Mercado livre de energia

Em 2024, toda empresa na rede de alta tensão pode comprar energia no mercado livre

Falta pouco para que todas as empresas ligadas à rede de alta tensão – conhecidas no jargão do setor elétrico como Grupo A – possam fazer parte do ambiente de contratação livre. Ou seja, ter a liberdade de escolher quem será seu fornecedor de energia elétrica. 

A mudança começa em 1º de janeiro de 2024 e promete trazer muitas vantagens para as empresas que ainda estão no mercado regulado, em que só existe a opção de comprar a energia fornecida pela distribuidora que tem a concessão local. 

Um dos principais benefícios do chamado Mercado Livre de Energia é o preço. Dependendo da região onde a empresa está localizada, a economia na fatura pode ficar em torno de 35%.  

Como existe concorrência entre os fornecedores, o potencial cliente pode negociar as melhores condições de preços, prazos e volume contratado de acordo com a demanda do seu negócio. 

Os contratos são mais flexíveis, com o preço da energia e o índice de reajuste anual definidos já na assinatura do contrato. Também é possível escolher o tipo de energia que se quer comprar – de fonte solar, eólica, hídrica etc.

Outra vantagem é que, no ambiente de contratação livre, não existe bandeira tarifária, motivo de queixa frequente dos consumidores do mercado regulado.  

Ao entrar para o Mercado Livre com a AES Brasil, o consumidor pode garantir energia 100% renovável e com certificação, o que facilita para alcançar as metas de sustentabilidade da sua empresa.

35 países já têm mercados de energia completamente livres, inclusive para consumidores residenciais.

No Brasil, o Mercado Livre de Energia é a bola da vez para empresas:

Migrações das empresas na alta tensão já estão acontecendo

Um estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) aponta que 56% das empresas ligadas à rede de alta tensão atendidas por distribuidoras têm interesse em migrar para o Mercado Livre de Energia.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) prevê que as distribuidoras percam 1% do mercado, o que equivale a mais de 5 mil consumidores, a partir de 2024. Essas migrações já começaram, pois é preciso informar para a atual distribuidora sobre a mudança com antecedência de 6 meses. 

Conforme a Abraceel, 5,3 mil contratos já foram encerrados junto às distribuidoras de energia e assinados com comercializadores para efetivar a migração em janeiro de 2024.

Quer saber mais sobre o Mercado Livre de Energia? Confira a cartilha da Abraceel sobre o tema e a sondagem especial da CNI.

Sua empresa é abastecida pela rede de alta tensão e tem interesse de migrar para o Mercado Livre de Energia? Fale com a gente.

O que esperar dos impactos do El Niño nas safras brasileiras em 2024

Ondas de calor, secas, chuvas fortes e inundações registradas nos últimos meses estão entre as manifestações do fenômeno climático El Niño no Brasil. E as consequências já se fazem notar na produção agrícola nacional, que abastece o setor de alimentos.

O clima extremo tem atrasado o plantio da nova safra em alguns estados, o que pode gerar um efeito cascata na semeadura e na colheita das safras seguintes, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) realizado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Além das temperaturas mais altas, o El Niño no Brasil é caracterizado por um verão chuvoso no Sul, maior irregularidade de chuvas no Centro-oeste e chuvas abaixo da média histórica no Norte e Nordeste.

O excesso de chuvas na região Sul já está comprometendo a semeadura de produtos como soja, milho e feijão. No centro-norte do país, estima-se que todo o ciclo da safra de 2023 e 2024 aconteça com chuvas abaixo da média nos principais estados produtores, como Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Maranhão e Bahia. Nesta região, é a primeira safra do milho e também a soja e o algodão que já sofrem com a irregularidade das chuvas e o calor. E as perspectivas não são de melhora, por enquanto.

“O El Niño está em um estágio forte e deve atingir seu pico entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. A tendência é que o fenômeno se enfraqueça nos meses seguintes e tenha duração até o fim do primeiro semestre. Nesse período, espera-se que as chuvas continuem no Sul, que fiquem abaixo da média na região Norte e as temperaturas acima da média no Sudeste.” explica Leandro Rocha, meteorologista e especialista de Preços da AES Brasil.

Com isso, as safras de inverno devem acontecer ainda sob os efeitos do El Niño, e as temperaturas muito acima da média podem encurtar o ciclo das culturas e reduzir o potencial produtivo. A Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à ONU, aponta que 2024 pode ser o ano mais quente da história no mundo todo – superando 2016.

