COP-27: as expectativas para o maior encontro mundial sobre mudanças climáticas
Com foco máximo em limitar o aumento da temperatura global a 1,5º, países discutem alternativas sustentáveis à emissão de gases causadores do efeito estufa
Iniciada no dia 6 de outubro no Egito, a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-27) é o encontro mais importante dos países para discussão do futuro do planeta e, neste ano de 2022, já parte de um consenso para definir as ações de combate ao aquecimento global: urgência.
Sob o risco de não manter a meta acordada na última COP, em manter os esforços para limitar o aumento da temperatura do planeta em até 1,5º, lideranças das maiores economias mundiais, como China e Estados Unidos, devem apresentar metas de curto prazo que mitiguem os riscos causados pelas próprias e altas emissões de gases poluentes na atmosfera, como o dióxido de carbono. Outra expectativa da ONU é a obtenção de financiamento de países mais ricos, também considerados como chave no avanço do enfrentamento dos desafios do aquecimento global. A expectativa é que estes governos disponibilizem aproximadamente US$100 milhões anuais, enquanto o destino do recurso estará voltado ao apoio às nações mais pobres, cujas comunidades já estão sob os danos causados pelo efeito estufa.
Em um cenário em que 70% da economia global já se comprometeu com metas concretas para atingir a neutralidade de carbono conforme suas emissões, emergem novas oportunidades: a ascensão do mercado de carbono, por exemplo, é uma das grandes apostas em diversos países que ainda têm um caminho para percorrer na jornada net zero. Destaque na COP26, a alternativa de compra de créditos pode ajudar os países poluentes e com menos fontes de energia limpa a cumprir os planos de mitigação das mudanças climáticas.
O novo mercado global de carbono aponta, ainda, como aliado às economias com potencial para se projetar na operacionalização destes créditos, como o Brasil. Com 65% de energia renovável, um estudo do ICC Brasil indica que a comercialização dos créditos pode trazer uma receita de até US$100 bilhões no país, além de contribuir diretamente com a consolidação de um modelo de geração de energia cada vez mais sustentável.