Brasil lidera grupo de trabalho para discutir padrão internacional de produção de hidrogênio verde
Líder em geração renovável na América Latina, país avança na agenda global sobre uso de hidrogênio de baixo carbono
Em meio a um cenário de volatilidade no mercado mundial de gás natural e novos compromissos climáticos para a redução da emissão de gases de efeito estufa, o aumento da demanda por fontes alternativas de energia reforça o protagonismo do Brasil na transição energética mundial, dado o potencial de geração de energia eólica e solar a ser desenvolvido nos próximos anos.
De acordo com o Índice de Atratividade de Países em Energia Renovável (RECAI), só em 2022, o país já ocupa a primeira posição em capacidade de geração renovável na América Latina, com destaque para um maduro mercado de parques eólicos em operação. Essa liderança representa uma alavanca fundamental para impulsionar o aumento da oferta de hidrogênio de baixo carbono, convertidos a partir de eletrolisadores nas instalações locais.
Já a regularização do chamado “combustível do futuro” para oferta ao mercado global, por sua vez, demanda a definição e padronização de critérios mínimos para a sua certificação do produto, para que este seja um insumo de origem 100% limpa em sua produção e capaz de atender aos requisitos dos clientes deste novo mercado, com interesse pelo hidrogênio renovável produzido em território nacional.
Diante do contexto promissor e oportunidades favorecidas por recursos naturais, o Brasil se posicionou, mais uma vez, como agente na vanguarda da transição energética mundial, por meio da liderança do grupo de trabalho global sobre certificação de energia e hidrogênio renovável. Representado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a iniciativa foi aprovada no Comitê Internacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (CIGRE), na França. Como primeira ação, o país irá entregar, por meio da Câmara, um modelo simplificado de certificação para atender os projetos de H2V em andamento em 2022, até uma proposta definitiva para os demais países em 2023.
A criação destes novos mecanismos para garantir que o produto seja proveniente de origem de energia limpa também representa a aceleração do desenvolvimento econômico sustentável. Segundo estudo da consultoria McKinsey, ao longo dos próximos 20 anos, são previstas oportunidades de investimentos estimados na ordem de US$ 200 bilhões, impulsionados pelas indústrias siderúrgicas e de transporte. Com impacto positivo em toda a cadeia, os respectivos setores favorecem a redução da emissão de gases poluentes e a exportação do produto a custo competitivo para mercados potenciais, como Europa e Estados Unidos.
Fontes:
https://megawhat.energy/noticias/consumo-economia-e-politica-eficiencia-energetica-governanca-hidrogenio/147895/capacidade-global-de-eletrolisadores-para-producao-de-hidrogenio-deve-crescer-seis-vezes-ate-2025-diz-iea
https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/estacao-agro/noticia/2022/08/08/hidrogenio-verde-como-o-brasil-pode-se-tornar-polo-de-producao-do-combustivel-do-futuro.ghtml