No Brasil, o IBGE prevê uma queda de 2,8% na safra de grãos, cereais e leguminosas no ano que vem. Serão 308,5 milhões de toneladas – 8,8 milhões de toneladas a menos que em 2023. A única previsão de aumento é na produção de arroz em casca – 10,5 milhões de toneladas em 2024, 2,5% a mais que no ano anterior.

Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trabalha com a estimativa de 319,5 milhões de toneladas de grãos produzidos na safra 2023/2024 e 30,85 milhões de toneladas de carnes – somando aves, bovinos e suínos.

Fontes: IBGE, Agrolink e Companhia Nacional de Abastecimento

Como funciona reflorestamento ambiental no entorno de hidrelétricas

Para preservar a biodiversidade do Cerrado e da Mata Atlântica no entorno de suas usinas hidrelétricas no interior de São Paulo, a AES Brasil realiza, desde 2017, o Programa Mãos na Mata. 

Considerado um dos maiores programas de reflorestamento de árvores nativas do Brasil, o Mãos na Mata recuperou, em cinco anos, cerca de 5 mil hectares. 

“O projeto visa incentivar e potencializar a restauração ecológica no estado de São Paulo e em torno dos reservatórios onde a AES está inserida”, explica Rafael Paranhos, engenheiro de meio ambiente da AES Brasil.

O foco é a preservação da flora e da fauna, com a proteção da biodiversidade, o auxílio no abastecimento de água subterrânea e a redução da erosão e do assoreamento.

Viveiro de mudas

O coração do programa é o viveiro de mudas que existe em Promissão, no interior paulista, onde são produzidas, anualmente, 1 milhão de mudas nativas – sendo 500 mil para ações próprias da companhia e 500 mil para ações com parceiros.

São 100 espécies de plantas, algumas ameaçadas de extinção. Entre as sementes cultivadas, estão o jequitibá-vermelho e a peroba. “Hoje, nós trabalhamos em cinco mulheres no viveiro. A produção de mudas começa na coleta de sementes. Depois, as meninas fazem essa semeadura, sementinha por sementinha.”, explica Franciele Oliveira, líder da equipe do viveiro.

Parcerias

Quando estão prontas para irem a campo, as mudas são destinadas ao plantio em áreas selecionadas e também aos parceiros do projeto. 

Além das mudas, esses parceiros recebem todo apoio técnico especializado para realização do plantio e manutenção das espécies. Um exemplo é o assentamento Dandara, localizado também em Promissão, que realiza junto com o Mãos na Mata o cultivo e manutenção de agroflorestas. 

“O Mãos na Mata é um programa socioambiental, porque ele envolve geração de emprego e a restauração, para garantir a biodiversidade e  interligar matas existentes através dos corredores ecológicos”, destaca Paranhos.

Esses corredores são áreas que interligam diferentes ecossistemas e permitem a circulação de animais, dispersão de sementes e ampliação da cobertura vegetal.

Assista ao minidocumentário sobre o Programa Mãos na Mata:

Responsabilidade ambiental

Um outro braço do programa auxilia os clientes da AES Brasil em ações de compensação ambiental. Além das mudas, o Mãos na Mata oferece a expertise de seus técnicos ambientais para recuperação de áreas de floresta nativa, manejo e conservação da flora. 

Compensação obrigatória: No caso de empresas que precisem fazer compensações previstas pela lei, a AES Brasil pode disponibilizar áreas de plantio para terceiros no entorno dos reservatórios. Além das mudas, o Mãos na Mata oferece ainda know-how e fiscalização.

Plantio voluntário: Para as empresas que têm trabalhado com a neutralização de emissões provenientes de sua atividade econômica. Por meio do programa, são disponibilizadas as mudas, as áreas para o plantio voluntário e o conhecimento dos técnicos ambientais do Mãos na Mata.

Modelos customizados: Para o caso de empresas que precisem fazer a compensação obrigatória, mas também queiram fazer o plantio voluntário. A empresa trabalha com ONGs parceiras nesse formato, em projetos que demandam área, mudas ou orientação técnica. O plantio pode ser feito em áreas da AES Brasil ou fora delas, no caso de iniciativas de recuperação de nascentes, por exemplo.

Esse tipo de parceria é relevante para as metas ESG das empresas, pois contribuem para a manutenção da biodiversidade, a neutralização de emissões provenientes da atividade econômica e é um investimento no bem-estar das futuras gerações.

