Ambições climáticas aceleram transição para uma economia verde
Compromisso com net zero amplia potencial de desenvolvimento sustentável no Brasil
Criada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) há mais de uma década, a economia verde é fundamentada na baixa emissão de carbono, eficiência no uso de recursos naturais e busca pela inclusão social. Para o avanço de sistemas econômicos em modelos que resultam no bem-estar social e na conservação do meio-ambiente, mais de 1.400 empresas no país já atuam no cumprimento de metas voltadas a uma economia resiliente, por meio da participação e assinatura do Pacto Global da Organização das Nações Unidas no Brasil. A integração da rede tem como objetivo acelerar o alcance das ambições definidas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e, consequentemente, contribuir com ações em frentes essenciais ao desenvolvimento sustentável, como combate às mudanças climáticas e direitos humanos.
Os compromissos globais assumidos por economias em ascensão, acelerados pelas mudanças provocadas pela pandemia da Covid-19, contribuem para o entendimento de que a economia verde representa o avanço econômico e sustentável simultaneamente. Quanto maior a adesão a projetos que levam em conta a utilização de energias limpas e renováveis, baixa emissão de carbono e com iniciativas que primam por inclusão social, maior será o crescimento e estabilidade econômica, baseada em equilíbrio ambiental, com investimentos em inovação e surgimento de novas profissões.
O consenso sobre a redução do aumento da temperatura global para 1,5º, ocorrido durante a última Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), também impulsionou o avanço de novas práticas a serem implementadas tanto por países desenvolvidos, quanto por economias em desenvolvimento. Como resultado, 90% dos países participantes também assumiram o compromisso de ter uma meta net zero, ou seja, que contribua para a redução de gases de efeito estufa na atmosfera.
No Brasil, o aumento da ambição climática se traduziu em 43% para 50% de redução nas emissões de carbono até 2030, além de formalizar a neutralização dessas emissões até 2050. Outra meta significativa é o compromisso para que o desmatamento ilegal seja interrompido até 2028.
A conversão das discussões ocorridas durante a COP26 em metas abrem oportunidades únicas para a transição econômica no Brasil, sendo a ascensão do mercado de carbono um exemplo, dado o seu potencial para suprir as demandas net zero dos demais países e a carência de regulamentação. Um novo modelo de financiamento climático pode resultar, sobretudo, no reflorestamento de espécies nativas, geradoras de crédito para esse mercado. Se conduzidas junto a recomposição de mananciais e de forma a gerar inclusão e desenvolvimento social, o país vislumbra um futuro com a criação de empregos verdes e com novas possibilidades de redução das desigualdades sociais até 2030.
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