Brasil pode se tornar maior exportador de hidrogênio verde do mundo

A recente publicação da consultoria alemã Roland Berger, intitulada de “Green Hydrogen Opportunity in Brazil” aponta boas perspectivas para o expoente mercado de hidrogênio verde no Brasil. Isso porque o país foi indicado como o principal produtor de H2V no mundo até 2050.

Como parte das metas globais de descarbonização amplamente discutidas em fóruns como COP27, o planeta precisa de um aumento de consumo de hidrogênio de até 6 vezes. Para atingir as metas estipuladas atualmente, segundo a projeção publicada, o Brasil deve gerar R$ 150 bilhões, sendo R$ 100 bilhões destinados a exportações.

Em pauta desde 2015, a partir da COP21, o acordo de Paris deu início à corrida pela redução das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, com o intuito de reduzir o aquecimento global. Para efetivar a ação, o consumo de hidrogênio deve aumentar dos atuais 90 milhões atuais de tonelada/ano para 527 milhões de toneladas até 2050. A transformação deve movimentar mais U$ 1 trilhão em venda direta da molécula ou de seus derivados, como a amônia verde.

Indicado como “petróleo do futuro” no estudo, o gás também é apontado como fundamental no desenvolvimento econômico mundial, apresentando vantagens competitivas para o Brasil: a produção nacional, favorecida pela geração elétrica renovável, é mais barata em comparação a outros países, sendo a Europa a principal cliente deste novo mercado.

Em relação aos investimentos em território nacional, estima-se que nos próximos 25 anos, o hidrogênio verde receberá R$ 600 bilhões, levando à 170 GW de produção energética até 2050. O crescimento também representa o dobro da capacidade da matriz energética do Brasil.  

Para isso, o preço, medido por kg, deverá custar R$ 2 até 2025, Este valor poderá ser influenciado a partir do uso da eletricidade renovável excedente, isenções fiscais e diminuição nos custos de transmissão e distribuição de eletricidade para a para a produção do H2V.

Para viabilizar este crescimento, a consultoria aponta a necessidade criação de condições para redução dos riscos dos projetos de investimentos no país,  como: regulamentação do mercado interno, taxar emissões de carbono por indústrias mais consumidoras de hidrogênio, além de conceder incentivos financeiros, fiscais ou outros que possam reduzir os preços de produção para agentes produtores instalados no país. Será importante, também, a participação em fóruns internacionais para compra e transporte do hidrogênio e demais produtos verdes.

Fonte:

https://www.agenciacma.com.br/brasil-pode-se-tornar-o-maior-exportador-de-hidrogenio-verde-do-mundo/