Quais os benefícios sociais e econômicos da energia eólica para o Brasil?

Entre as fontes de energia, a eólica é a que tem o menor impacto ambiental. Possibilita, ainda, benefícios sociais e econômicos, porque:

  • Cidades onde são instalados parques eólicos registram alta no Produto Interno Bruto (PIB) e no Índice de Desenvolvimento Humano do Município (IDHM), segundo o estudo “Impactos socioeconômicos e ambientais da geração de energia eólica no Brasil”, publicado em novembro de 2020 pela Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica).
  • Nesses municípios, há geração de renda e de empregos (diretos e indiretos), além da criação de negócios (com aumento do número de novos estabelecimentos) e de incremento na receita pública.
  • Trata-se de uma fonte limpa e renovável, sem emissão de gases de efeito estufa durante a operação dos parques eólicos.
  • A energia eólica é sustentável e contribui para que o Brasil cumpra objetivos estabelecidos pelo Acordo do Clima de Paris.

“Em termos de representatividade e abastecimento, a geração verificada pela fonte eólica em 2022 foi responsável por 13,52% na média de toda a geração injetada no Sistema Interligado Nacional (SIN)”, segundo a edição de 2022 do “Boletim Anual” da Abeeólica. 

Considerando toda a matriz elétrica brasileira, atualmente, a eólica fica atrás apenas da hidrelétrica, com 54,1% (veja números mais abaixo)

“A eólica deixou de ser uma fonte ‘alternativa’ para ter um papel fundamental na matriz elétrica brasileira”, explica a Abeeólica na publicação.  Essa mudança de status é creditada, sobretudo, à qualidade dos ventos no Brasil – “estáveis, com intensidade certa e sem mudanças bruscas de velocidade ou de direção”. Na prática, significa uma capacidade duas vezes maior que a média mundial. 

Impactos socioeconômicos e ambientais

Publicado pela entidade em 2020, o estudo “Impactos socioeconômicos e ambientais da geração de energia eólica no Brasil” aponta que, entre os municípios analisados, aqueles com parques eólicos tiveram desempenho melhor em indicadores econômicos e sociais, na comparação com cidades sem essas instalações. No IDHM, o resultado foi 20,19% superior (entre 1999 e 2017). No PIB, 21,15% (entre 2000 e 2010). 

A Abeeólica divulgou uma nova pesquisa em fevereiro de 2022, intitulada “Estimativas dos impactos dinâmicos do setor eólico sobre a economia brasileira”. 

“No caso do impacto do PIB, partimos do valor investido de 2011 a 2020, que foi de R$ 110,5 bilhões na construção de parques eólicos. Por meio de metodologia que calcula efeitos multiplicadores de diferentes tipos de investimentos, chegamos ao valor de mais R$ 210,5 bilhões referentes a efeitos indiretos e induzidos, num total de R$ 321 bilhões. Isso significa que cada R$ 1 investido num parque eólico tem impacto de R$ 2,9 sobre o PIB, após 10 a 14 meses, considerando todos os efeitos”, afirma Bráulio Borges, responsável pelo estudo, em citação reproduzida no site da entidade.  

A pesquisa apontou ainda que, entre 2011 e 2020, foram criados quase 196 mil postos de trabalho no país em razão da instalação de parques eólicos – ou 10,7 empregos por MW instalado na fase de construção dos parques. 

Quanto à redução de emissões de CO2, a previsão é que, no acumulado de 2016 a 2024, o setor eólico nacional deverá evitar emissões de gases do efeito estufa em cifra entre R$ 60 bilhões e 70 bilhões. 

