Energia eólica vai acelerar com geração offshore
Em 2022, a energia solar ultrapassou a eólica em capacidade instalada, tendo o aumento da comercialização das placas fotovoltaicas o principal responsável pela mudança para a fonte como segunda da matriz elétrica brasileira. A tendência do aumento da energia limpa no Brasil já se torna um caminho sem volta, sendo a força dos ventos como uma grande aposta das empresas que se preparam para uma nova modalidade: a geração eólica offshore.
A instalação dos aerogeradores no mar representará maior aproveitamento dos ventos, ultrapassando a fronteira onshore, que atualmente recebe grandes investimentos: já são 875 parques eólicos em operação, além dos 163 em construção e 315 em projeto. O Brasil conta, hoje, com cerca de 25 empresas nacionais e multinacionais, com pedidos de licenciamento para as novas usinas, com potencial de 176 GW em projetos marítimos. O tempo médio de construção dos empreendimentos é de sete anos.
Sem contar com barreiras físicas como montanhas, o potencial da geração eólica offshore é alto em termos de aproveitamento da velocidade e qualidade dos ventos. Segundo a consultoria Trinity, o potencial de geração é 15% maior que o modelo em solo, enquanto a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) cita número até maior, chegando a um aumento de 50%.
Para a viabilização dos projetos, é importante o avanço regulatório do setor, para o fortalecimento de regras levando em conta os interesses socioambientais. Ainda que o barulho das hélices não ocasione problemas no mar, o visual dos aerogeradores pode interferir no setor de turismo, além de demandar um estudo sobre possíveis impactos em animais marinhos, espécies de hábitos costeiros e ameaçadas de extinção. Por isso, todo o avanço do setor deverá caminhar com a concessão de áreas pela União, por meio de leilões, como realizado atualmente em campos de exploração de petróleo.
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