Dia: 10 de setembro de 2021

Mercado livre e os caminhos para a energia limpa

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No Brasil e no mundo, a população está cada vez mais atenta e buscando alternativas de consumo que reduzam impactos ambientais, especialmente com relação à geração e consumo de energia elétrica. Essa tendência mundial tem direcionado toda a cadeia de produção e nos revela: é o investimento em fontes de energia limpa que nos levará para o futuro.

É por isso que um número crescente de empresas, especialmente as que atuam na bolsa de valores, vem buscando seguir os critérios de ESG, sigla inglês para Environment, Sustainability and Governance, ou Meio Ambiente, Sustentabilidade e Governança, os quais estão cada vez mais exigentes. 

Para estar de acordo com eles, as empresas precisam demonstrar um compromisso real com suas ações, principalmente as que se referem à sustentabilidade. Nesse sentido, para comprovar que a energia da sua empresa vem de fontes 100% renováveis existe um certificado, que é o I-REC, um sistema global de reconhecimento de que a energia comprada foi considerada limpa. Cada I-REC equivale a 1 megawatt-hora em eletricidade.

De acordo com informações do Instituto Totum, responsável pelas certificações I-RECs no Brasil, o País fechou o ano de 2019 com cerca de 2,5 milhões de transações I-REC, 2020 com 4 milhões e, em 2021, até o fim de abril, já eram também 4 milhões. 

E qual é o papel do mercado livre nessa história?

Para as empresas que já pretendem trilhar esse caminho mais sustentável e ainda adquirir benefícios, como redução de custos e adequações de prazos e volumes, o grande aliado é o mercado livre de energia, ambiente no qual o consumidor negocia diretamente com as geradoras e comercializadoras de energia, customizando a compra de energia de acordo com o que precisa. 

Sendo uma opção disponível, por enquanto, apenas para empresas e com demanda contratada a partir de 500 kW ou através da comunhão de carga, uma das grandes vantagens de migrar para o mercado livre é adquirir energia incentivada, que são provenientes de fontes renováveis consideradas limpas e que diversificam a matriz energética no Brasil. Atualmente, as fontes incentivadas são as geradoras de energia eólica, solar ou biomassa, ou por meio de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).

Por que são chamadas de fontes incentivadas?

Elas recebem esse nome devido aos incentivos criados pelo governo para estimular o uso dessas fontes alternativas. Esse incentivo ocorre por meio de descontos na Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) e na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD). Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) os descontos para energia incentivada devem ser de, no mínimo, 50%, podendo atingir até 100%. 

Quem pode comprar energia incentivada? 

No caso de empresas com demanda entre 500 kW e 1500 kW ou em comunhão de cargas que optarem pelo mercado livre, obrigatoriamente elas devem comprar energia de fontes incentivadas. Esse grupo é chamado de Consumidor Especial. Já as empresas com demanda mínima de 1500 kW são classificadas como Consumidor Livre e, nesse caso, possuem autonomia de escolha da fonte de energia elétrica. 

Crescimento do mercado livre

De acordo com informações da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), divulgados por meio do Boletim Abraceel da Energia Livre em julho de 2021, o mercado livre de energia elétrica obteve um aumento de 20% de consumidores com relação ao mesmo mês em 2020 e alcançou o índice de 35% de toda a energia consumida no País. 

Ainda de acordo com o relatório, atualmente, 47% da geração de energia de fontes renováveis incentivadas é realizada para atender o mercado livre, o que representa um aumento de 35% com relação a julho de 2020.

Financeiramente, vale a pena?

A migração para o mercado livre de energia e, consequentemente, a aquisição de por meio de fontes renováveis, pode representar uma redução de custos de até 30%. 

Além disso, vale destacar novamente o diferencial que as empresas apresentam, especialmente perante grandes investidores, ao adquirirem o certificado o I-REC. Clique aqui e saiba mais sobre como funciona o I-REC. 

Com relação aos benefícios financeiros, é necessário contar com uma gestão eficiente de energia, para fazer um levantamento detalhado das necessidades do consumidor e aproveitar as oportunidades disponíveis no mercado livre de energia.

Isso porque o preço da energia sofre algumas oscilações, tais como: sazonalidade, aspectos macroeconômicos, fatores climáticos, ciclos hidrológicos, solares e dos ventos, preço de commodities e taxas de câmbio.

Ou seja, para realizar uma análise aprofundada e aproveitar todas as vantagens do mercado livre de energia, o melhor caminho é contratar uma consultoria especializada, como é a oferecida pela AES Brasil, referência no Brasil e no mundo em geração e comercialização de energia obtida por fontes renováveis.

Por meio da AES Brasil, você também pode adquirir os Certificados de Energia Renovável (IRECs) da AES Brasil, com a garantia de procedência de que a energia que sua empresa utiliza é de fonte renovável e de que seu consumo está alinhado com importantes plataformas globais, como GHG Protocol, RE100 e LEED. 

Clique aqui e confira!  