Números da energia eólica no Brasil

  • A energia eólica gerada no Brasil em 2022 equivale ao suficiente para abastecer, mensalmente, 41,5 milhões de residências (ou 124 milhões de pessoas). 
  • No acumulado, já foram investidos mais de R$ 576 bilhões na capacidade de energia eólica instalada no país.
  • Mais de 300 mil postos de trabalho (entre diretos e indiretos) foram gerados na construção de parques eólicos. Isso representa 10,7 empregos por MW instalado.
  • As eólicas movimentaram R$ 321 bilhões entre 2011 e 2020, segundo estudo da Abeeólica. Desse total, R$ 110,5 são fruto de investimentos diretos na construção de parques eólicos; outros R$ 210,5 bilhões decorrem dos chamados “efeitos indiretos”.
  • Municípios com parques eólicos tiveram resultado no PIB 21,15% melhor em comparação com aqueles sem essas instalações. 
  • Municípios com parques eólicos tiveram resultado no IDHM 20,19% melhor em comparação com aqueles sem essas instalações.
  • A estimativa é que, no período de 2016 a 2024, o setor eólico no Brasil tenha evitado emissões de gases do efeito estufa em uma cifra que fique entre R$ 60 bilhões e R$ 70 bilhões.
  • A energia eólica representa 13,4% (25,6 GW) da matriz elétrica brasileira, ficando atrás apenas da hidrelétrica, que tem 54,1% (103,2 GW), segundo a edição de 2022 do Boletim Anual da Abeeólica.
  • O Brasil chegou, ao fim de 2022, a um total de 904 usinas eólicas instaladas.
  • Ao longo do ano passado, 109 parques eólicos foram instalados por aqui. Segundo o Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês), o Brasil foi o terceiro país no mundo que mais fez esse tipo de instalação.

Tucano, um parque eólico operado 100% por mulheres

O Complexo Eólico Tucano, primeiro no Brasil operado por uma equipe local formada apenas por mulheres, foi inaugurado em 3 de outubro na Bahia. Localizado nos municípios de Tucano, Biritinga e Araci, no interior do estado, está entre os 23 ativos 100% renováveis da AES Brasil. “A AES abraçou mesmo esses dois pontos muito importantes para que a gente tenha um mundo melhor: a transição energética e a equidade de gênero”, aponta Juliana Oliveira, coordenadora no complexo.

Uma joint venture AES Brasil e Unipar

Parte do projeto foi construída em parceria com a Unipar, líder na produção de cloro e soda e segunda maior produtora de PVC na América do Sul. Do total de 322 MW de capacidade instalada do complexo, a joint venture Unipar e AES Brasil soma 155 MW de energia renovável para a empresa química, no sistema conhecido como Autoprodução

O que é Autoprodução?

É uma modalidade na qual o consumidor gera a energia que consome nas suas unidades de negócio. Entre as vantagens de ser um autoprodutor estão a redução de encargos, previsibilidade de custos e maior sustentabilidade – no caso daqueles que optam por fontes renováveis, como eólica, solar ou hídrica.

As grandes empresas assumiram grandes compromissos. Todas elas têm necessidade de uma energia competitiva, renovável e sustentável. Essa demanda é o principal foco da AES, em poder estruturar soluções para atender e satisfazer essa necessidade do mercado”, destaca Rogério Pereira Jorge, CEO da AES Brasil.

Metas de sustentabilidade

O acordo garantirá à Unipar energia limpa e renovável por um período de 20 anos, com fornecimento de 2023 até 2043. A parceria é parte da meta da empresa de alcançar 100% de toda a demanda de energia elétrica das operações no Brasil oriundas de fontes renováveis até 2025 ­- sendo 80% por meio de contratos de autoprodução, como este na Bahia.

Assista ao vídeo e conheça mais sobre o novo Complexo Eólico Tucano

“Sustentabilidade, para nós, é um tema muito importante. Primeiro, porque somos uma empresa química, a energia é um dos principais insumos que nós temos. Nós precisávamos de energia renovável e nós fomos buscar um parceiro que trouxesse o conhecimento técnico, a solidez financeira, a tradição”, afirma o CEO da Unipar, Maurício Russomanno, sobre a parceria com a AES Brasil

Como funcionou a capacitação feminina para a operação do parque eólico?

Parte das colaboradoras que comandam a operação e manutenção do complexo foi capacitada em uma iniciativa da AES Brasil em parceria com o Senai-BA (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial da Bahia). Ao todo, 28 alunas foram formadas no ano passado no curso de Capacitação em Especialização Técnica em Operação e Manutenção de Parques Eólicos, oferecido gratuitamente e exclusivo para formação de mulheres no setor energético.

“O Complexo Eólico Tucano é um projeto importante por inúmeras razões. Além de contribuir para a transição energética e ser pioneiro no Brasil com um time de Operação & Manutenção composto apenas por mulheres, ele é o primeiro projeto eólico construído pela AES Brasil no país e, com isso, materializa tanto nossa estratégia de crescimento como nossas credenciais para execução de projetos desse tipo”, destaca Rogério Jorge.

Especificamente na Bahia, a companhia já opera o Complexo Eólico Alto Sertão II desde 2017.

