Setor de energia solar pode movimentar R$ 2,2 trilhões até 2050
A geração de energia solar fotovoltaica está em constante crescimento no Brasil. Nos primeiros nove meses de 2023, foi verificado um aumento de 62% na geração solar centralizada em relação ao mesmo período de 2022 – enquanto a eólica aumentou 17%, e a hídrica se manteve estável. Os dados foram divulgados na edição de setembro do Boletim Mensal de Energia do Ministério de Minas e Energia.
A evolução promete seguir o mesmo ritmo pelos próximos anos. Um estudo realizado pelo Portal Solar mostra que a demanda por energia solar fotovoltaica pode movimentar cerca de R$ 2,2 trilhões no setor elétrico brasileiro até o ano de 2050.
A procura extra seria causada pela eletrificação da frota de veículos e pela produção de hidrogênio verde – um tipo de combustível mais limpo e que está entre as apostas para a transição energética global e a redução do uso de combustíveis fósseis.
Por conta da descarbonização das economias, haverá necessidade de adicionar 540 GW em sistemas fotovoltaicos nas próximas três décadas no Brasil.
“Exigências ambientais, custos de investimentos e possibilidade de geração elétrica próxima ou junto ao local de consumo fazem com que a energia solar fotovoltaica se posicione como a tecnologia mais viável para atender esse crescimento de demanda”, diz o CEO do Portal Solar, Rodolfo Meyer.
A geração chamada de centralizada vem das usinas de energia solar. Já a chamada geração distribuída vem dos painéis solares em residências, condomínios e estabelecimentos residenciais, por exemplo.
O que é a energia solar?
A energia solar fotovoltaica é a energia elétrica gerada a partir da luz do sol. É uma fonte de energia renovável e limpa, que não libera gases poluentes, o que contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
As fontes renováveis representam 88% da oferta interna de eletricidade no Brasil, conforme o Balanço Energético Nacional (BEN) de 2023 referente ao ano de 2022. A expansão da matriz elétrica em 2023 contou, até novembro, com a entrada em operação comercial de 245 usinas, sendo que as usinas eólicas e solares equivalem a 90% da capacidade instalada no ano.
Conforme dados compilados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), essa fonte tem mais de 35,7 GW operacionais e mais de 1 milhão de novos empregos gerados.
A energia solar no Brasil em números*
- Mais de 35,7 GW operacionais
- Mais de 43,8 milhões de toneladas de CO2 que deixaram de ser emitidas
- Mais de R$ 173,8 bilhões em novos investimentos
- Mais de 1 milhão de novos empregos gerados
- Mais de R$ 48,4 bilhões em tributos arrecadados
*Dados da Absolar – dezembro/2023
Futuro Promissor
Em dezembro de 2023, a energia solar fotovoltaica representava 16% da matriz energética brasileira, conforme o boletim nº 62 da Absolar. A capacidade de geração de energia desta fonte deve crescer. A associação prevê um aumento de 26% em relação à capacidade atual, alcançando 45,5 GW no fim de 2024.
A maior parte do crescimento será das usinas solares de Geração Distribuída (GD), aquelas de pequeno porte, compostas por painéis solares que geram a própria energia de casas, condomínios, estabelecimentos ou pequenas empresas, por exemplo.
Elas já apresentaram crescimento de 82% na capacidade instalada entre agosto de 2022 e o mesmo mês de 2023, conforme o Boletim Mensal de Energia. A previsão é de que a GD alcance 31 GW em 2024 – atualmente são 25,1 GW. O valor corresponde a quase 70% da potência total dessa fonte no país.
Para o Ministério de Minas e Energia, o crescimento da geração distribuída é reflexo de políticas públicas de incentivo às fontes de energia renováveis e à
micro e minigeração distribuída, como a isenção da tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) até o ano de 2045 para sistemas implantados ou com solicitações de acesso protocolados até 7 de janeiro de 2023. Os sistemas implantados até 31 de dezembro de 2028 terão isenção parcial desta tarifa.
As de geração centralizada, que são as grandes usinas, também tiveram aumento na capacidade instalada entre o período de 2022 e 2023 e avançaram 78,9%. Para 2024, a expectativa é de aumento de 3,3 GW em relação à capacidade atual, alcançando o total de 14,4 GW.
Fontes: Boletim Mensal de Energia, Portal Solar, Absolar e Aneel.