. O CO2 é liberado para a atmosfera principalmente pela queima dessas substâncias e de biomassa.

Atividades econômicas, como a geração de energia e o transporte, são as maiores fontes de emissão de CO2. Entre os gases geradores do efeito estufa, este é o que é liberado em maior quantidade na atmosfera da Terra e o que causa maiores danos.

O metano, por sua vez, tem um potencial para aquecer o planeta 25 vezes maior do que o CO2, se considerado um período de cem anos. Produzido pela decomposição de matéria orgânica, pela produção de petróleo e gás e por meio da atividade pecuária, a concentração do metano na atmosfera é bem menor, no entanto.

Quando se fala em potencial de danos, porém, o pior dessa trinca de gases é o óxido nitroso, sendo até 300 vezes mais potente que os outros dois com relação ao aquecimento global. Ele é produzido e liberado na atmosfera principalmente por atividades agrícolas, como o uso de fertilizantes nitrogenados, além da queima de combustíveis fósseis e resíduos industriais.

Efeitos dos GEE no planeta
O acúmulo excessivo desses gases está aquecendo rapidamente e de forma anormal o planeta. Esse aumento da temperatura média em escala global afeta padrões climáticos, provocando eventos extremos como ondas de calor recorde, secas intensas, chuvas e inundações, assim como o derretimento das calotas polares e aumento do nível do mar.

As principais atividades econômicas que geram gases do efeito estufa são:

  • geração de energia
  • transporte
  • indústria
  • agricultura
  • desmatamento

Os caminhos para evitar que o planeta continue a esquentar passam pela transição energética, com a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis, a melhora da eficiência energética, mudanças nos hábitos de consumo, a preservação dos biomas e o reflorestamento, assim como a conscientização de que a “janela de oportunidades” para cortar as emissões está se fechando rapidamente.

Ferramentas de controle e neutralização de gases de efeito estufa
Já existem ferramentas para controlar as emissões de GEEs e tentar reduzi-las, e algumas delas têm ganhado força entre as empresas devido à atenção crescente do mercado e de investidores para a responsabilidade ambiental.

O GHG Protocol (Greenhouse Gas Protocol), por exemplo, é a principal metodologia internacional para a mensuração das emissões e referência mundial para plataformas de certificação de sustentabilidade no mercado. Ele classifica as emissões de GEE em três escopos:

Escopo 1: emissões diretas de fontes da empresa, como veículos e fábricas.
Escopo 2: emissões indiretas da geração de energia comprada pela empresa, como eletricidade, vapor, aquecimento e resfriamento.
Escopo 3: emissões indiretas ao longo da cadeia de valor da empresa, como transporte de produtos, viagens de funcionários, fornecedores e gestão de resíduos.

Anualmente, as empresas interessadas em manter altos padrões de sustentabilidade enviam seus relatórios de emissões para o GHG Protocol. As organizações que apresentam, de forma completa e auditada, o balanço de suas emissões devidamente verificado, comprovando seus esforços na redução dos impactos ambientais, recebem o selo ouro, reconhecimento máximo do GHG Protocol.

Outro exemplo são os Certificados de Energia Renovável (RECs), registros utilizados pelo mercado para atestar que uma determinada quantidade de energia elétrica foi produzida a partir de fontes renováveis. Os RECs são uma forma importante de engajamento das empresas e de demonstração para seus clientes e acionistas de seu comprometimento com a sustentabilidade.

Por fim, o mercado de créditos de carbono, que tem crescido no Brasil e no mundo, incentiva projetos relacionados à redução e neutralização emissões. Um crédito de carbono é gerado a cada tonelada de CO2 que deixa de ser emitida ou que é capturada da atmosfera por uma empresa ou governo, por exemplo. Assim, os créditos são uma espécie de moeda ou certificado digital que comprova que uma empresa ou um projeto ambiental capturou ou evitou emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.

Os créditos atendem aos escopos 1, 2 e 3 do Protocolo GHG. Além de compensar suas emissões de gases de efeito estufa, os créditos são um indicativo do investimento e da preocupação de uma empresa em contribuir para diminuir o aquecimento global e colaborar com uma economia mais sustentável e equilibrada.