Hidrogênio verde deve movimentar US$ 1,4 tri ao ano até 2050

Considerado umas das tecnologias mais promissoras e sustentáveis entre as ações de governos e indústrias internacionais para conter as mudanças climáticas, o hidrogênio verde deverá redesenhar o mapa global de energia até o fim da década de 2020, com possibilidade de movimentar, anualmente, US$ 1,4 trilhão até 2050. É o que aponta um relatório sobre o tema divulgado pela consultoria Deloitte.

“A chegada ao mercado e consequente expansão do hidrogênio verde – produzido a partir da divisão de moléculas de água, separando seus átomos de hidrogênio do átomo de oxigênio por meio da eletricidade gerada por fontes renováveis – pode mudar o mix global de fontes de energia, ajudando a transformar os próprios sistemas produtivos. Pode, ainda, revelar novos caminhos para gerar valor e o desenvolvimento econômico sustentável”, diz o material.

Intitulado “Perspectivas globais para o hidrogênio verde 2023 – Energizando o caminho para a descarbonização”, o estudo parte da perspectiva de se atender à meta estabelecida pelo Acordo de Paris: manter a temperatura do planeta com uma elevação “muito abaixo de 2°C”, mas “perseguindo esforços para limitar o aumento de 1,5°C”. Para tanto, é necessária a substituição de sistemas dependentes de combustíveis fósseis por aqueles movidos por fontes de baixo carbono.  

Substituto de combustíveis como gasolina, diesel, gás e carvão, o hidrogênio depende de uma enorme quantidade de energia para ser obtido. Há alguns anos, esse processo passou a ser feito com uso de energias renováveis (eólica e solar), o que resultou no chamado hidrogênio verde. 

O estudo destaca que “atividades como aquecimento em alta temperatura, fornecimento de matéria-prima para produtos químicos ou fretes pesados são realmente difíceis de se eletrificar completamente”. Considerado uma molécula versátil, o hidrogênio verde tem potencial para transpor essa barreira.

“Hoje, o suprimento de hidrogênio depende quase inteiramente do método conhecido como reforma de gás natural e da gaseificação do carvão, processos com emissões intensivas em carbono (mais de 1 Gt de emissões de CO2 ao ano). O grande avanço está no potencial de hidrogênio limpo de descarbonizar o suprimento atual e de possibilitar novos usos finais em escala. O hidrogênio verde é a tecnologia mais promissora e sustentável de fato. O hidrogênio azul, produzido por meio de gás natural associado à captura e armazenamento de carbono, também pode ser rotulado como ‘limpo’, desde que atenda a rigorosos padrões de emissões de metano e captura de carbono.”

Acesse o relatório da Deloitte, em inglês

Previsão de movimentação de mercado

Segundo o documento, o hidrogênio verde deve alcançar as seguintes receitas anuais: 

  • US$ 642 bilhões em 2030 
  • US$ 980 bilhões em 2040
  • US$ 1,4 trilhão 2050

A previsão é que, em 2050, o hidrogênio verde represente em torno de 85% do mercado de hidrogênio. Dessa fatia, 20% seriam negociados internacionalmente. 

“Este cenário é duplamente importante. Primeiro, por se tratar de um mercado fundamental para descarbonizar a economia mundial com custos menores. Segundo, porque a produção e exportação de hidrogênio verde realinharia o desenvolvimento sustentável global, colocando países em desenvolvimento e emergentes da África, da América Latina e da região do Oceano Pacífico ao lado de economias como Austrália e Estados Unidos e regiões como os Estados do Golfo”, diz o relatório. 

Leia também: AES Brasil e governo do Ceará realizam estudo para viabilizar produção de hidrogênio 100% verde   

A estimativa é que a economia de hidrogênio verde estimule a criação de 1 milhão de novos postos de trabalho, anualmente, até 2030 – número que poderá dobrar nas duas décadas seguintes. E países em desenvolvimento responderiam por 1,5 milhão desses empregos anuais.

Investimentos globais em hidrogênio verde

Segundo o estudo, será necessário um investimento superior a US$ 9 trilhões na cadeia de abastecimento de hidrogênio verde para que se chegue à neutralidade de carbono até 2050. Um terço disso seria aplicado em economias em desenvolvimento.

“Os números podem parecer assustadores, mas a parcela média anual desse investimento dentro dos próximos 25 anos é significativamente menor que os US$ 417 bilhões gastos globalmente na produção de petróleo e gás em 2022. Se governos e empresas redirecionarem esses recursos para o hidrogênio limpo, pode resultar num esforço administrável”, compara.