Referências: 

https://www.alemdaenergia.com.br/mercado-livre-de-energia-impulsiona-fontes-renovaveis/

https://esferaenergia.com.br/blog/energia-incentivada/

https://abraceel.com.br/biblioteca/boletim/2021/07/boletim-abraceel-julho-2021/

https://www.mercadolivredeenergia.com.br/consumidores-livres-e-especiais/energia-incentivada-especial/ https://www.irecstandard.org/news/developments-in-the-brazillian-i-rec-market/#/

Energia elétrica no Brasil: história e as principais instituições criadas

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É impossível imaginar a nossa vida atual sem a energia elétrica. E é ainda mais impressionante saber que a história da energia elétrica é algo relativamente recente no Brasil e no mundo. Inclusive, a disponibilidade da energia elétrica no País ocorreu quase que ao mesmo tempo que no exterior. Vale conhecer os principais passos para esse feito tão importante em nossas vidas. 

  • A novidade tecnológica do século 19

Em 1867, o engenheiro alemão Werner Siemens inventou o dínamo, a máquina que transforma energia mecânica em elétrica e que possibilitou a utilização da eletricidade em escala industrial. Ainda no século 19, foram criados os meios de transmissão de energia em alta-tensão para distâncias mais longas, os transformadores e alternadores, o que possibilitou o desenvolvimento das redes para abastecer vias públicas, residências, comércios e fábricas, comércio. Dom Pedro II, que reinou o Brasil de 1840 a 1889, foi responsável por trazer a novidade para o País. Em 1883, em Campos de Goytacazes, foi criada a primeira central termelétrica no País e, em Diamantina (MG), a primeira usina hidrelétrica, no ribeirão do Inferno, afluente do rio Jequitinhonha. 

  • Predomínio da energia hidrelétrica

Como o nosso gigante potencial hidráulico, os anos seguintes foram de grande progresso no desenvolvimento de técnicas avançadas para a construção de barragens, como a usina hidrelétrica de Cubatão, em 1921, e a Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, em 1984, hoje a segunda maior usina hidrelétrica do mundo, com capacidade instalada de 14.000 megawatts (MW). Atualmente, mais de 60% de toda a energia elétrica produzida no País é obtida pela energia hidráulica. 

  • Diversificação da matrizes

Um dos primeiros passos para a diversificação da matriz energética no Brasil ocorreu em 1969 com a criação do Programa Nuclear Brasileiro. Em 1981,entrou em operação a Angra I, a primeira Usina Nuclear brasileira Já Angra II começou a operar em 2000.  Em 1994, foi inaugurada a primeira usina de energia eólica no Brasil, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. E no município de Tauá, no Ceará, foi inaugurada a primeira usina solar, em 2011. 

As instituições do setor

Uma das primeiras regulamentações do setor de energia elétrica foi a implantação do Código de Águas em 1934, que estabeleceu como deveria ocorrer o envolvimento do Estado com a indústria de energia elétrica. 

Em 1939, foi criado o Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE) para tratar das regulamentações de tarifas. Já em 1960, foi criado o Ministério de Minas e Energia (MME). E, em 1995, temos um grande marco no setor de energia no Brasil: foi o ano da aprovação da Lei de Concessões, que desestatizou setores de infraestrutura, dentre eles o elétrico. 

A partir daí, iniciou-se as primeiras privatizações de empresas de energia elétrica e também foi autorizado o Ambiente de Contratação Livre (ACL), onde ocorre o mercado livre de energia elétrica e no qual os consumidores podem escolher e negociar diretamente com uma empresa geradora ou comercializadora de energia.

A empresa geradora é o segmento da indústria de eletricidade que produz a energia elétrica obtida por meio de usinas, como as hidrelétricas, termelétricas, eólicas, solares, dentre outras. Ou seja, é por ela que começa todo o processo. A energia gerada é injetada nas linhas de transmissão e, para que chegue finalmente aos consumidores, entram em cena as distribuidoras. Todo esse sistema é interconectado por todo o País por meio Sistema Interligado Nacional (SIN). Clique aqui para saber mais sobre o sistema elétrico no Brasil. 

E conheça agora as principais instituições que atuam no mercado de energia elétrica brasileira, além do Ministério de Minas e Energia:

  • Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL): foi criada em 1966 e faz toda a regulamentação e fiscalização com relação à produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica;
  • Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE):  é a entidade responsável por gerir todo o mercado de energia elétrica no Brasil e por onde passam todas as negociações desse setor;
  • Operador Nacional do Sistema (ONS): esse é o órgão responsável por operar, supervisionar e controlar a geração de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN);
  • Conselho Nacional de Política Energética (CNPE): é o órgão interministerial de assessoramento à Presidência da República que tem como objetivo formular  políticas e diretrizes energéticas que garantam o suprimento de energia por todo o País;
  • Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE): é um órgão sob coordenação direta do Ministério de Minas e Energia para acompanhar e avaliar a continuidade e a segurança do suprimento elétrico no Brasil;
  • Empresa de Pesquisa Energética (EPE): é uma empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia com o objetivo de realizar estudos e pesquisas no setor;

Referências:

https://esferaenergia.com.br/blog/historia-energia-eletrica-brasil/

https://revistapesquisa.fapesp.br/rotas-da-eletricidade/

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4918273/mod_resource/content/1/origens%20e%20dados%20%20hidroeletricidades.pdf

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/fontes-energia-brasil.htmhttps://www.gov.br/mme/pt-br/assuntos/noticias/conheca-as-instituicoes-do-setor-eletrico-brasileiro-e-as-competencias-de-cada-uma