As regiões que mais consomem, também responsáveis por mais de 50% da produção, devem ter os seguintes aportes:

  • China – US$ 2 trilhões
  • Europa – US$ 1,2 trilhão
  • América do Norte – US$ 1 trilhão  

Nas emergentes, os investimentos necessários seriam estes: 

  • Norte da África – US$ 900 bilhões 
  • América do Sul – US$ 400 bilhões 
  • América Central – US$ 300 bilhões
  • África Subsaariana – US$ 300 bilhões

Para que isso seja viável, alerta o estudo, será necessário apoio político, decisivo para “ajudar a ampliar a economia do hidrogênio limpo e garantir que, especialmente, o hidrogênio verde desempenhe seu papel necessário no caminho para a neutralidade climática”. 

Segundo o material da Deloitte, até o momento, mais de 140 países adotaram metas de emissão zero de carbono. Coletivamente, eles são responsáveis por 88% da emissão global de CO2

AES Brasil é líder na comercialização de I-RECs no país

A AES Brasil alcançou o primeiro lugar na emissão de I-RECs no Brasil em 2022 e o segundo lugar na emissão de RECs Brazil, de acordo com dados do Instituto Totum. A empresa tem nove empreendimentos habilitados para a emissão desses certificados (veja lista ao final do texto)

O I-REC, ou Certificado Internacional de Energia Renovável, é um sistema global que serve para comprovar que a energia elétrica consumida tem origem em uma fonte renovável. Assim, as empresas podem fazer uma escolha consciente de engajamento com a diminuição do impacto ambiental causado por fontes não renováveis de energia e auxiliar a  atingir suas metas de sustentabilidade. 

Os certificados da AES Brasil são emitidos e registrados na plataforma International REC Standard (I-REC). A certificação REC Brazil também assegura que a geração da energia atende a pelo menos cinco dos dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Coordenador de Comercialização e Soluções em Energia da AES Brasil, Thiago Sendon afirma que os I-RECs são “um segmento em plena expansão no mercado de energia 100% renovável”. 

“Em linha com a estratégia de contribuir para a descarbonização dos nossos clientes, estamos atentos às tendências e novas tecnologias e oferecemos instrumentos como os créditos de carbono e os I-RECs para auxiliar na neutralização de suas emissões de gases de efeito estufa”, diz Sendon. “A emissão de I-RECs desde 2017 comprova nosso perfil pioneiro na oferta de soluções sustentáveis. E é extremamente importante para a AES manter o protagonismo e liderança sobre o tema.”

Em 2021, a AES Brasil foi a empresa que mais emitiu I-RECs hídricos e, em 2022, a que mais emitiu I-RECs, também conforme verificação do Instituto Totum, emissor oficial dos certificados no Brasil.

Empreendimentos certificados

Entre os empreendimentos da AES Brasil que emitem I-REC estão: 

  • Usina Hidrelétrica Água Vermelha (SP); 
  • Sete parques dos Complexos Eólicos Ventus (RN) e Alto Sertão II (BA)
  • Um parque do Complexo Solar Ouroeste (SP).

Desses nove, sete emitem também o certificado REC Brazil. 

Como está a regulação do mercado de carbono no Brasil?

Um projeto de lei do governo, que deve ser encaminhado em breve para análise do Congresso, pode enfim tornar realidade a promessa de regulação do mercado de créditos de carbono no Brasil. A pauta está contemplada em uma das medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no lançamento do Plano de Transformação Ecológica, em 11 de agosto.

Em junho, o governo já havia anunciado a criação do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima, que ficará responsável por acompanhar a implementação das ações e das políticas públicas no âmbito da Política Nacional sobre Mudança do Clima – uma delas diz respeito justamente ao mercado de créditos de carbono.

O projeto de lei está sendo elaborado em conjunto por quatro ministérios: Fazenda; Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; e Agricultura e Pecuária. A regulamentação é aguardada por vários setores da economia e considerada uma medida urgente e necessária para o desenvolvimento do país.

Para Suzana Nacci Souza, analista da área de Produto e Inteligência de Mercado da AES Brasil, ter o mercado de carbono regulado no Brasil vai trazer maior transparência nas negociações e impulsionar práticas sustentáveis no país. Segundo ela, o setor energético tem a chance de contribuir ainda mais na corrida pela descarbonização, além de gerar e fornecer energia limpa, e por isso a participação de projetos de energia no mercado regulado é indispensável.

Crédito de carbono é um certificado que serve para comprovar que uma empresa ou um país reduziu suas emissões de gases como o dióxido de carbono, o CO2, chamados gases de efeito estufa e grandes responsáveis pelas mudanças climáticas. Um crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2 que deixou de ser lançada na atmosfera. 

No Brasil, o mercado de carbono ainda funciona de forma voluntária. Na prática, empresas que precisam compensar as suas emissões de gases de efeito estufa negociam diretamente preços e condições com quem vende esses créditos – como proprietários de terras onde há reflorestamento, por exemplo. Na Europa, onde já existe um mercado regulado, os parâmetros de negociação e precificação dos créditos são mais transparentes. 

O projeto que será apresentado ao Congresso deve propor um mercado focado em grandes emissores de carbono – grupo do qual fazem parte siderúrgicas e indústrias de alumínio e cimento, por exemplo. 

O sistema adotado provavelmente será o chamado “cap and trade” – algo como “limite e negociação”, em português, que é semelhante ao que vigora na União Europeia. Nesse formato, são estabelecidos limites de emissões – e quem ultrapassá-los pode comprar créditos de quem ficou abaixo da marca permitida. 

Também pode haver permissão para compra de créditos de carbono – o que incentivaria ações de reflorestamento, técnicas agrícolas sustentáveis e atividades de conservação. 

Segundo a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, uma das alternativas estudadas para a emissão de créditos de carbono refere-se a concessões de áreas públicas, tanto para o manejo florestal quanto para produtos não madeireiros. 

“Uma inovação que nós estamos fazendo é a concessão de área pública que foi degradada para ser recuperada pela iniciativa privada. Quem fizer essa recuperação, vai poder também, além daqueles produtos que poderá explorar com base no manejo adequado dos recursos, vender os créditos de carbono”, afirmou ela durante um evento no mês de junho.

Em audiência da Comissão de Meio Ambiente do Senado em junho, a gerente de Sustentabilidade no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Marta Bandeira, disse que o Brasil só captou US$ 2 bilhões dos cerca de US$ 20 bilhões que poderia com base na redução de desmatamento entre 2006 e 2015.

Solar e eólica responderão por mais de 90% da expansão de geração de energia no Brasil em 2023

Levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aponta que 2023 será um ano de novo recorde de expansão na geração de energia elétrica no Brasil, com um aumento de 10,3 gigawatts (GW) de capacidade instalada. 

Se confirmado, esse deve ser o maior nível de expansão desde o início do acompanhamento pela agência, em dezembro de 1997, e mais de 90% desse aumento virá de fontes solares e eólicas – com destaque para estados como Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Norte.

Além da entrega de potência contratada em leilões passados, a demanda por energia mais barata e limpa impulsiona esse avanço e atrai o interesse de investidores. 

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), R$ 338 bilhões já foram investidos na construção de usinas solares fotovoltaicas no Brasil. O último balanço da Aneel, em março deste ano, indicava que 88 usinas solares e 120 eólicas estão entre as unidades em construção e que devem entrar em funcionamento este ano. 

A AES Brasil tem uma meta de expansão de geração focada em energias renováveis, mais especificamente em solar e eólica. No total, são 13 ativos em 7 estados brasileiros. 

Em energia solar, por exemplo, temos em operação os complexos solares Guaimbê e Ouroeste, em São Paulo, que somam 295,1 MW. No pipeline da empresa, há ainda 272 MW de capacidade instalada em projetos solares híbridos em fase de desenvolvimento na Bahia e no Rio Grande do Norte.

Na geração eólica, são sete ativos em operação, além de dois em construção. Estamos em fase final de obras dos complexos eólicos Tucano, na Bahia, que terá 322 MW de capacidade instalada, e Cajuína, no Rio Grande do Norte, com 684 MW de capacidade instalada. Tucano deve estar totalmente operacional até setembro, enquanto Cajuína já iniciou as operações dos primeiros aerogeradores no segundo trimestre de 2023, com previsão de estar 100% operacional até o primeiro semestre de 2024.

Breakdown portfólio de energia hídrica, solar e eólica

Por que a AES Brasil é referência no setor de energia quando o assunto é ESG

A pesquisa Global Reporting and Institutional Investor Survey da consultoria EY mostrou que os investidores estão atentos à responsabilidade social nos negócios. Entre os ouvidos, 78% disseram considerar importante os investimentos das empresas em práticas ESG (meio ambiente, social e governança, na sigla em inglês). 

Ainda segundo o relatório, 99% dos investidores usam as informações ligadas a ESG divulgadas pelas empresas como parte de suas decisões de investimento.

Um dos principais motivos do crescimento da agenda ESG no mundo dos negócios é a urgência em combater as mudanças climáticas. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC na sigla em inglês), há mais de 50% de chance de a temperatura global atingir ou ultrapassar 1,5°C entre 2021 e 2040. E, especificamente em um cenário de emissões extremamente altas, o mundo pode atingir esse limiar ainda mais cedo – entre 2018 e 2037. Nesse cenário, os maiores emissores terão de investir em novos processos e no custo de neutralizar suas emissões, ou podem perder espaço no mercado. 

O papel do setor de energia

Considerando que a matriz elétrica global é composta por menos de 40% de fontes renováveis e que, historicamente, tem menos de 30% de geração proveniente dessas fontes, de acordo com dados de 2022 da International Renewable Energy Agency (Irena), o setor de energia é uma peça chave na descarbonização das empresas. 

“Somos parte da solução para enfrentamento dos desafios globais relacionados ao clima. Todos os nossos esforços estão voltados à criação de soluções que atendam às necessidades dos clientes e contribuam efetivamente com a transição energética, apoiando sua descarbonização”, afirma Andrea  Santoro, gerente de ESG da AES Brasil.

A empresa trabalha com um portfólio de fontes de geração 100% renováveis desde o início de suas operações no Brasil, em 1999. “Nossas práticas ESG são sólidas, de forma que, no final de 2021, definimos nossos Compromissos ESG 2030, aprovados pelo Conselho de Administração da companhia. Essas práticas se refletem em alguns reconhecimentos que recebemos, como a nossa participação na carteira do ISE B3 pelo 16º ano consecutivo e o fato de sermos a única empresa do setor de energia da América Latina com a classificação AAA no MSCI ESG Rating, pelo segundo ano consecutivo”, pontua Andrea. 

A agenda dos Compromissos ESG 2030 da empresa definiu ações em três eixos prioritários, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU:

  • Mudanças Climáticas 
  • Diversidade, Equidade e Inclusão 
  • Ética e Transparência

A AES Brasil apoia seus clientes em sua transição energética, superando o desafio de reduzir o consumo de combustíveis fósseis e aumentar o de renováveis. “Vemos cada vez mais as empresas definindo compromissos públicos relacionados à redução e neutralização de emissões de gases de efeito estufa, e os produtos da AES Brasil apoiam as empresas justamente a cumprir essas metas, por meio do consumo de energia renovável, I-RECs e créditos de carbono”, explica Andrea.

Responsabilidade corporativa

Em 2022, a AES Brasil alcançou, antecipadamente, sua meta de neutralização das emissões históricas de gases do efeito estufa desde o início das operações, em 1999. Ainda no pilar ambiental, a empresa realiza o Programa Mãos na Mata, cujo objetivo é restaurar florestas nativas da Mata Atlântica e do Cerrado no estado de São Paulo – já foram reflorestados 4.993 hectares e a meta é de mais 1.415 hectares até 2029.

Na relação com as comunidades vizinhas aos seus ativos, a empresa desenvolve, por meio do Programa AES Brasil Gera+, projetos de Inclusão Produtiva e Empreendedorismo, Segurança Hídrica, Educação e Proteção de Direitos. 

Andrea também destaca o trabalho de Diversidade, Equidade e Inclusão da companhia. “Aderimos ao Movimento Elas Lideram 2030 da Rede Brasil do Pacto Global e definimos a meta de termos no mínimo 30% de mulheres na alta liderança até 2025”. 

Ainda no foco de igualdade de gênero, a AES Brasil tem uma iniciativa pioneira: um Complexo Eólico operado 100% por mulheres, em Tucano (BA). O mesmo vai ocorrer em Cajuína (RN), outro complexo eólico em construção. Mulheres de ambos os estados receberam capacitação por meio de uma parceria da AES Brasil com o SENAI, em turmas do curso de Operação e Manutenção de Parques Eólicos formadas exclusivamente por mulheres. 

Conheça mais as práticas ESG no Relatório Integrado de Sustentabilidade 2022.

Leia na íntegra a pesquisa Global Reporting and Institutional Investor Survey da EY (em inglês).